A CRENÇA NO FIM DO MUNDO ATRAVÉS DOS
TEMPOS
“Séculos houve, de fé ardente e
profunda, nos quais importa considerar, fora de doutrina cristã, todas as
religiões abriram a mesma porta para o desconhecido, no extremo limite da
jornada terrena. É a porta do Dante na Divina Comédia, posto que todas não
houvessem imaginado, para além dessa porta simbólica, o paraíso, o inferno e o
purgatório dos cristãos. Zoroastro e o Zendavestá ensinavam que o mundo devia
perecer de ignição. A mesma idéia se encontra na epístola de S.Pedro. Parecia
que as tradições de Noé e do Deucalião indicavam uma primeira destruição pela
água e a segunda pelo elemento contrário.Entre os Romanos, Lucrécio, Cícero,
Virgílio, Ovídio, têm a mesma linguagem e anunciam a destruição final pelo
fogo. No capítulo anterior, vimos que, no pensamento de Jesus, a geração a que
se dirigia não deveria morrer antes da catástrofe anunciada. S. Paulo, o
verdadeiro fundador do Cristianismo, apresenta a crença na ressurreição e no
próximo fim do mundo, como dogma fundamental da nova Igreja. E chega mesmo a
repeti-lo oito ou nove vezes, em sua 1º
Epístola aos Coríntios. Vejamos algumas:
I
CORÍNTIOS, CAP.1,VS.7 e 8
Assim,
enquanto aguardais a manifestação de
Nosso Senhor Jesus Cristo, não nos falta dom algum. Ele há de vos confirmar
até o fim.
I
CORÍNTIOS, CAP.3,V.13
...
a obra
de cada um aparecerá. O dia (do
julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que
vale o trabalho de cada um.
I
CORÍNTIOS, CAP.4,V.5
Por
isso não julgueis antes do tempo;
esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas
trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então, cada um receberá de
Deus o louvor que merece.
I
CORÍNTIOS, CAP.6,V.2 e 3
Não sabeis que os santos julgarão o
mundo? E, se o mundo há de ser
julgado por vós sereis indignos de julgar os processos de mínima importância.
Não sabeis que julgaremos os anjos? Quanto mais, as pequenas questões dessa
vida!
I
CORÍNTIOS, CAP,.11,V.26
Assim,
todas as vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice, lembrais da morte do
Senhor, até que venha.
I
PEDRO CAP. 3 V.4
Eles
dirão:” Onde está a promessa de sua vinda? Desde
que nossos pais morreram, tudo continua como desde o princípio do mundo.”
“Infelizmente para o profeta, os discípulos, aos quais
assegurava que não morreriam antes do advento, sucumbiram uns após os outros,
de morte comum. S. Paulo, que não conhecera pessoalmente a Jesus, mas que era o
mas ativo apóstolo da igreja nascente, acreditava viesse ele mesmo até o dia da
grande aparição.Porque o mesmo Senhor do céu descerá com algazarras, e com voz
de Arcanjo, e com a trombeta de: Deus: e os que em Cristo morreram, primeiro
ressuscitarão: Depois nós outros, que ficarmos vivos, seremos com eles
juntamente arrebatados, “saindo” ao encontro do Senhor em o ar: e assim
estaremos sempre com o Senhor. _ Assim que uns aos outros consolai-vos com estas
palavras.“Contudo, todos faleceram e o predito fim do mundo, com a volta
definitiva do Messias, não se realizou. Nem por
isso a crença
desapareceu. Deixava-se, apenas, de interpelar à letra a predição do
Mestre, para buscar-lhe o espírito. Contudo,
não deixou de ser um grande golpe na crença evangélica .Passaram a
amortalhar piedosamente os mortos, a encerrá-los em sarcófagos, sobre os quais
inscreviam epitáfios que diziam ali dormirem eles até o dia da ressurreição.
Jesus deveria voltar “breve”, a fim de julgar
“os vivos e os mortos”. A senha de identificação dos cristãos era
Maranatha, que se traduz por __ o Senhor virá.Os apóstolos Pedro e Paulo
morreram, provavelmente, no ano 64, durante a horrível carnificina ordenada por
Nero, após o incêndio de Roma, engendrando por ele e depois atribuído aos
cristãos, para ensejar-se o gozo de novos suplícios. S. João escreveu o
Apocalipse em 69. Uma onda de sangue se espalha sod o reinado do verdugo.
Dir-se-ia que o martírio era o galardão da virtude. O Apocalipse parece escrito
no âmbito da alucinação coletiva e prefigura Nero o anticristo, precursor da
volta do Messias. Surgem os prodígios de toda a parte. Cometas, estrelas
cadentes, chuva de sangue, monstros, tremores de terra, fome, peste e,
sobretudo, a guerra dos Judeus e a queda de Jerusalém. Nunca poder-se-á talvez dizer se acumularam tantos horrores em
tão curto período de anos(64 a
69).
A pequena igreja de Jesus
parecia estar completamente dispersada. Em Jerusalém fora impossível
permanecer. O terror de 1793 e a Comuna de 1871 nada representam ao lado da
guerra civil da Judéia. A família de Jesus teve de fugir da cidade santa.
Jaques o irmão de Jesus, fora assassinado. Falsos profetas surgiam para que se
completasse a profecia. O Vesúvio elaborava a tremenda erupção de 79, e já em
63 Pompeia tinha sido abalada por um tremor de terra.Patentes estavam, pois,
todos os prenúncios do fim do mundo. O Apocalipse o confirma, Jesus vai
repontar num trono de nuvens, os mártires serão os primeiros a ressuscitar. O
anjo julgador aguarda apenas a ordem de Deus. Mas, após a tempestade veio a
bonança, terminou a guerra dos Judeus, o templo de Jerusalém não mas se
reconstituirá, Nero sucumbe com a revolução de Galba, Vespasiano e Tito
promovem a paz (ano 71) e ... o mundo não acabou. Impôs-se, desde então, uma nova interpretação evangélica. O advento
do Cristo foi procrastinado para quando se consumasse a derrocada do velho
mundo romano, oferecendo, assim, tal ou qual margem aos comentadores. A
catástrofe final permanecia como infalível, mesmo próxima, in novíssimo die,
embora atufada de nuvens imprecisas, que lhe tiram todo o sentido literal, e
mesmo espiritual, das profecias.Não obstante, continua-se a esperar.Santo
Agostinho consagra o XX capítulo de a Cidade de Deus (ano 426), a pintar a
renovação do mundo, a ressurreição, o juízo final e a Nova Jerusalém. O livro
XXI reporta-se à descrição do fogo eterno. O bispo de Catargo, diante do
fracasso de Roma e do império, presume assistir ao primeiro ato do drama. Mas, o
reino de Deus devia durar 1000 anos, e Satanás só poderia chegar depois.
S. Gregório, bispo de Tours (573), primeiro historiados dos Francos, assim começa a sua História.“o momento em que
retraço as lutas realengas com as nações inimigas, não resisto ao desejo de
expor minha crença. O terror produzido pela perspectiva do próximo fim do mundo
de anos já transcorridos, por saber claramente quantos conta o começo do
mundo”.O Salvador viera santificar a humanidade.Que esperaria ela para
transportá-la ao céu? A tradição cristã perpetuava-se de ano em ano, de século
em século, apesar dos desmentidos da Natureza. Qualquer catástrofe _ tremor de
terra, epidemia, fome, inundação; qualquer fenômeno _ eclipse, cometa, furacão,
tempestade, eram encarados como sinais precursores do cataclismo final. “
(Camille Flammarion, O Fim do Mundo, págs.104 a 128).
O JUÍZO
FINAL
“Com
relação ao arrebatamento promulgado pelas igrejas de um modo geral, observamos
através de uma análise crítica e racional que ninguém será arrebatado. Se o
arrebatamento fosse uma verdade porque nas parábolas de Jesus o joio e o trigo
deveriam crescer juntos? Isto evidencia que o trigo os homens de bens estariam
sempre convivendo com os espíritos ainda ignorantes, sendo essa separação feita
apenas no momento da colheita ou seja o morte do corpo físico. Sendo que este
processo perduraria até o momento que esses próprios homens de bem, atingissem
um patamar evolutivo os quais pudessem estar livres do rosário de encarnações
no orbe terreno. Jesus anuncia o seu segundo advento, mas não diz que voltará à
Terra com o corpo carnal, nem que personificará
o Consolador. Apresenta-se como
tendo de vir em Espírito, na glória de seu Pai, a julgar o mérito e o demérito
e dar a cada um segundo as suas obras, quando os tempos forem chegados. Estas
palavras: “Alguns há dos que aqui estão que não sofrerão a morte sem terem
visto vir o Filho do homem no seu reinado” Parecem encerrar uma contradição,
pois é incontestável que ele não veio em vida de nenhum daqueles que estavam
presentes. Jesus entretanto, não podia enganar-se numa previsão daquela
natureza e, sobretudo, com relação a uma coisa contemporânea e que lhe dizia
pessoalmente a respeito. Há primeiro, que indagar se suas palavras foram sempre
reproduzidas fielmente. É de duvidar-se, desde que se considere que ele nada
escreveu; que elas só foram registradas depois de sua morte; que mesmo o
discurso cada evangelista o exagerou em termos diferentes, o que constitui
prova evidente de que as expressões de que eles se serviram não são
textualmente as de que se serviu Jesus. Além disso, é provável que o sentido
tenha sofrido alterações ao passar pelas tradições sucessivas.”(Allan Kardec, A
Gênese, Cap. XVII, Item 45.)
“Tendo
que reinar na Terra o bem, necessário é
sejam dela excluídos os Espíritos endurecidos no mal e que possam acarretar-lhe
perturbações. Deus permitiu que eles aí permanecessem o tempo de que precisavam
para se melhorarem; mas, chegado o momento em que, pelo progresso moral de seus
habitantes, o globo terráqueo tem de ascender na hierarquia dos mundos,
interdito será ele, como morada, a encarnados e desencarnados que não hajam
aproveitado os ensinamentos que uns e outros se achavam em condições de aí
receber. Serão exilados para mundos inferiores, como foram outrora para a Terra
os da raça adâmica, vindo substituí-los Espíritos melhores. Essa separação, a
que Jesus presidirá, é que se acha figurada por estas palavras sobre o juízo
final: “Os bons passarão à minha direita e os maus a minha esquerda.” (Allan
Kardec, A Gênese, Cap. XVII, Item 63.)
“ Com
fundamento nestas palavras de Jesus, contidas no Evangelho segundo Mateus,
tornou-se universal a crença de que Jesus voltaria à Terra, mesmo antes que
seus apóstolos ou discípulos percorressem todas as cidades de Israel.
Esperançosos desse novo advento do Mestre, mas pressionados por tremenda
perseguição, os cristãos passaram a adotar palavras que encerravam um sentido
velado. A fim de se reconhecerem entre si e formarem um elo entre todos, empregavam
a expressão Maranatha, que quer dizer o Senhor não tardará, isso porque
supunham que, antes antes que tivessem que percorrer todas as cidades de
Israel, a volta do Cristo se consumaria revestida de todo poder e glória,
pondo, assim, termo às perseguições e implantando, definitivamente, o seu Reino entre os homens.
Supunham que o retorno de Jesus seria quase imediato. De forma idêntica, os
chamados pagãos, nos primórdios do Cristianismo, admirados de que os Cristãos
se abstivessem do culto oficial, lhes perguntavam qual era o seu Deus, ao que
os interrogados respondiam: ICTHUS, palavra grega que literalmente significa peixe. Então, os satíricos zombavam
daqueles ateus, que, não crendo nos
deuses, adoravam um peixe. O sentido, porém, era muito diferente, no espírito
dos cristãos: as cinco letras que compõem aquela palavra em grego são as letras
iniciais das cinco palavras: léous
Christos Théon Yos Soter, que
significam: “Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador”.” (Casos Controvertidos do
Evangelho-Paulo Alves Godoy, pags. 43 e 44)
MATEUS CAP. 5 V5
Bem aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
MATEUS CAP. 13,V.30
Deixai-os
crescer juntos até à colheita. No
tempo da colheita direi aos ceifadores: Arrancai primeiro o joio e atai-o em
feixes para queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro.
MATEUS CAP. 24,V. 20 a 22
Rogai para que vossa fuga não seja no inverno, e nem
em dia de sábado; porque então a tribulação será tão grande como nunca foi
vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será. Se aqueles dias não fossem abreviados,
criatura alguma escaparia, mas por causa dos escolhidos, aqueles dias serão
abreviados.
MATEUS CAP.25, VS.34 a 36
Então, o Rei virá aos que então à direita: “Vinde, benditos de meu pai, tomai posse do
reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e
me deste de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me
acolhestes; nu, e me vestistes; enfermo e me visitastes; estavas na prisão e
viestes a mim.
A IGNORÂNCIA DA
ÉPOCA
‘A Igreja por muito tempo considerou hereges os sábios
que afirmavam o movimento da Terra. Galileu foi
condenado ao cárcere por ter
ensinado que o Globo se movia. O frade irlandês Virgílio foi excomungado pelo
papa Zacarias, por haver afirmado e
existência dos antípodas.Tomando ao pé da letra o que não passava de figuras, a
Igreja não podia crer na esfericidade do Globo, desde que muitas passagens das
escrituras parece impor-lhes quatro cantos. Agora declara ela que, falando da
imobilidade da Terra no centro do mundo, as Escrituras se colocam no ponto de
vista da ignorância antiga, e, em certos casos, se amoldou ao sistema de
Galilleu e de Descartes. Não o fez, porém, sem longas hesitações, porque as
obras de Galileu de Copérnico não foram eliminadas do Índex senão em 1835.
Chegou assim a Igreja, insensivelmente, a considerar uma simples ficção o que
outrora para ela constituía um dogma. Nesse ponto foi, pois, a Ciência que
auxiliou a compreender a Bíblia.O mesmo aconteceu com as opiniões acerca da Criação.
A extrema antigüidade do nosso planeta e sua lenta formação, estabelecidas pela
Ciência, foram condenadas muito tempo pela Igreja, como opostas à narrativa do
Gênesis. Hoje ela cede à pressão dos estudos geológicos e já não vê na
descrição bíblica senão um quadro simbólico da obra da Natureza,
desenvolvendo-se através dos tempos, de conformidade com um plano
divino.Deter-se-á aí? Não será obrigada a inclinar-se diante da História e da
exegese, como fez diante da Astronomia e da Geologia? Não virá a desvencilhar a
personalidade do Cristo e sua elevada missão de ordem moral, de todas as
hipóteses formuladas sobre a sua origem e natureza divinas?
A Igreja, depois de haver
combatido e anatemizado a Ciência, deverá forçosamente acompanhá-la e assimilar
todas as suas descobertas, se quiser viver. E nem por isso ficarão menos os
seus erros seculares a atestar a impotência, no sentido de se elevar por si
mesma ao conhecimento das leis universais. E será o caso perguntar __ tendo
assim a Igreja se enganado acerca de coisas físicas, sujeitas sempre à
verificação __ que crédito se lhe pode dar no concernente às doutrinas
místicas, excluídas até hoje da crítica e do exame? “(Léon Denis, Cristianismo
e Espiritismo, págs.113 e 114).
“A Bíblia evidentemente encerra
fatos que a razão, desenvolvida pela Ciência, não poderia hoje aceitar e outros
que parecem estranhos
e derivam de costumes que já não são os nossos. Mas, a par disso,
haveria parcialidade em se não reconhecer que ela guarda grandes e belas
coisas. A alegoria ocupa ali considerável espaço, ocultando sob o seu véu
sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desça do âmago do
pensamento, pois que logo desaparece o absurdo.”( Allan Kardec, A Gênese, Cap.
IV, Item 6, pág. 87).
“Por guardar respeito aos Textos
Sagrados, dever-se-ia obrigar a Ciência a calar-se? Fora tão impossível isso,
como impedir que a Terra gire. As religiões, sejam quais forem, jamais ganharam
coisa alguma em sustentar erros manifestos. A Ciência tem por missão descobrir
as leis da Natureza. Ora, sendo essas leis obra de Deus, não podem ser
contrárias as religiões que se baseiam na verdade. Lançar anátema ao progresso,
por atentatório à religião, é lançá-lo à própria obra de Deus. É, ao demais,
trabalho inútil, porquanto nem todos os anátemas do mundo seriam capazes de
obstar a que a Ciência avance e a que a verdade abra caminho. Se a Religião se
nega a avançar a ciência, esta avançará sozinha.”( Allan Kardec, A Gênese, Cap.
IV, Item 9, pág. 89).
“A ignorância era completa do
conjunto do Universo e das leis que o regem, da natureza, da constituição e da
destinação dos astros, que, aliás, pareciam tão pequenos, comparativamente a
Terra, fez necessariamente fosse esta considerada como coisa principal, o fim
único da criação em intenção dos seus habitantes. Esse preconceito se perpetuou
até nossos dias, apesar das descobertas da Ciência, que mudaram, para o homem,
o aspecto do mundo. Quanta gente ainda acredita que as estrelas são ornamentos
do céu, destinados a recrear a vista dos habitantes da Terra!”(Allan Kardec, A
Gênese, Cap. V, Itens,3 a 6).
GÊNESIS
CAP. 1, VS. 14 a
18
Deus
disse: “Façam-se luzeiros no firmamento
dos céus para separar o dia da noite: sirvam eles de sinais e marquem o
tempo, os dia e os anos; e resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra”. E assim se fez
os dois grandes luzeiros: o maior para presidir à noite; e fez também as
estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a
terra, presidissem a luz das trevas. E
Deus viu que isso era bom.
“Por se mostrar sob forma
côncava, o céu, na crença vulgar, era tido como uma abóbada real, cujos
bordos inferiores repousavam
na Terra e lhe marcavam os
confins, vasta cúpula cuja capacidade o ar enchia completamente. Sem nenhuma
noção do espaço infinito, incapazes mesmo de o conceberem, imaginavam os homens
que essa abóbada era constituída de matéria sólida, donde a denominação de
firmamento que lhe foi dada e que sobreviveu à crença, significando: firme,
resistente ( do latim firmamentun, derivado de firmus e do grego herma,
hermatos, firme, sustentáculo, suporte, ponto de apoio).” (Allan Kardec, A
Gênese, Cap. V, Itens,3 a 6).
“As
estrelas, de cuja natureza não podiam suspeitar, eram simplesmente pontos
luminosos, de volumes diversos, engastados na abóbada, como lâmpadas suspensas,
dispostas sobre a única superfície e, por conseguinte, todas à mesma distancia
da Terra, tal como de azul, figurando o céu.” (Allan Kardec, A Gênese,
Cap. V, Itens,3 a 6).
“As
estrelas chamadas fixas não estão imóveis na amplidão. As constelações
que se figuram na abóbada do firmamento não são reais criações simbólicas. A
distância a que se acham da Terra e a perspectiva sob a qual mede, da estação
terrena, o Universo, constituem as duas causas dessa dupla ilusão de óptica.(
Allan Kardec, A Gênese, Cap. VI, Item 40, pág. 127).
“Um dos pontos que mais
criticados tem sido na Gênese é o da criação do Sol depois da luz. Tentaram
explicá-lo, com o auxílio mesmo dos dados fornecidos pela Geologia, dizendo que,
nos primeiros tempos de sua formação, por se achar carregada de vapores densos
e opacos, a atmosfera terrestre não permitia se visse o Sol que, assim,
efetivamente não existia para a Terra. Semelhante explicação seria, porventura,
admissível se, naquela época, já houvesse na Terra habitantes que verificassem
a presença ou ausência do Sol. Ora, segundo o próprio Moisés, então, somente
plantas havia, as quais, contudo, não teriam podido crescer e multiplicar-se
sem o calor solar.(Allan Kardec, A Gênese, Cap. XII, Item 8, págs. 242 e 243).
No
episódio de Josué detendo o Sol, é evidente que esse fato resultaria em
inúmeras catástrofes climáticas e geológicas no planeta. Tal período de
paralisação da Terra, quase um dia inteiro ou seja pelo menos doze horas, seria
sem dúvida devastador, resultando inclusive em aumento da gravidade além de
incontestável e óbvio aumento da gravidade.
JOSUÉ
CAP 10 VS 12 e 13
Josué
falou ao Senhor no dia em que ele entregou aos amorreus nas mãos dos filhos de
Israel, e disse em presença dos israelitas: “Sol detém-te sobre o vale de Ajalon”. E o sol parou e a lua não se moveu até que o povo se vingou de seu
inimigos.
Analisando estas passagens,
percebemos que o narrador dos episódios desconhecia o mundo como um todo se
coloca Israel sempre como o centro do Planeta, uma visão um tanto egocêntrica,
pois é sabido que já naqueles tempos haviam sociedades bem mais desenvolvidas
sobre o aspecto cultural e científico. Sendo certas realidades conhecidas por
muitos sábios, principalmente em Alexandria, berço cultural da antigüidade.
EZEQUIEL
CAP.5,V.5
E
dirás a toda a casa de Israel: Oráculo do Senhor Javé. Trata-se de Jerusalém,
que eu tinha situado no meio das nações,
tendo em derredor os povos pagãos.
EZEQUIEL
CAP.38,V.12
Irás,
pois ali, pilhar, para fazer despojo, para pôr a mão sobre essas ruínas agora
repovoadas, sobre uma população recolhida dentre pagãos que, resistindo no umbigo da terra, se ocupa agora com a
criação e o comércio.
A biologia nos ensina que os
morcegos são mamíferos, da ordem dos quirópteros, classificá-lo como ave
demonstra uma total ignorância de questões que hoje são elementares para
qualquer aluno do primeiro grau. Com isso deduzimos que certos relatos não
poderiam ser jamais a palavra de Deus, ou mesmo de seus mensageiros, pois o
Criador não cometeria erros tão grotescos sendo ele a Perfeição Suprema.
DEUTERONÔMIO CAP.14,VS. 11 a 18
“Comereis de
todas as aves
que são puras.
Eis as que
não podereis comer: a
águia, o falcão
e o abutre, o
milhafre e toda
variedade de falcão,
toda espécie de
corvo, a avestruz ,
a andorinha, a gaivota e toda variedade de gavião, o
mocho, a coruja, o açor, o caburé o abutre, o íbis, a cegonha e toda variedade
de garça, a poupa e o morcego. Tereis
impuro todo inseto volátil: não comereis dele, mas comereis de toda a ave
pura.”
“Uma parcela significativa da
água existente na Terra encontra-se em permanente circulação, constituindo o
chamado ciclo da água ou ciclo hidrólogo, cuja importância é vital para a
biosfera ( camada biológica ). De acordo com esse ciclo, parte de água existente na superfície
terrestre ( oceanos, mares, rios etc.) e nos vegetais é transferida para a
atmosfera sob a forma de vapor de água, através da evaporação (superfícies
líquidas ) e da evapotranspiração ( vegetais ). Na atmosfera, após retornar sob
a forma líquida (chuva ) ou sólida ( neve e granizo ) para a superfície
terrestre.Pela ordem de importância, os principais reservatórios de água que
integram o ciclo hidrólogo são: oceanos, geleiras, águas subterrâneas, lagos,
rios, atmosfera e biosfera.
Fica evidente que ao lermos as
passagens Bíblicas concernentes ao dilúvio, observamos uma total ignorância com
relação aos conhecimentos de ordens naturais, tais como o processo da chuva
descritos acima.
“Igualmente desconhecida era
então a formação das nuvens pela evaporação das águas da Terra. A ninguém podia
acudir a idéia de que a chuva, que cai do céu, tivesse origem na Terra, donde
ninguém a via subir. Daí a crença na existência das águas superiores e das
águas inferiores, de fontes celestes e de fontes terrestres, de reservatórios
colocados na altas regiões, suposição que concordava perfeitamente com a idéia
de uma abóbada sólida, capaz de os sustentar. As águas superiores, escapando-se
pelas frestas da abobado, caíam em chuva e, conforme fossem mais ou menos
largas as frestas, a chuva era branda, torrencial e diluviana.” (Allan Kardec, A
Gênese, Cap. V, Itens,3 a 6).
GÊNESIS CAP.1,V.7
Deus
fez o firmamento e separou as águas de
cima das águas que estão debaixo do firmamento daquelas que estão por cima.
GÊNESIS
CAP.7,V. 11
No ano
seiscentos da vida de
Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e abriram-se as barreiras
do céus.
GÊNESIS
CAP.8 V. 2
As fontes do abismo fecharam-se
assim como as barreiras dos céus e foram retidas as chuvas
GÊNESIS CAP.1,VS. 16
a 18
Deus fez os dos grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e
o menor para presidir a noite: e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a
terra, presidissem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom.
I REIS CAP. 8, V.35
Quando o céu se fechar e
não cair mais a chuva, por terem pecado contra vós, se vierem orar neste
lugar, dando glória ao vosso nome, e se converterem seus pecados por causa da
sua aflição.
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