terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Religião Ancestral


AS PRIMEIRAS PERCEPÇÕES RELIGIOSAS


            Nos primórdios das civilizações, o homem ainda encontrava-se incapaz de explicar de modo científico as forças cósmicas e telúricas que percebia, as quais  influenciavam diretamente a sua existência. Os raios, os ventos, as enchentes, as avalanches espetaculares sugeriam ao pensamento humano na fase em que se apresentava, a idéia de um poder maior que tudo dirigia. O filósofo italiano, Giambattista Vico(1668-1774), sugeria em hipótese, que a primeira idéia de divindade fora suscitada pelo ruído do trovão. Para ele, esse estrondo é a primeira sugestão da existência de um poder superior que dirigia a comunidade humana. A partir do desenvolvimento gradual da humanidade através de inúmeras pequenas descobertas, citando o fogo como a principal na chamada idade da pedra, o cérebro começa atingir uma certa capacidade, e  neste momento acontece uma transformação da consciência e do entendimento do homens no orbe terreno, e é neste período que aparecem os primeiros rudimentos e indícios indiscutíveis de um pensamento mitológico/religioso professado pelas tribos nômades, que neste tempo dominavam a Terra. 




Esse binômio, mito-religião, começou a se manifestar basicamente no período em que viveu o Homem de Neandertal,  por volta de 60.000 anos antes de Cristo, e que segundo as pesquisas mais recentes no campo da arqueologia, aparecem os primeiros sepultamentos, acompanhados das devidas oferendas. 





Nesse ponto a associação da divindade começa a ser diretamente ligada ao processo da alimentação, fazendo desse simples processo um ato cerimonial. Segundo a percepção daqueles homens, em sua psicologia primitiva, a própria vida se produz consumindo-se a si mesma em suas várias manifestações e nos seus mais diferentes aspectos. Essa idéia, a priori representa o pacto dos homens, para  com os animais, esses por sua vez, são cultuados em rituais de agradecimento, e pelos sacrifícios acreditavam os homens,  que energia que os mantinha, retornava a  fonte provedora da vida,  como forma de oferenda que certamente lhes garantiria a abundância principalmente de alimento para o porvir. Esse conjunto de cerimônias religiosas ficou conhecido como culto ou liturgia. A palavra culto do verbo colere, cultivar, é empregada para designar adoração, mas na ciência das religiões é um termo coletivo que designa todas as formas de rito religioso. O culto promove o contato com o sagrado, e por isso, costuma-se ser realizado em lugares considerados sagrados. Desta forma, o consumo dos animais e a quase total dependência deles através da alimentação e das vestimentas, fazia o homem entender que era totalmente dependente deles cultuando-os. Um processo equivalente se observa para relação com o mundo vegetal, onde as árvores forneciam os frutos e abrigo necessário para a conservação da vida humana,  assim como o reino mineral tinha também o seu papel fornecendo refúgio nas cavernas naturais, como também utensílios e material para a caça  e disputas tribais. A natureza de uma forma geral, dirigia as ações do homem, ao tempo que fornecia os meios necessários para sua sobrevivência no planeta. Nos primórdios, a capacidade de entendimento do homem era limitada pela sua própria estrutura cerebral, ainda em desenvolvimento, esse aspecto ainda o colocava  praticamente dependente do meio em que vivia, sendo completamente por ele direcionado e influenciado. Da maneira pela qual entendiam as diversificadas manifestações dos fenômenos da natureza, é que se originaram os primeiros rudimentos para um entendimento religioso por parte de inúmeras culturas indígenas ou aborígenes no planeta naquelas épocas remotas, que começaram a aparecer a título de mitologia. Na tentativa de entendermos com mais amplitude esse processo, o Espírito Emmanuel nos relata através do psicografia de Francisco Cândido Xavier em “A Caminho da Luz”, Edição da Feb, que muitos Espíritos avançados encarnaram nesse época  na Terra, em corpos rudimentares, e com o auxílio direto dos Espíritos superiores coordenados por Jesus, fixaram ao longo de séculos de trabalho incessante o tipo humano, que hoje conhecemos, e que aliás ainda encontra-se em processo evolutivo.




 Então percebemos que muitos desses Espíritos exilados, que encarnaram na Terra, e que naturalmente habitaram essas tribos, embora muitos ainda ainda rebeldes, traziam do Sistema de Capela, idéias e conhecimentos religiosos, que de uma maneira ou de outra amealharam durante o seu processo evolutivo nesse Sistema, ao qual eram oriundos.



 Aqui na Terra não só esses conhecimentos de caráter religioso mais outros, como os científicos, foram exteriorizados gradativamente, segundo a capacidade cerebral que aqueles corpos permitiam, e foi assim, desta forma que esses espíritos de origem extra planetária aceleraram o processo evolutivo da espécie dos hominídeos no planeta Terra. Assim começava o homem rudimentar a vislumbrar os aspectos espirituais e transcendentes de sua própria natureza no planeta, ainda de maneira primária, como não poderia ser de maneira diferente, começava a ensaiar os primeiros passos na  tentativa de desvendar os aparentes mistérios que envolviam seu propósito de encarnação no orbe terreno. Séculos e séculos mais tarde, com o corpo físico já mais aprimorado, o espírito pode agir mais plenamente, através da inteligência, despertando suas potencialidades que encontravam-se latentes, possibilitando o  surgimento da escrita e da matemática e das ciências, permitindo a partir daí, a observação precisa do firmamento,  estabelecendo que os planetas se moviam com uma velocidade perfeitamente determinável e que cada planeta, como cada estrela era uma pequena parte desse  todo que chamamos Universo. Essa visão representa uma reformulação quase que total no pensamento da antigüidade, e com elas inúmeras ciências e diversos teorias eclodem nesse período. Verificamos então que nas sociedades e culturas primitivas,  o culto das rochas, das árvores, dos animais, dos lugares, começa a dar lugar, para uma concepção mais abrangente do universo, começamos a desenvolver uma visão cósmica. Desta forma, religião da coluna com seus altares em e sacrifícios ritualísticos, começaram a receber uma influência mais direta dos astros, as estrelas e os planetas começaram a interagir com a natureza, fornecendo pistas e indicando os novos caminhos a serem seguidos pela humanidade. Este conceito foi lentamente, agregando-se as antigas concepções animistas de modo a introduzir no meio das sociedades mais modernas em cada época, novas idéias que passaram a dominar o pensamento dos homens no orbe terreno. A religiosidade do antigo Egito é um bom exemplo disso, alguns deuses são personificações híbridas de seres humanos com animais, o céu e as estrelas passam ser a morada definitiva dos deuses.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário