terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Druidas e a mitologia Céltica



OS DRUIDAS

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Os druidas, eram os guardiões espirituais do povo céltico, oriundos da Bavária chegaram a Europa, e situaram-se na antiga Gália, região que hoje compreende a Irlanda, Itália, Inglaterra(Grã-Bretanha), Portugal e França, existindo ainda algumas pequenas ramificações em Portugal e na  Espanha, nos primeiros milênios antes de Cristo. Pode-se dizer que 400 anos antes de Cristo haviam atingido os gauleses a culminância do seu poder expansionista, impondo seus costumes suas leis, seu influxo religioso a diversos povos como os germanos, iberos, lusitanos, etruscos, etc. Seu sistema teológico baseava-se principalmente na adoração de numerosos deuses, muito dos quais controlavam as estações da natureza, propiciando a fertilidade, safras abundantes e farturas de alimentos.



Os druidas eram os seus sacerdotes e juizes desse povo. Portanto a palavra druida segunda algumas concepções deriva do grego dryad, um “espírito da natureza”, ou ainda “ninfa do carvalho”. O historiador romano Plínio, o velho (23 –79), diz que essa palavra está relacionada com o carvalho. Os sacerdotes druidas eram encarregados de  realizar sacrifícios não humanos, diga-se de passagem, de fazer justiça e de velar pelas tradições do povo. O imperador Júlio César (101- 44 a. C.), durante sua expedição pela Gália nos anos 58 a 51 a. C., conta-nos em seus registros que os druidas colocavam todo o seu conhecimento em versos e que a iniciação de um sacerdote druida durava aproximadamente vinte anos.



Desta feita, o jovem ou a jovem que desejasse se iniciar, abdicava dos prazeres da vida, para viver nos bosques com o comunidade sacerdotal. Os druidas dedicavam-se essencialmente a adivinhação, interpretavam o vôo dos pássaros, dialogavam com o Espírito que segundo eles habitavam o Carvalho, árvore que consideravam sagrada, possuíam em alto grau a faculdade de curar, como o atestam muitos historiadores, por conta disso, sua medicina magnética tornou-se  tão célebre, que de todas as partes do mundo,  muitos os vinham consultar.


Além disso, possuíam grandes conhecimentos em quase todas as áreas humanas, cultivavam a música, a poesia, praticavam a fitoterapia e a agricultura, possuíam um sistema filosófico muito similar ao dos neoplatônicos. Tinham grandes conhecimentos astronômicos, os quais os  utilizavam, através de Stonehenge e Glastonbury, construções que segundo a tradição mística, foram construídas por imigrantes Atlantes ou em outra versão pelo próprio Merlim. Para eles as construções de pedra tinham várias finalidades; como servir de forças telúricas e siderais energizando os seus rituais; ao tempo que eram também utilizadas como observatórios solar e estelar, visando  a marcação de seu calendário anual, no qual pudessem marcar o dia preciso para suas festas e para o plantio de sua cultura de subsistência. Os lagos e os rios eram lugares de intercessão cósmica. Sua tradição era eminentemente oral, embora os mais cultos, possuíssem a escrita mágica denominada rúnica.



 Para eles, Deus era por demais incomensurável para ser representado por imagens construídas pelas mãos dos homens. Em razão, disso, e que seu culto não podia ser prestado entre as muralhas de um templo, desta forma interagiam completamente com a natureza, localizando seu culto nas florestas entre os seres elementais. Acreditavam na imortalidade da alma, na reencarnação, na lei do carma, e no uso do livre arbítrio. A mulher ocupava o mais alto posto dentro do sistema religioso celta, era vista como imagem da deusa, responsável por unir o céu a terra. Em escavações realizadas no local que hoje está construída a famosa Catedral de Chartres, foi descoberta numa capela subterrânea, uma estátua representando uma jovem segurando uma criança no colo, tendo esta inscrição: ”Os Druidas a virgem que deve conceber”, para muitos essa inscrição representa uma anunciação do Messias, o que vejo na verdade é a representação mitológica da concepção virginal, existente em todas as antigas religiões, as quais o catolicismo incorporou sem maiores problemas, pois a religião católica é filha do paganismo romano. A famosa lenda dos Cavaleiros da Távola Redonda, aonde vemos Merlin como mago da corte do Rei  Arthur, encontra suas raízes mas profundas nos druidas. Merlin,  entre os druidas significava, segundo alguns místicos, o mais alto título que o sacerdote poderia receber, dentro do sistema hierárquico daquele povo místico. O professor Rivail, em suas pesquisas interrogando os  Espíritos, que redundou na magnífica obra intitulada de “Livro dos Espíritos”, publicada em 1857, aceitou o nome druida de “Allan Kardec”, que segundo informação de um Espírito comunicante, teria sido o seu nome numa encarnação pretérita, entre os celtas como sacerdote druida. A partir daí, o professor Rivail, passa a adotar esse pseudônimo. Talvez por essa razão é que existam alguns pontos de contado do Espiritismo com a filosofia dos druidas um deles é a escala druídica, muito similar a escala dos espíritos idealizada por Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”.



ESCALA  ESPÍRITA


ESCALA DRUÍDICA

Puros Espíritos:

1 º Ordem  Þ 1 º Classe Þ Não mais reencarnan.
                                      


Ceugant -  Sede de Deus;
Gwynfyd – Sede dos bem aventurados. Vida Eterna;


(*)Bons Espíritos:

2 º Ordem Þ 2 º Classe Þ Espíritos Superiores
                      3 º Classe Þ Espíritos Sábios
                      4 º Classe Þ Espíritos Cultos
                      5 º Classe Þ  Espíritos Benévolos


Abred – Círculo das migrações das diversas existências corpóreas, que as almas percorrem para chegar de Annourn a Gwynryd;


(*)Espíritos Inferiores:

3 º Ordem Þ 6 º Classe Þ Espíritos Neutros
                      6 º Classe Þ Espíritos Pseudo-Sábios
                      8 º Classe Þ Espíritos Levianos
                      9 º Classe Þ  Espíritos Impuros


      
      (*) Depurando-se e elevando-se nas provas do rosário de reencarnações.

            O Espírito Emmanuel em “Ave Cristo”, pág. 139, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Edição da Feb, narra ao tempo que ratifica os dados que se tem a respeito desse povo. Assim escreve:

Como os druidas, seus heróicos antepassados, procuraram a floresta para os seus cânticos de louvor a Deus. Depois do trabalho de cada dia marchavam à noite. Rumo ao campo amigo e silencioso, em cujas as catedrais de arvoredo, sob o firmamento estrelado, oravam e comentavam as divinas revelações, como se respirassem, por antecipação, as alegrias do Reino Celeste.”




Na medida que a Igreja Romana, se desenvolveu, os druidas foram sendo perseguidos considerados como bruxos e magos negros, por muitos inquisidores católicos, que  os viam como homens sanguinários, adeptos do sacrifício humano, associando-os diretamente a figura do diabo. Na realidade o que acontecia, é que os druidas sendo os supremos juizes do povo céltico, ofereciam os condenados e algumas vezes a si próprios em holocausto, como um meio de purificação da alma, tendo como objetivo principal minorar o sofrimento além túmulo. Os celtas de uma forma geral, acreditavam que no dia 31 de outubro, as leis do campo e do espaço eram suspensas. Por isso, espíritos vagavam soltos e mortos visitavam seus antigos lares. Em razão disso, apagavam todas as luzes das casas, se vestiam de maneira assustadora, carregavam nabos esculpidos de rostos humanos, velas acesas e saíam pelas ruas fazendo barulho, com o objetivo de espantar os maus espíritos. Essa prática originou o famoso Halloween dos nossos dias.
Deve-se pois, suspeitar dessas fontes e do juízo da Igreja, pois padres renomados da Igreja, como Cirilo, Clemente e  Origines de Alexandria, por sinal todos reencarnacionistas os consideravam os mestres depositários dos mistérios do nascimento e da morte.  Na realidade as acusações católicas são infundadas, e não correspondem a verdade sobre esse magnífico povo. Quando os primeiros cristãos chegaram a antiga Gália, foram enormemente bem  recepcionados por eles. Conta-nos a tradição céltica que José de Arimatéia e Maria de Madalena, amigos e discípulos de Jesus viveram entre os druidas, chegando lá alguns anos após a morte de seu  Mestre, levando consigo o “Santo Graal”,  taça utilizada por Jesus na sua última ceia, ou taça que foi o receptáculo do sangue de Jesus, e que por uma razão ou por outra, é que muitos ao longo dos tempos passaram acreditar que ela possuísse poderes “mágicos” e ”sobrenaturais”.
Alguns especialistas esotéricos acreditam o que originou  o  mito do “ Santo Graal”, remonta a um tempo bem anterior a última ceia.  Parte desse mito encontra-se justamente com os grandes caldeirões mágicos celtas, posteriormente adotados pelas “bruxas”, os quais supunham possuir grande poder e notavelmente, muitas qualidades que hoje atribuímos ao Graal como: sua associação com os reis, a fertilidade, a morte, e o renascimento. Apesar de encontrarmos correspondências também com o cálice utilizado para a comemoração da páscoa judaica, que celebra o Êxodo, do Egito e as taças de Baco, o deus do vinho, muito utilizadas nas iniciação das escolas de mistérios. Muitos ocultistas acreditam que mais tarde com o advento do cristianismo esses elementos fundiram-se, sendo paulatinamente e gradativamente incorporados e substituídos pelo mito do “Santo Graal”.
Desta forma, encontramos em parte, entre os druidas os alicerces que formaram o mito do “Santo Graal”, na idade média, pois a taça de uma forma geral para os eles consistia num importante elemento de culto na invocação do sagrado. Na atualidade muitos conceitos druídicos são praticados esotericamente pelas bruxas da era moderna, sob o nome de WICA, que vem a ser  uma espécie de magia branca, direcionada segundo seus adeptos para o bem do homem e da natureza.


MITOLOGIA CÉLTICA


DIVINDADE
ATRIBUTO
BELANUS
DEUS DO FOGO E DA LUZ E DA CURA
CERNUNNOS
DEUS DAS FERAS
ÉPONA
DEUSA DOS CAVALOS
LUGH
DEUS DO SOL
SUCELLUS
DEUS DA PRIMAVERA
TARANIS
DEUS DO TROVÃO


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