terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Religião da Babilônia, Mitologia e o Código Hamurabi


A RELIGIÃO DA BABILÔNIA


Na antiga teologia da Babilônia nome que parece proceder do acádio Bab-ilu, que significa “Porta de Deus”, Marduk, era considerado o rei dos deuses e estava diretamente associado ao planeta Júpiter, seu papel nesse Império era fundamental, pois ele havia segundo as crenças, daquele povo longínquo, criado o mundo, trazendo a ordem e eliminando o caos. Os babilônios da mesma forma que os gregos e romanos séculos depois, associaram alguns de seus deuses aos astros que observavam no firmamento. Desta forma, o planeta Marte era considerado o seu deus da guerra, e  era chamado de Nergal Ares.  Possivelmente a  cor vermelha do astro, a mesma do sangue, a de ter influenciado estes povos antigos e supersticiosos, a identificá-lo com o deus da guerra. A Babilônia, através de  sua ciência e seus mitos, influenciaram muitos povos na antigüidade, principalmente no qual concerne as idéias religiosas. 





Na visão teológica Babilônica, o céu era o estrato mais elevado do universo, sendo que tudo que é de elevado estava diretamente associado a essa esfera. Em razão disso muitos de seus deuses eram representados por uma estrela, ou um planeta. O universo sobrenatural era povoado por seres divinos, deuses e demônios, que retratados pelo pensamento humano, na realidade, carregavam nossas virtudes e nossos defeitos. Esses deuses por sua vez, necessitavam ser alimentados, pois dentro da visão antropomórfica tão comum na antigüidade, possuíam necessidades humanas, ao passo que também podiam ser alegres, tristes, agressivos, vingativos ambiciosos, misericordiosos, etc. O panteão babilônico foi constituído à imagem da organização social humana, de cunho hierárquico, essa estrutura encontra-se  presente em quase todas as religiões do planeta e os modelos de sua organização, foram absorvidos pelo próprio Catolicismo séculos mais tarde, na classificação dos anjos e dos cargos e funções exercidas pelo clero.








Após a morte do rei Nabucodonosor, o império babilônico começou a ruir vertiginosamente, e com ele os seus deuses e suas crenças. Seu último rei Nabonídes (556-539 a. C.),  vivia no deserto enquanto o seu filho Baltazar reinava como príncipe regente do império decadente. Num banquete realizado em umas das enormes praças da esplendorosa cidade, episódio que é narrado pela Bíblia em Daniel (cap.5), Baltazar ousou servir-se dos vasos de ouro, que roubara do Templo de Jerusalém.



 Enquanto se divertiam, por conta disso, apareceu uma mão que materializando-se escreveu na parede a misteriosa frase : “mene, mene, tekel, upharsin”, Baltazar recorreu aos seus advinhos, que atônitos não conseguiram decifrar o sentido da inscrição. O profeta Daniel que vivia na cidade, foi convocado para decifrar o enigma traduzindo a escrita misteriosa: ”contato, contado, pesado e dividido”, significando que Baltazar estava prestes a perder o seu império, o que realmente aconteceu em 539, quando Ciro, o Grande, seguidor de Zoroastro, conquistou a cidade Babilônica, que passou a fazer parte do Império Persa. Esse episódio na visão judaico-cristã, marca não tão somente a queda do império, mais a desarticulação do panteão babilônico, a partir da intervenção divina do Deus de Israel, mas também a fusão de muitos de seus deuses através do sincretismo formado com a associação dos muitos deuses persas com a fusão dos impérios, assim como a implantação do zoroastrismo como religião. Citaremos somente algumas das centenas de divindades que existiam, no diversificado sistema religioso do império babilônico.


A MITOLOGIA BABILÔNICA


NOME
SIGNIFICADO
ADAD
DEUS DO TEMPO
ASHMAN
DEUSA DO TRIGO
BEL
DEUSA DA TERRA
EA/ENKI
DEUS(A) DA  SABEDORIA
ENLIL E NINLIL
DEUS DO AR
GIBIL
DEUS DO FOGO
GULA
DEUSA DA MEDICINA
INANA
DEUSA DA FERTILIDADE
ISHTAR
DEUSA DO AMOR E FERTILIDADE
LILITH
DEUSA DA MORTE
MARDUK
DEUS SUPREMO
NAMU
DEUSA DAS ÁGUAS DO MAR
NAVA
DEUS DOS SONHOS
NERGAL OU  ERESSHKIGAL
GUARDIÃO DO REINO DOS MORTOS
NINGAL
DEUS DA LUA
NINIBE
DEUS DA CAÇA/GUERRA/AGRICULTURA
SAMASH
DEUS DO SOL
SAMASH/UTU
DEUS DA JUSTIÇA/ADVINHAÇÕES
SHAMATH
DEUSA DO EROTISMO
TAMUZ
DEUS DA PRIMAVERA/BELEZA

 


O CÓDIGO HAMURABI


O código Hamurábi, foi escrito pelo rei Hamurábi, cerca de 1.900 a. C., ou seja uns quinhentos anos antes dos hebreus serem supostamente libertados do julgo egípcio por Moisés. Esse grande rei unificou todas as cidades da Mesopotâmia, formando o poderoso Império da Babilônia. Seu reinado viveu um período de grande florescimento cultural através da literatura, da matemática, da astronomia e da astrologia, assim como da justiça. Seu famoso código foi descoberto em Susa em 1.600 a. C., e hoje exposto no museu do Louvre em Paris, contém  diversas leis distribuídas em 282 artigos que na realidade influenciaram de uma certa forma aos códigos contidos no Êxodo, Levítico e no Deuteronômio dos hebreus. Suas leis regulamentavam toda a vida da comunidade; divisão de classes sociais, comércio, juros, casamento, herança, etc.  Segundo a legislação de Hamurabi, a injúria e os danos deveriam ser vingados com atitudes equivalentes, e é nele que encontramos a expressão de retaliação: “olho por olho e dente por dente”.





Sendo assim, se alguém matava injustamente, deveria ser morto pela família da vítima. Além do seu aspecto penal, o código era também uma regulamentação econômico-social dos domínios do rei. As diversas profissões nele se achavam minuciosamente reguladas, assim como instituições como o casamento e o divórcio. Eis aqui um  trecho do Código de Hamarabi:

“Se alguém penetrar numa casa por arrombamento, deve morrer, e o seu corpo deve ser enterrado no próprio local do arrombamento”

“Quando um arquiteto construir uma casa, tão negligentemente que ela se desmorone, e que o proprietário morra na derrocada, esse arquiteto deve ser morto. Se o filho do proprietário morrer, o filho do arquiteto deve ser morto também. Se morrer um escravo do proprietário, o arquiteto deverá dar ao cliente um escravo para substituir o escravo perdido”



 Esse Código, que originou-se nos tempos do patriarca Abraão, e veio a ser o primeiro documento legal que humanidade conheceu. Suas leis, são diretamente baseadas na lei de retribuição. Consta que o rei Hamurábi a exemplo de Moisés recebeu a lei do deus Shamash, o deus-sol babilônico. Através dessas concordâncias podemos verificar que os prepostos de Jesus no plano espiritual já trabalhavam intensamente no sentido de incutir em certos povos da antigüidade, leis que pudessem melhorar o padrão de relacionamento com os outros indivíduos e o seu engrandecimento espiritual, muito embora as leis fossem rígidas, talvez fossem necessárias naquela época. Portanto, verificamos que o povo hebreu não foi o único a receber as orientações do plano espiritual como naturalmente pensa o leigo, que não possui conhecimentos sobre a origens das demais religiões e das civilizações. Os povos mais antigos começaram este processo já com os próprios Vedas, com seus regulamentos e normas que orientam o homem como proceder na Terra, sendo que esses ensinamentos também foram dados por Deus, ao seu filho mais dileto; Krishna, segundo as crenças da Índia, ensinamentos muito similares com os dez mandamentos recebidos por Moisés no monte Sinai. Mas sem sombras de dúvidas verificamos uma influência direta dos povos da antiga mesopotâmia na formação, no pensamento e na filosofia do povo hebreu, pois o pensamento indiano, apesar de ser mais antigo, era mais elevado para ser absorvido prontamente pelos povos mais rudes, como é o caso dos hebreus e os semitas de forma geral, além disso,  a proximidade geográfica facilitava o intercâmbio cultural em todos os seus aspectos. Segundo o Espírito Emmanuel, inicialmente os degredados do Sistema de Capela, reuniram-se aqui na Terra,  pelas leis das afinidades, dessa maneira os habitantes da mesopotâmia, do oriente médio, como da própria Índia, pertenciam a grupos diferenciados, dado a natureza dos suas idéias religiosas. Paralelo a isso, a cultura da mesopotâmia era bem rica e diversificada se comparada a do povo hebreu, que  carecia de uma base mais sólida que sustentasse os seus questionamentos mais profundos, desta forma, tudo leva a crer que adaptaram a estrutura que já existia e que conheceram na Babilônia, nos tempos de exílio, convergindo para sua realidade, as leis do rei Hamurabi.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Gostei muito deste estudo, este estudo é de grande valia para quem quer fazer o curso de Ciência da Religião. Para mim foi uma experiência incrível e de grande proveito.

    Kerygma
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    Pastor e Mestre em Teologia

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