terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Animismo


ANIMISMO


O conceito da antropologia, sobre o animismo,  refere-se basicamente como o homem no passado se relacionava com a divindade que ele acreditava existir, pois para os antropólogos o animismo se baseia única e exclusivamente em uma crença, que naturalmente redundou em uma religiosidade para a espécie humana nos primórdios de sua civilização. Segundo pesquisas arqueológicas mais recentes, foram encontrados inúmeros artefatos, assim como pinturas rupestres em cavernas, indicando, segundo os cientistas, que na antigüidade ancestral, era extremamente comum  para o homem considerar que todas as coisas existentes possuíam um espírito que as animava e lhe dava a vida. Sendo assim, os espíritos habitavam lugares específicos como árvores, montanhas, cavernas, rios, mares, ou poderiam viver em outros planos de existência, como o céu e o mundo subterrâneo. Todos esses espíritos desempenhavam um papel preponderante e ativo no mundo, podendo influenciar tudo, desde o clima até as ações de uma pessoa. Portanto, respeitar os espíritos e agradá-los era sem dúvida, vital para a religião animista. Na realidade a palavra animismo foi a princípio empregada por Stahl,(1660-1734) médico e químico alemão, que em seu sistema médico, considerava a alma “anima”, como o princípio vital. Para ele o corpo não era somente a criação da própria alma,como ainda toda as funções vitais eram executadas por ela. Na realidade esse pensamento é uma perfeita visão e descrição do papel do “perispírito” descrito por Kardec, 150 anos depois. Na tentativa de entendermos melhor o animismo sobre a ótica espiritualista, Alexandre Aksakof, a partir de exaustivas observações e ensaios, no seu livro “Animismo e Espiritismo”, faz uma divisão dos fenômenos anímicos em quatro principais grupos a saber:

1 – Ação extracorpórea do homem vivo, comportando efeitos psíquicos(fenômenos de telepatia – impressões transmitidas a distância);
2 – Ação extracorpórea do homem vivo comportando efeitos físicos (fenômenos telecinéticos – transmissão do movimento à distância);
3 – Ação extracorpórea do homem vivo, sob forma de aparecimento de sua imagem ( fenômenos telefânicos – aparecimentos de duplos);
4 – Ação extracorpórea do homem vivo manifestando-se sob a forma de aparecimento de sua imagem com certos atributos de corporiedade (fenômenos teleplásticos – formação de corpos materializados).



O grande pesquisador italiano Ernesto Bozzano em sua obra “Animismo ou Espiritismo”, depois de um estudo bem catalogado contendo inúmeros relatos de pessoas e fontes confiáveis, deduz que as comunicações mediúnicas entre vivos provam a realidade das comunicações mediúnicas com desencarnados, denominados por ele por “defuntos”. Em outras palavras para Bozzano, o Animismo prova o Espiritismo, ou seja, prova a intervenção do mundo espiritual sobre o mundo material. Desta forma, Bozzano atesta o pensamento do homem primitivo, o qual abordamos no começo desse capítulo. Esses fenômenos na antigüidade foram também uma das causas para o surgimento do pensamento religioso e mitológico. O conceito espírita de animismo portanto, não é o mesmo adotado por antropólogos, sociólogos, e estudiosos do comportamento religioso, que atribuem a religião animista, um pensamento rudimentar adotado pelo homem com a finalidade de tentar entender e se relacionar com a divindade. Animismo em termos de Espiritismo, doutrina codificada por Allan Kardec, significa estritamente a uma categoria de fenômenos psíquicos, produzidos pela ação do espírito do próprio médium. O Espiritismo aceita o pensamento animista ancestral com algumas ressalvas, entendendo que todos os seres vivos possuem um princípio espiritual específico em evolução, com a exceção do homem que  possui esse mesmo princípio em evolução sob uma forma mais desenvolvida, porém todos funcionam como um organizador biológico da própria matéria formadora do corpo. Portanto, utiliza-se o termo animismo para distinguir e diferenciar o fenômeno de origem extra-humana, ou seja, comunicações efetuadas por Espíritos através da mediunidade, com fenômenos obtidos pela natureza da ação do próprio espírito encarnado. Então concluímos que os fenômenos ditos anímicos, são os que  sempre são  causados pela natureza do próprio indivíduo, muita das vezes inconscientemente, e de uma maneira geral, se pronunciam segundo definição de Aksakof, por estados psíquicos especiais que permitem ao mesmo tempo que favorecem o fenômeno em questão.
            O perfeito entendimento do termo “animismo” nos capacita entender melhor os aspectos psicológicos inerentes ao caminho evolutivo do homem e suas devidas influências na vida de relação, sejam elas materiais ou espirituais.

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