O ESPIRITISMO E A ASTROLOGIA
O Espírito Emmanuel
em “O Consolador”, questão 140, indagado se os astros influenciam
igualmente na vida do homem na Terra, reponde-nos quase de uma maneira ambígua:
“o campo magnético e as conjunções dos planetas influenciam no complexo celular do homem físico, em sua
formação orgânica e em seu nascimento na Terra”
A resposta de Emmanuel retrata sem por menores, uma
influência material no organismo, e não o livre arbítrio ou mesmo na
personalidade humana, como apregoam os astrólogos. Mesmo essa influência no organismo é mínima e quase desprezível
como bem colocamos acima. Sendo ele um Espírito, partidário da reencarnação, e
profundo conhecedor das leis de causa e efeito, de forma alguma atrelaria o
futuro psíquico do indivíduo na Terra, única e exclusivamente ao momento do seu nascimento. Como um
Espírito possuidor de grandes conhecimentos, não poderia omitir-se ao fato, de
que mesmo sendo mínima esse tipo de influencia existe, como bem nos colocou o
Espírito Arago, em “A Gênese”,
afirmando categoricamente, ao mesmo tempo ressaltando que a suposta influência dos corpos celestes e dos corpos
de uma maneira geral não possuem o poder de modificar o nosso livre-arbítrio.
Cap. XVIII, Item 8, págs. 404 e 407 - ARAGO
“Num mesmo sistema
planetário, todos os corpos que o constituem reagem uns sobre os outros;
todas as influências físicas são nele solidárias e nem um só há, dos defeitos
que designais pelo nome de grandes perturbações, que não seja conseqüência da
competente das influências de todo sistema Vou mais longe: digo que os sistemas
planetários reagem uns sobre os outros, na razão da proximidade ou do
afastamento resultantes do movimento de translação deles, através das miríades
de sistemas que compõem a nossa nebulosa. Ainda vou mais longe: digo que a
nossa nebulosa, que é um arquipélago na imensidade, tendo também, seu movimento
de translação através das miríades de nebulosas, sofre a influência das de que
ela se aproxima. De sorte que as
nebulosas reagem sobre as nebulosas, os sistemas reagem sobre os sistemas, como
os planetas reagem sobre os planetas, como os elementos de cada planeta reagem
uns sobre os outros e assim sucessivamente
até o átomo.
Daí, em cada
mundo, revoluções locais
ou gerais, que
só não parecem perturbações porque a brevidade da
vida não permite se lhes percebam mais do que efeitos parciais. A matéria orgânica não poderia escapar a
essas influências; as perturbações que ela sofre podem, pois, alterar o estado
físico dos seres vivos e determinar algumas dessas enfermidades que atacam o
modo geral as plantas, os animais e os homens, enfermidades que, como todos os
flagelos, são, para a inteligência humana, um estimulante que a impele, por força da necessidade, a procurar meios de os combater e a descobrir
leis da Natureza. Mas a matéria
orgânica, a seu turno, reage sobre o Espírito. Este, pelo seu contato e sua
ligação íntima com os elementos materiais, também sofre influências que lhe
modificam as disposições, sem no
entanto, privá-lo do livre arbítrio, que lhe sobreexcitam ou atenuam a
atividade e que pois, contribuem para o seu desenvolvimento. A efervescência
que por vezes se manifesta em toda a população, entre os homens de uma mesma
raça, não é coisa fortuita, nem resultado de um capricho; tem sua causa nas
leis da Natureza. Essa efervescência, inconsciente a princípio, não passando de
vago desejo, de aspiração indefinida por alguma coisa melhor, de certa
necessidade de mudança, traduz-se por uma surda agitação, depois por atos que
levam às revoluções sociais, que, acreditai-o, também têm sua periodicidade,
como as revoluções físicas, pois tudo se encadeia. Se não tivésseis a visão
espiritual limitada pelo véu do mundo espiritual às do mundo material. Quando se vos diz que a Humanidade
chegou a um período de transformação e que a Terra tem de se elevar na
hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras; vede, ao
contrário, a execução de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as
quais de quebra a má-vontade humana.”
A partir das explicações do
Espírito Arago, observamos que as pessoas que vivem em países de clima tropical
subordinadas no seu quotidiano a
conviver com intenso calor, teriam uma
maior propensão a irritabilidade do que os indivíduos que vivem em países de
clima ameno. Como também sobre outro enfoque os esquimós pela própria natureza
estão condicionados a viver sob um frio intenso e descomunal que os obrigam a
suportar afim de garantir-lhes a sobrevivência, além dos diversos problemas
psíquicos e orgânicos a superar ocasionados por esses fatores. Paralelo a isso,
somos sabedores que natureza dispõe de inúmeros mecanismos para remediar esses
possíveis problemas orgânicos ocasionados por essas diferenças climáticas a que
o homem na Terra esta subordinado. Observamos que ao longo dos tempos a própria
natureza através de um sistema engenhoso promove a adaptação dos organismos ao
meio em que vivem, corrigindo assim pela própria necessidade de sobrevivência
dos seres, a vida de modo geral no planeta.
Portanto essas intempéries que hora acometem o homem dos trópicos, assim como o esquimó dos pólos, nesse nosso exemplo comparativo, não interferem diretamente no comportamento moral, apenas criam um desconforto orgânico passível de ser remediado pela própria inteligência do homem por ocasião dessas vicissitudes climáticas. Desta forma e sob este aspecto o meio através dos elementos interfere no homem, dando-o sempre a partir das próprias dificuldades as devidas oportunidades para a sua própria evolução. Seguindo os nossos estudos, encontramos no “Livro dos Espíritos”, Parte 3º, Cap. X, Questão 867, mais uma referência com relação a Astrologia. Indagados os Espíritos sobre a antiga expressão: ”Nascer sob uma boa estrela”, os colaboradores espirituais responderam a Kardec o seguinte:
Portanto essas intempéries que hora acometem o homem dos trópicos, assim como o esquimó dos pólos, nesse nosso exemplo comparativo, não interferem diretamente no comportamento moral, apenas criam um desconforto orgânico passível de ser remediado pela própria inteligência do homem por ocasião dessas vicissitudes climáticas. Desta forma e sob este aspecto o meio através dos elementos interfere no homem, dando-o sempre a partir das próprias dificuldades as devidas oportunidades para a sua própria evolução. Seguindo os nossos estudos, encontramos no “Livro dos Espíritos”, Parte 3º, Cap. X, Questão 867, mais uma referência com relação a Astrologia. Indagados os Espíritos sobre a antiga expressão: ”Nascer sob uma boa estrela”, os colaboradores espirituais responderam a Kardec o seguinte:
”Antiga
superstição, que pretendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que
algumas pessoas fazem tolice de tomar ao pé da letra.”
ALLAN KARDEC E A ASTROLOGIA
Allan Kardec, o insigne codificador do Espiritismo
em “O
Céu e o Inferno” , 1º Parte, cap. XI, pág. 158 relata: “Uma vez porém que os espíritas não interrogam os astros”. Em “A Gênese”, contesta da mesma forma, a
astrologia, dando-nos explicações bem razoáveis, que serão para nós; penso eu,
muito proveitosas, as quais destacamos:
A Gênese, Cap. I, Item 19, pág. 23 -
KARDEC
“A Astrologia se apoiava na posição e no movimento
dos astros, que ela estudara; mas, na ignorância das verdadeiras leis que o
regem o mecanismo do Universo, os astros eram, para o
vulgo, seres misteriosos, aos quais a superstição atribuía uma influência moral
e um sentido revelador. Quando Galileu, Newton e Kepler torraram
conhecidas essas leis,
quando o telescópio rasgou o véu e mergulhou nas profundezas do espaço
um olhar que algumas criaturas acharam indiscreto, os planetas apareceram como
simples mundos semelhantes ao nosso e todo o castelo do maravilhoso desmoronou.”
A Gênese, Cap. V, Item 12, págs. 100
e 101 - KARDEC
“As estrelas
deixaram de estar confinadas numa zona da esfera celeste, para estarem
irregularmente disseminadas pelo espaço sem limites, encontrando-se a
distâncias incomensuráveis umas das outras as que parecem tocar-se, sendo as
aparentemente menores as mais afastadas de nós e as maiores as que estão mais
perto, porém, ainda sim, a centenas de bilhões de léguas .Os grupos que tomaram
o nome de constelações mais não são do que agregados
aparentes, causados pela distância:
suas figuras não passam de efeitos de perspectiva, como as luzes espalhadas por
uma vasta planície, ou as árvores de uma floresta formam, aos olhos de quem as
observa colocado num ponto fixo. Na realidade, porém, tais agrupamentos não
existem. Se nós pudéssemos
transportar para a reunião de uma dessas constelações à medida que nos
aproximássemos dela, a sua forma se desmancharia e novos grupos se nos
desconheceriam à vista. Ora, não existindo esses agrupamentos senão
na aparência, é ilusória a significação que uma supersticiosa crença vulgar lhe
atribui e somente na imaginação pode existir. Para distinguirem as
constelações, deram-se-lhes nomes como estes: Leão, Touro, Gêmeos, Virgem,
Balança, Capricórnio, Câncer, Orion, Hércules, Grande Ursa ou Carro de David,
Pequena Ursa, Lira, etc .,e, para nomes lembram, fantasiosas em sua maioria e,
em nenhum caso, guardando qualquer relação com os grupos de estrelas assim
chamados. Fora, pois inútil procurar no
céu tais formas. A crença na influência
das constelações, sobretudo das que constituem os doze signos do zodíaco,
proveio da idéia ligada as nomes que elas trazem. Se à que se chama leão
fosse dada o nome de asno ou de ovelha, certamente lhe teriam atribuído outra
influência.”
A
Gênese, Cap. IX, pág.182 - KARDEC
“A precessão dos
equinócios ocasiona outra mudança: a
que se opera na posição dos signos do zodíaco. Girando a Terra ao derredor do
Sol em um ano, à medida que ela avança, o Sol, cada mês, se encontra diante
de uma constelação. Estas são em número
de doze, a saber: o
Carneiro, o Touro, os Gêmeos, o Câncer, o Leão, a Virgem, a Balança, o
Escorpião, o Sagitário, o Capricórnio, o Aquário, os Peixes. São chamadas
constelações do zodiacais, ou signos do zodíaco, e formam um círculo no plano
do equador terrestre. Conforme o mês do
nascimento de um indivíduo dizia-se que ele nascera sob tal ou tal signo; daí
os prognósticos da Astrologia. Mas, em virtude
da precessão dos equinócios, acontece que os meses já não correspondem às
mesmas constelações. Um que nasça no mês de julho já não está no signo do
Leão, porém no do Câncer. Cai assim a
idéia supersticiosa da influência dos signos.”
Devido
a precessão dos equinócios, e a movimentação dos signos no zodíaco, cerca de
2.000 anos após Ptolomeu ter idealizado o zodíaco, a correspondência seria a seguinte:
SIGNOS ANTIGOS
|
SIGNOS ATUAIS
|
ÁRIES
|
PEIXES
|
TOURO
|
ÁRIES
|
GÊMEOS
|
TOURO
|
CÂNCER
|
GÊMEOS
|
LEÃO
|
CÂNCER
|
VIRGEM
|
LEÃO
|
LIBRA
|
VIRGEM
|
ESCORPIÃO
|
LIBRA
|
SAGITÁRIO
|
ESCORPIÃO
|
CAPRICÓRNIO
|
SAGITÁRIO
|
AQUÁRIO
|
CAPRICÓRNIO
|
PEIXES
|
AQUÁRIO
|
Terminaremos
esse capítulo com o ponto de vista do grande astrônomo Camille Flammarion a
respeito da Astrologia.
Camille Flammarion , A Morte e seus Mistérios, Vol.I, Pág. 312
“Poderíamos, nesta exposição de observações à vista do
futuro, falar das premonições, das previsões, das predições calculadas pela Astrologia, por mais inexplicáveis
que igualmente sejam. Que o nosso destino possa ser lido nos astros, eis o que parece inadmissível, e
absolutamente ilógico para a nossa inteligência, depois que a aparência
geocêntrica foi dada como falsa pela Astronomia moderna.”
Há uma vontade forte no texto em comprovar que a astrologia não tem base sólida. Tenho ao máximo não julgar o texto, assim como gostaria que não julgasse a este comentário. A astrologia é debatida com argumentos que são falhos na ótica de um conhecimento médio de astrologia e de espiritismo. Obviamente não seria esperado uma vontade em aprofundar o conhecimento em uma área que é considerada superstição. Mas vale o alerta: as respostas dos espíritos são perfeitas na ótica das astrologia, no entanto as interpretações destas repostas são falhas e tendenciosas. Entre algumas questões básicas da astrologia estão o livre arbítrio, a influência e não o determinismo, a evolução dos seres e das coisas e as leis do universo. Os erros mais gritantes são: (1) a inversão da ordem - não é o momento de nascimento que determina a personalidade e o grau evolutivo, ao contrário o grau evolutivo e a peronalidade existentes que determinam o momento do nascimento pela vibração energética. (2)As constalações não determinão os signos, os signos são divisões de um ciclo, os nomes são apenas símbolos que remetem a mitologia para descrever semelhanças características. A base da astrologia está exatamente na resposta de Emmanuel, que foi mal interpretada. As leis que regem o universo não são os astros propriamente ditos, mas existem os ciclos e as influências. A precessão dos equinócios faz parte do ciclo da galáxia e não muda os signos determinados pelos ciclos do sol e da terra. De uma forma mais simples, segue um desafio intrigante: faça um mapa astral com um astrólogo conceituado (tem que ser um bom astrólogo). Garanto que não é caro. Garanto também que vai se surpreendar com o resultado.
ResponderExcluirconcordo com você praticamente
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