A ESCOLA
DOS PROFETAS
“Essas escolas eram
estabelecidas em certas cidades, de preferência, porém , nos vales solitários
ou nos recôncavos das montanhas. O estudo, a contemplação do infinito, no
silêncio e beleza das noites, ao cintilar das estrelas, ou ainda à claridade do
dia, sob o límpido céu do Oriente, prepara o discípulo-profeta para
receber o influxo do alto. A soledade o atrai; à medida que se afasta
dos homens e se insula, uma comunhão mais íntima se estabelece e o mundo das
forças divinas. Pelos desfiladeiros das montanhas da Judéia, nas desertas
cavernas da cadeia selvagem de Moab, ele sonha, presta ouvido atento às mil vozes
dessa Natureza austera e grave que o rodeia. É que a Natureza inteira, penetra
pela substância divina, é um médium, isto é, um intermediário entre o homem e
os Seres superiores. Tudo se liga no Universo imenso; uma cadeia magnética
prende entre si todos os seres, os mundos todos. Só a nossa ciência
fragmentária e o excesso dissolvente do espírito crítico foram capazes de
destruir essa magnífica síntese e insular o homem moderno do resto do Universo
e seus harmoniosos planos. .”(Léon Denis, No Invisível, págs. 388 e 389).
Ao
tempo de Jesus existia uma comunidade judaica mas ou menos com uns 200 anos de
existência, denominada essênios ou esseus, cujos membros habitavam em uma
espécie de mosteiros na antigüidade, formando assim, uma associação moral e religiosa.
Estes distinguiam-se por seus costumes brandos e pela prática de austeras
virtudes, ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e
acreditavam na ressurreição, ou seja, a reencarnação. Viviam em celibato tal
qual os monges budistas, condenavam a escravidão e a guerra, punham em comunhão
os seus bens e se entregavam a agricultura, a carpintaria. Pela vida que
tinham, assemelhavam-se aos primeiros cristãos, desta semelhança muitos dizem
que Jesus tenham se filiado aos essênios ou esseus.
Na Bíblia não
encontramos alusão a esta seita, muito embora existam provas da sua existência,
como as encontradas nos manuscritos do mar morto, atestam que esse povo
realmente existiu. Fato também a ser considerado em nossos estudos é que Jesus
provavelmente a conheceu, mas em seus discursos nenhuma referência a esse povo
foi dirigida, talvez por esta comunidade estar naquele contexto, mas perto do
que o Mestre ensinava. A Bíblia por seu
turno, narra vários episódios na qual Jesus se dirigia ao deserto para rezar e
meditar, muitos entendem que o Mestre nestas retiradas iria visitar os
mosteiros aonde vivia esta comunidade. E esta congregação monástica, fundada ao
tempo dos macabeus, era na realidade uma escola de profetas aonde viviam única
e exclusivamente Deus e sua justiça, Jesus reconhecendo isso, naturalmente
poderia ter convivido com essas pessoas, sem naturalmente ser filiar a esta
seita. Haviam também outras congregações nas quais os médiuns da época vivam
com suas mulheres e seus filhos, a comunidade de Gálgala, cidade que abrigou
por um certo período a Arca da Aliança. Lá os chamados profetas, se reuniam
para estudar e exercitar os seus dons mediúnicos. Alguns pesquisadores entendem
que foi baseado nessas comunidades é que foi inspirada a seita dos essênios.
Abaixo transcrevemos passagens que denotam esse tipo de prática.
I
SAMUEL, CAP. 19,V.20
Saul
mandou homens para prendê-lo, mas quando viram a comunidade dos profetas em delírio, tendo Samuel à sua frente o
espírito de Deus veio sobre os enviados de Saul
que começaram também eles, a
profetizar.
I
REIS CAP.18,V.4
Quando
Jezabel massacrou os profetas do Senhor
e escondeu-os em duas cavernas, cinqüenta numa, cinqüenta noutra, onde lhes
tinha providenciado o que comer e o que beber
I
REIS CAP. 22, VS.6 e 7
O
rei de Israel, tendo reunido os
profetas, que eram em número de quatrocentos, perguntou-lhes:
“Devo
eu ir atacar Ramot de Galaad, ou devo-me abster?” Eles responderam: “Vai o
Senhor a entregará nas mãos dos rei.”
II
REIS CAP. 2 V.7
Seguiram-nos
cinqüenta filhos de profetas os
quais pararam ao longo, diante deles, enquanto Elias e Eliseu se detinham à
beira do Jordão.
II
REIS CAP.4 V.38
Quando
Eliseu voltou a Gálgala, a fome
devastava a terra. Estando os filhos dos
profetas sentados diante dele, disse ao seu servo: “ toma uma sopa para os
filhos dos profetas.”
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