ANIMISMO
O conceito da antropologia,
sobre o animismo, refere-se basicamente
como o homem no passado se relacionava com a divindade que ele acreditava
existir, pois para os antropólogos o animismo se baseia única e exclusivamente
em uma crença, que naturalmente redundou em uma religiosidade para a espécie
humana nos primórdios de sua civilização. Segundo pesquisas arqueológicas mais
recentes, foram encontrados inúmeros artefatos, assim como pinturas rupestres
em cavernas, indicando, segundo os cientistas, que na antigüidade ancestral,
era extremamente comum para o homem
considerar que todas as coisas existentes possuíam um espírito que as animava e
lhe dava a vida. Sendo assim, os espíritos habitavam lugares específicos como
árvores, montanhas, cavernas, rios, mares, ou poderiam viver em outros planos
de existência, como o céu e o mundo subterrâneo. Todos esses espíritos
desempenhavam um papel preponderante e ativo no mundo, podendo influenciar
tudo, desde o clima até as ações de uma pessoa. Portanto, respeitar os
espíritos e agradá-los era sem dúvida, vital para a religião animista. Na
realidade a palavra animismo foi a princípio empregada por Stahl,(1660-1734)
médico e químico alemão, que em seu sistema médico, considerava a alma “anima”, como o princípio vital. Para ele
o corpo não era somente a criação da própria alma,como ainda toda as funções
vitais eram executadas por ela. Na realidade esse pensamento é uma perfeita
visão e descrição do papel do “perispírito”
descrito por Kardec, 150 anos depois. Na tentativa de entendermos melhor o
animismo sobre a ótica espiritualista, Alexandre Aksakof, a partir de
exaustivas observações e ensaios, no seu livro “Animismo e Espiritismo”, faz uma divisão dos fenômenos anímicos em
quatro principais grupos a saber:
1 – Ação extracorpórea do
homem vivo, comportando efeitos psíquicos(fenômenos de telepatia – impressões
transmitidas a distância);
2 – Ação extracorpórea do
homem vivo comportando efeitos físicos (fenômenos telecinéticos – transmissão
do movimento à distância);
3 – Ação extracorpórea do
homem vivo, sob forma de aparecimento de sua imagem ( fenômenos telefânicos –
aparecimentos de duplos);
4 – Ação extracorpórea do
homem vivo manifestando-se sob a forma de aparecimento de sua imagem com certos
atributos de corporiedade (fenômenos teleplásticos – formação de corpos
materializados).
O grande pesquisador
italiano Ernesto Bozzano em sua obra “Animismo
ou Espiritismo”, depois de um estudo bem catalogado contendo inúmeros
relatos de pessoas e fontes confiáveis, deduz que as comunicações mediúnicas
entre vivos provam a realidade das comunicações mediúnicas com desencarnados,
denominados por ele por “defuntos”.
Em outras palavras para Bozzano, o Animismo prova o Espiritismo, ou seja, prova
a intervenção do mundo espiritual sobre o mundo material. Desta forma, Bozzano
atesta o pensamento do homem primitivo, o qual abordamos no começo desse
capítulo. Esses fenômenos na antigüidade foram também uma das causas para o
surgimento do pensamento religioso e mitológico. O conceito espírita de
animismo portanto, não é o mesmo adotado por antropólogos, sociólogos, e
estudiosos do comportamento religioso, que atribuem a religião animista, um
pensamento rudimentar adotado pelo homem com a finalidade de tentar entender e
se relacionar com a divindade. Animismo em termos de Espiritismo, doutrina
codificada por Allan Kardec, significa estritamente a uma categoria de
fenômenos psíquicos, produzidos pela ação do espírito do próprio médium. O
Espiritismo aceita o pensamento animista ancestral com algumas ressalvas,
entendendo que todos os seres vivos possuem um princípio espiritual específico
em evolução, com a exceção do homem que
possui esse mesmo princípio em evolução sob uma forma mais desenvolvida,
porém todos funcionam como um organizador biológico da própria matéria
formadora do corpo. Portanto, utiliza-se o termo animismo para distinguir e
diferenciar o fenômeno de origem extra-humana, ou seja, comunicações efetuadas
por Espíritos através da mediunidade, com fenômenos obtidos pela natureza da
ação do próprio espírito encarnado. Então concluímos que os fenômenos ditos
anímicos, são os que sempre são causados pela natureza do próprio indivíduo,
muita das vezes inconscientemente, e de uma maneira geral, se pronunciam
segundo definição de Aksakof, por estados psíquicos especiais que permitem ao
mesmo tempo que favorecem o fenômeno em questão.
O
perfeito entendimento do termo “animismo”
nos capacita entender melhor os aspectos psicológicos inerentes ao caminho
evolutivo do homem e suas devidas influências na vida de relação, sejam elas
materiais ou espirituais.
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