terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Influência da Mesopotâmia no Cristianismo


A INFLUÊNCIA DOS POVOS DA ANTIGA MESOPOTÂMIA NO CRISTIANISMO


A Mesopotâmia, região dos rios Tigre e Eufrates, abrigou as mais antigas e tradicionais civilizações do mundo a que se tem notícia, como a Suméria, Caldéia, Assíria e por último a Babilônia, cujas tradições foram difundidas para o resto do mundo. Já naquela época a  Mesopotâmia, detinha na visão do sobrenatural, como fusão de várias crenças acádias e sumérias, resultando num dos primeiros sincretismos religiosos a que se tem notícia. Na realidade esse fenômeno ocorre em todas as culturas politeístas no passado como nas monoteístas do presente, sendo que muitas dessas antigas concepções deram início as tradições, judaicas, cristãs e muçulmanas, que encontram as suas mais profundas raízes nas civilizações que se desenvolveram nos vales intrecortados pelos rios do crescente fértil, região esta, hoje situada entre o Iraque e países do Golfo Árabe. Nessa terra, os deuses eram consultados constantemente por mágicos, xamâs e feiticeiros, com a finalidade de  resolver inúmeros problemas políticos, pessoais, bem como os de caráter familiar. O grande historiador Herótodo, visitou a Babilônia, por volta de 460 a. C.  relatando que no templo dedicado ao deus Marduk,  existia um quarto, quase que vazio, possuindo apenas uma cama larga e uma mesa, sendo ambas douradas, escrevendo: “Os Caldeus afirmam – mas eu não acredito – que o próprio deus é convidado a visitar o santuário e descansa então em cima da cama...


                                         Herótodo visita a Babilônia

Esse santuário babilônico, apesar de bem anterior , muito se assemelha com a “tenda” de Moisés(Êxodo cap. 26)  e o “santuário” erigido pelo rei Salomão (I Reis cap. 6). O relato de Herótodo, nos demonstra claramente a importância que era atribuída aos deuses e a religião de uma maneira geral, nesse império, muito embora a Bíblia refira-se a essa civilização como a terra das grandes abominações impregnada de luxúria e decadência moral. A Babilônia naqueles tempos era uma cidade bastante cosmopolita, ou seja, recebia forte influência de diversas partes do mundo antigo, e por esse fato, era um polo concentrador  e divulgador de cultura e conhecimento, permitindo-se naturalmente tanto sofrer como influenciar diretamente outros povos e outras culturas. Em um de seus comentários sobre a Babilônia, Herótodo  revela; “Ultrapassa em esplendor qualquer outra cidade do mundo conhecida”.








Foi desta forma, que os escribas hebreus, nos tempos de exílio foram naturalmente e mais diretamente contagiados pelas “lendas”, “mitos” e “crenças” que se fundiram ou foram adaptadas a sua história. É neste cenário, que encontramos muitos mitos que originaram certamente tantas outras  narrativas na antigüidade. Em razão disso, verificamos alguns pontos de contato entre os mitos babilônicos e a Bíblia Hebraica, como a estória da criação da humanidade descrita na Gênese. A bem da verdade, verificamos que alguns elementos das narrativas quando comparadas, encontram-se em oposição, mas as correspondências mesmo antagônicas indicam para pontos em comum, que podem ter sido naturalmente modificados para darem um idéia de autenticidade as histórias. Observamos que muitos dos “Mito Sumérios”, encontram-se  registrados  em tábuas de argila, datadas aproximadamente de 3.000 anos de Cristo, encontradas por arqueólogos, que afirmam que a sua inscrição compreende ao período da Terceira Dinastia de Ur, que a propósito era a terra natal do patriarca bíblico Abrão(Gênesis,cap.12,v.21), filiado a uma ordem religiosa existente na Caldéia, a qual  Melchisedec era  um dos seus últimos sacerdotes(Gênesis, cap.14, v.18).



Cidade de Ur na Caldéia


A  própria Bíblia, expõe claramente esses pontos de contato, no Livro de Gênesis, especificamente na genealogia de Adão, relatando-nos que Cam um dos filhos de Noé, gerou Cus, e este gerou Nemrod, que  foi o primeiro homem poderoso da Terra e o fundador da grande cidade assíria de Nínive.


                                             Nimrod, fundador de Nínive


Nínive

 Em virtude desses relatos que a própria Bíblia nos apresenta, verificamos que estas histórias foram repassadas oralmente, aliás, como determinava a tradição naqueles tempos, pois seus fundadores eram comprovadamente cidadãos das civilizações da mesopotâmia, como a própria Bíblia nos atesta. Observamos então na Gênese suméria-babilônica, que o nascimento de deusas que vêm ao mundo, dão a luz sem sofrimento, é notadamente uma antítese da história de Eva, que após comer do fruto proibido iria conceber com dor. A gula de Enki, considerado deus da sabedoria, que veio habitar a Terra, segundo o mito sumério-babilônico, que ao comer as oito plantas sagradas que deram origem ao mundo vegetal, desobedecendo assim  seu criador, ilustra perfeitamente a inspiração para o motivo do fruto proibido, comido por Eva e Adão,  nesse caso a maçã. Da mesma forma que Adão, Enki torna-se mortal e é expulso do paraíso que aliás chamava-se Jardim de Ednnu, e a mesma idéia do Sabbat judaico pode ser encontrada no dia do repouso sumeriano, o Sabattu.
A idéia dos deuses que habitavam a Terra, por parte dos sumérios-babilônicos, naqueles tempos encontram ressonância e similaridade com a passagem bíblica descrita em Gênese,cap.6,vs.2 e 4, que narra uma suposta união dos filhos de Deus, entendida por muitos como deuses ou anjos ou mesmo extraterrestres, com as filhas dos homens gerando filhos que seriam os grandes heróis da antigüidade. Encontramos também correspondências com a Bíblia quanto a criação do primeiro ser, conta a Gênese suméria-babilônica, que a deusa Aruru,  modelou na argila, figuras femininas, semelhantes a ela própria, tal qual encontramos em Gênesis, cap.2, vs.7, aonde Deus formou o homem do barro da terra a sua imagem e semelhança. Com a diferença  que para a história suméria-babilônica, menos maxista,  a mulher foi criada primeiro que o homem.
            Temos ainda a incrível narrativa do dilúvio universal ocorrido pelo menos a dois mil anos antes do dilúvio hebreu. Conta-nos que os humanos ainda não tendo uma origem divina, não se comportavam em conseqüência disso, como deviam e incomodavam sobremaneira os deuses. Estes decidiram inundar a Terra, para que assim, perecesse a raça humana. Mas a deidade que governava sobre as águas, apiedou-se dos humanos, e assim escolheu entre eles o mais inteligente e preparado dos habitantes da terra, para levar a termo o seu plano de salvação de todas as criaturas viventes. O escolhido fora Gilgamesh, ordenou-lhe a divindade  então, que construísse uma embarcação de dimensões bem avantajadas para que nela introduzisse além de sua família e seus utensílios, animais domésticos e selvagens, assim como um exemplar de cada espécie de ave. Uma vez atendida todas as solicitações, começou um imenso temporal que durou seis dias e seis noites e a água cobriu toda a terra, e toda a espécie humana e vivente ficou convertida num imenso lodo. Mas ao amanhecer do sétimo dia, a calma voltou, como por encanto a reinar sobre a Terra. A barca encalhou no cimo do monte Nissir, este não tinha sido coberto pelas águas e da barca saiu uma pomba e uma andorinha, mas depois de algum tempo retornaram, porque não tinham encontrado um lugar para repousar. Passado um tempo, saiu da barca um corvo e não regressando entendeu Gilgamesh o Noé sumeriano, que podia então abrir a arca, e todas as criaturas desceram e assim repovoaram a Terra.


            Na Bíblia encontramos o mesmo motivo que foi a corrupção da humanidade, Noé o escolhido que recebe instruções diretas para a construção da arca, desta feita podendo levar sua família, compreendida de sua mulher, de seus filhos acompanhados de suas esposas, que o ajudam na construção da arca e da captura do casal de cada espécie de animal vivente, inclusive aves e repteis. Choveu torrencialmente por toda a Terra por quarenta dias e quarenta noites, estudiosos acreditam que esse tempo é uma alusão ao tempo que os judeus estiveram no deserto. Com o término do dilúvio, a arca atraca no monte Ararat. Noé então, deixa sair um corvo e uma pomba, as aves porém não encontrando terra para pousar retornaram a arca, Noé  espera mais sete dias, e solta de novo uma pomba, e desta feita retorna trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Assim, Noé compreendeu que as águas tinham baixado sobre a terra. Uma vez aberta a arca a Terra foi novamente repovoada. Pelos diferentes relatos verifica-se que todos os povos do Oriente conheciam o fato e se referiam a um dilúvio ocorrido nessa vasta região e em alguns desses relatos as semelhanças  são  flagrantes  e  nos dão  a  entender que,  ou  o conhecimento se originou de uma mesma fonte informativa, de um enorme cataclismo que  atingiu toda essa região e deixando na consciência coletiva dos diferentes povos que a habitavam a recordação histórica, para logo transformada em tradição religiosa ou em mito. Por outro lado, tudo, explica-se, admitindo-se que a existência do homem é anterior à época em que vulgarmente se pretende que ela começou; que diversas são as origens; que Adão, vivendo há seis mil anos, tenha povoado uma região ainda, desabitada; que o dilúvio de Noé foi uma catástrofe parcial e não total, confundida com o cataclismo geológico; e atendendo-se finalmente, na forma alegórica peculiar ao estilo oriental, forma que se nos depara nos livros sagrados de todos os povos. Segundo Allan Kardec, em A Gênese, cap. IX, pág. 179, escreve: “O dilúvio bíblico, também conhecido pela denominação de ‘grande dilúvio asiático’ é fato cuja realidade não se pode contestar. Deve tê-lo ocasionado o levantamento de uma parte das montanhas daquela região,  como o México. Corrobora esta opinião a existência de um mar interior, que ia outrora do mar Negro ao oceano Boreal, comprovada pelas observações geológicas.” Essas narrativas correspondem, a luz da ciência a um fenômeno natural conhecido academicamente em tese proposta por dois oceanógrafos da Universidade de Colúmbia, em Nova Jork(EUA) Willian Ryan e Walter Pitman,  como o  “Colapso do Portal de Bosporus”, que na realidade veio a ser o rompimento de uma barreira rochosa natural, precipitando assim as águas represadas do oceano Mediterrâneo, num grande vale verdejante, hoje conhecido por Mar Morto. Submerso nas águas desse oceano recentemente formado, os arqueólogos encontraram vários artefatos comprovando que  no passado de fato existiu naquele local,  uma civilização agro pastoril, coincidindo a data de sua existência com o dilúvio narrado pelos antigos povos da Mesopotâmia, ou seja 7.500 anos.
            Em nossas pesquisas encontramos aspectos bem similares com a narrativa bíblica sobre o nascimento de Moisés, com a história do rei Sargão I, que veio a ser o primeiro imperador semita dessa região que temos conhecimento. Diz a história, que o rei Sargão nascera de mãe humilde das regiões do alto Tigre após o seu nascimento sua mãe o  teria colocado num cesto de juncos, impermeabilizado por piche, e o confiou às águas do famoso rio. Ele flutuou rio abaixo e foi tirado das águas por um jardineiro das propriedades reais. A deusa se lhe afeiçoou e assim ele foi enobrecido, chegando finalmente a tornar-se  rei. Isto aconteceu cerca de 2.000 mil anos antes da história que a Bíblia(Êxodo, cap.2) relata sobre Moisés que é para nós muito conhecida, quase idêntica, só que a história bíblica foi escrita centenas de anos depois como atestam os arqueólogos. Por outro lado também podemos observar uma legenda idêntica no Mahabharata, da Índia, escrita muito anteriormente a existência de Sargão I e portanto de Moisés. Narra o Mahabharata, que uma cesta seguiu o curso do Ganges e aportou na cidade de Champa, no território de Suta. Um casal sem filho que por ali passava, vendo a cesta a recolheu, tirando dela um lindo menino, belo como o sol, revestido de uma armadura de ouro, com as orelhas ornadas de ricos brincos e o criaram. O rapaz, ao qual deram o nome de Kama, tornou-se um poderoso Chefe. Diversos modelos bíblicos sustentam suas raízes mais profundas nas culturas que se desenvolveram na antiga mesopotâmia. O dragão mecânico de bronze babilônico (Daniel, cap.14, vs. 22 e 23), chamado de Sirro, foi posteriormente representado como uma deidade maléfica. A narrativa bíblica, forneceu subsídios para a formação de um mito, gerando séculos mais tarde, mais um ingrediente, que adicionado a tantas outras interpretações errôneas, resultou na estruturação da figura do mal, como hoje conhecemos. Em Isaías cap. 27, v.1, esse mesmo dragão toma vida e reaparece como o Leviatã, monstro marinho, serpente veloz e sinuosa, conhecida em todo o mundo fenício como dragão dos mares, sendo  imediatamente associado pelos doutores da Igreja Católica, como uma personificação da mesma serpente maliciosa que em Gênesis, havia tentado Eva no paraíso. No começo da idade média, esse mesmo dragão que Daniel havia destruído, funde-se com o Leviatã citado pelo profeta Isaías, e com o dragão derrubado por São Miguel, reaparecendo no contexto terreno segundo os preceitos da teologia católica, duelando com um valente cavaleiro mítico, montado num maravilhoso cavalo branco equipado por uma armadura de aço reluzente, quase divina,  chamado (São) Jorge, que na realidade foi um príncipe cristão de uma antiga região da Ásia menor denominada Capadócia, martirizado no tempo do imperador Diocleciano(245-313), em 303. A imagem de um cavaleiro medieval foi a caracterização mais oportuna e adequada que a igreja encontrou naquele período para identificar e  personificar a figura do bem sobrepujando as forças do mal e das trevas, além de substituir o culto do deus Mithra entre os romanos. O fato dos dragões cuspirem fogo, e viverem em cavernas, segundo as crenças ocidentais do passado, reforçava a idéia que eles eram oriundos do subterrâneo, local onde na antigüidade acreditava-se estar situado o Inferno, daí a relação da figura antagônica ao bem com o fogo. Foi a partir desses símbolos, oriundos da imaginação dos antigos Babilônicos  e Fenícios é que mais tarde se desenvolveram as imagens que iriam eclodir o conceito de um “Ser Maligno”, provocador da desordem e do caos. A respeito do conceito de  morte e ressurreição, os teólogos judeus da época buscaram inspiração nos cultos aos deuses dos Babilônicos, Bel, personificava a deusa da terra,  Marduk, o deus supremo e Tammuz, o deus da  primavera. Segundo as crenças babilônicas essas deidades  morriam e ressuscitavam incessantemente através do Sol, o qual nessa civilização ocupava uma função e papel preponderante e relacionava-se diretamente com os três deuses supracitados: Bel, Marduk e Tammuz. Esta representação originou-se a partir do momento em que os babilônicos começaram a associar seus deuses aos astros, e desta forma, o equinócio de outono, que acontecia devido a inclinação média e natural do curso do Sol, a terra entrava  no inverno, ou seja, nas trevas, segundo as antigas concepções, e as divindades, que por sua vez, estivessem atreladas a esse mecanismo “morriam”, para renascerem novamente na primavera dando nova vida ao mundo. O profeta Ezequiel atesta essa crença no (cap. 8, v.14), do seu livro, nos descrevendo que as mulheres de Jerusalém ficavam sentadas as portas setentrionais da cidade, chorando a morte de Tammuz, e o profeta Zacarias nos lembra outra cena  idêntica, atestando dessa forma o culto desses deuses. Esse pensamento alegórico, gerou deduções errôneas sobre a ressurreição, que perduram até os dias de hoje, apesar das advertências de Paulo de Tarso, principalmente em sua carta aos Coríntios, enfatizando que após a morte o que ressuscita é o corpo espiritual. O apóstolo dos gentios, obviamente conhecia pela sua formação cultural e cosmopolita, os fundamentos das crenças na ressurreição nos tempos antigos, especialmente entre os babilônicos, os quais  caracterizavam os astros como deidades. O próprio Egito, terra dos deuses nos apresenta conto similar sobre a ressurreição com mito de Set e Osíris. A tradição judaica de soltar um preso na páscoa nos tempos de Jesus, tem suas raízes na Babilônia, na qual o deus Marduk era consagrado na festa de ano-novo, colocando-se um criminoso em liberdade, enquanto Marduk, ou seja, um homem que o representava , era martirizado e morto, no posto do criminoso verdadeiro. Desta forma, a tradição judaica da Páscoa, (diga-se de passagem, uma cópia fiel de parte dos ritos de ano-novo da Babilônia), de se libertar um criminoso anteposto ao Cristo no julgamento conduzido por Pilatos conforme narram os evangelhos,  é um indício proeminente dessa absorção cultural. Encontramos em Mateus no (cap.27, vs. 16 e seg.),  que descreve o nome do criminoso como Barrabás, mais existe uma variante do mesmo Evangelho segundo depoimentos do chamado Pai da Igreja Primitiva,  Orígenes de Alexandria, que apresenta o nome do criminoso como Jesus-Barabas, que significa “filho do pai” ou “filho do pai Iavé”. Para os povos semitas, “Filho do Pai”, era uma forma genérica para designar os homens oferecidos em sacrifício expiatório, pelos próprios pais, ao deus supremo. Desta forma, a própria versão do nome Barrabás, como Jesus-Barabas, apresenta-nos ingredientes míticos que possivelmente associam-se aos mitos babilônicos e a expiação de Marduk.  A própria árvore de natal, um símbolo de consagração, é um mito referente a adoração da deusa fenícia  da vegetação, que era representada por um tronco ou uma árvore segundo Deuteronômio (cap.16 v.22; Jeremias cap.40 vs 2-6, Isaías cap.44 vs 14-17, Oseás cap.4 v13 ). Sabe-se que os babilônicos consagravam uma árvore aos pés dos deuses e levavam para casa como aprovação dos mesmos; era símbolo do deus dentro de casa, porque não era permitido fazer a réplica da imagem. Sabe-se que a árvore sagrada(macieira) encontrada no centro do paraíso bíblico em Gênesis, figurando como a “Árvore do Conhecimento”,  é um símbolo de conhecimento iniciático, encontrado em todas as tradições ancestrais. A árvore Bodhi, representada por uma figueira, na qual Buda depois de quarenta e nove dias em meditação recebeu a iluminação é um exemplo dessa conecção com a natureza cósmica. Assim como a árvore nórdica denominada Yggdrasil, representava o deus Odin. servia de abrigo para as reuniões e concílios e seus galhos ultrapassavam os limites dos céus.
A cultura da antiga mesopotâmia provavelmente, foi inicialmente levada pelo patriarca Abraão como já citamos acima, e reforçada pelo exílio hebreu na Babilônia. Esta hipótese encontra alicerce em uma contradição verificada em Gênese (cap.10,v.10), aonde observamos que Nemrod bisneto de Noé, poderia ter vivido e se instalado na Babilônia, mais indagamos como esse fato teria acontecido, se simplesmente a Babilônia por essa época,  ainda não existia. Daí surge a suposição por nossa parte da estrutura da Bíblia ter sido modificada nos tempos do exílio, pois os babilônios eram muito liberais permitindo que os hebreus cultuassem o seu Deus ,praticassem os seus rituais e escrevessem seus textos sagrados. Em uma terra aonde os deuses imperavam, que mal havia de fazer o “Deus” hebreu, pensavam os babilônicos. Outro aspecto importante a ser abordado é que a Babilônia, era uma cidade cosmopolita, as pessoas que lá viviam tinham grandes conhecimentos, e poderiam ter muito bem influenciado os escribas hebreus em muitos pontos. No romance histórico Semíramis, de Camilo Chaves, editora Lake, páginas 286 e 287, encontramos uma colocação bem pertinente sobre este aspecto:“Tornara-se pois, a Babilônia uma grande colmeia humana, com seus dez milhões de habitantes, acrescido de inúmeros forasteiros, atraídos pelas notícias dos acontecimentos inaugurais, nas suas praças e jardins, fervilhava gente de todos os países, em festiva algazarra, lembrando o abstruso linguagem dos tempos bíblicos da confusão de línguas.
A própria torre de Babel, só poderia ser um zigurate,( torres piramidais utilizadas como templos), de origem Suméria, Assíria e Babilônica, uma vez que o povo hebreu não tinha conhecimento nem tecnologia para efetuar construção de tamanho vulto. Sendo assim, encontramos na raízes da Antiga Mesopotâmia, os fundamentos que originaram a base para as três principais religiões monoteítas que  hoje conhecemos: O Judaísmo, Catolicismo e o Islamismo.

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