terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tentação de Jesus


A TENTAÇÃO DE JESUS

MATEUS CAP.4,VS. 1 a 11
Em seguida Jesus foi conduzido pelo espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio.Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois teve fome. O tentador aproximou-se dele e lhe disse: “Se és Filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem pães.” Jesus respondeu: “Está escrito: Não só de pão vive o homem,  mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Deut.)




                Analisando este trecho ,observamos que a chamada tentação no deserto. Deve ser assinalada, de início, a dificuldade em admitir-se que um Espírito da categoria evolutiva de Jesus tenha passado por tentações daquela sorte, ficando praticamente à mercê se seres muitíssimo inferiores a ele.( Hermínio C. Miranda, Cristianismo: a mensagem esquecida,pág.62).

“O demônio transportou-o à cidade santa,  colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: “Se és o Filho de Deus,  lança-te abaixo,  pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé n’alguma pedra.(Salmo 90,11s).” Disse-lhe Jesus: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus (Deut. 6,16).O demônio transportou-o uma vez a um monte muito alto, e lhes mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória,  e disse-lhe: “Dar-te-ei tudo isto, se prostrando diante de mim me adorares.” Respondeu-lhe Jesus: Para trás, Satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás “(Deut. 6,13).Em seguida, o demônio o deixou, e os anjos aproximaram-se dele para servi-lo.Pouco importa, nesta, como em outras passagens, o flagrante desrespeito à lógica de uma realidade incontestável. Que sentido faz a cena segundo a qual a figura mitológica do Demônio oferece a Jesus o poder sobre a Terra que este já possui, mas o “outro”? Mesmo o demônio tivesse em suas mãos o poder do planeta, por que razão iria passá-lo a Jesus?          O mais grave,  porém é que alguns ainda acabaram concluindo que a última citação mencionada atesta a divindade de Jesus, o que não e de espantar, porque para isso foi articulada.”(Hermínio C.Corrêa,Cristianismo: A Mensagem Esquecida, pág.62).



                Permitam-me fazer também uma indagação a respeito das tentações descritas nos evangelhos; se Jesus primava sempre obrar em silêncio, e o mesmo se encontra sozinho nas referidas passagens, como os evangelistas registraram estes diálogos?
Resposta: não aconteceram, apenas registram uma alegoria, um grande ensinamento o qual ninguém está livre de tentações,  portanto oremos e vigiemos!
                Satanás significava um ser contrário, uma idéia antagônica, e não a personificação do mal, tanto é verdade que em uma determinada situação Jesus chama Pedro de Diabo. Vejamos:

MATEUS CAP.16,VS.22 e 23
Pedro então começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: “ Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá.!” Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te Satanás, tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!” 




                Essa idéia ainda fica mais clara nesta passagem de João:

JOÃO CAP.6,V.70
Jesus acrescentou: “Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo, um de vós é um demônio! ... “Ele se referia a Judas,  filho de Simão Iscariotes,  por que era quem havia de entregar, não obstante ser um dos doze.

                “Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de imediato, o senhor absoluto do mal, dominado num inferno sem fim.Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em esfera distante, no seio de tormentosas trevas. Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sóbrias, terríveis e dolorosas, entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles se constituirá em representação do próprio gênio infernal. Basta isto para que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o próprio homem, quando algemado às torpitudes do sentimento inferior.Daí concluiremos que cada criatura humana apresenta certa percentagem de expressão diabólica na parte inferior da personalidade. Satanás simbolizará então a força contrária ao bem.               Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o mal, dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o elevam à espiritualidade superior. Grandes multidões mergulham em desesperos seculares, porque não conseguiriam ainda identificar semelhante verdade.E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar: __ “Se, entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não obstante a missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo, quantos existirão em cada grupo de homens comuns na Terra? (Emmanuel, Pão Nosso, Cap.164, pág.339 e 340).

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