terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Final dos Tempos e Juízo Final na Bíblia


A CRENÇA NO FIM DO MUNDO ATRAVÉS DOS TEMPOS

                “Séculos houve, de fé ardente e profunda, nos quais importa considerar, fora de doutrina cristã, todas as religiões abriram a mesma porta para o desconhecido, no extremo limite da jornada terrena. É a porta do Dante na Divina Comédia, posto que todas não houvessem imaginado, para além dessa porta simbólica, o paraíso, o inferno e o purgatório dos cristãos. Zoroastro e o Zendavestá ensinavam que o mundo devia perecer de ignição. A mesma idéia se encontra na epístola de S.Pedro. Parecia que as tradições de Noé e do Deucalião indicavam uma primeira destruição pela água e a segunda pelo elemento contrário.Entre os Romanos, Lucrécio, Cícero, Virgílio, Ovídio, têm a mesma linguagem e anunciam a destruição final pelo fogo. No capítulo anterior, vimos que, no pensamento de Jesus, a geração a que se dirigia não deveria morrer antes da catástrofe anunciada. S. Paulo, o verdadeiro fundador do Cristianismo, apresenta a crença na ressurreição e no próximo fim do mundo, como dogma fundamental da nova Igreja. E chega mesmo a repeti-lo oito ou nove vezes,  em sua 1º Epístola aos Coríntios. Vejamos algumas:




I CORÍNTIOS, CAP.1,VS.7 e 8
Assim, enquanto aguardais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo, não nos falta dom algum. Ele há de vos confirmar até o fim.

I CORÍNTIOS, CAP.3,V.13
... a  obra  de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um.

I CORÍNTIOS, CAP.4,V.5
Por isso não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que merece.

I CORÍNTIOS, CAP.6,V.2 e 3
Não sabeis que os santos julgarão o mundo? E, se o mundo há de ser julgado por vós sereis indignos de julgar os processos de mínima importância. Não sabeis que julgaremos os anjos? Quanto mais, as pequenas questões dessa vida!

I CORÍNTIOS, CAP,.11,V.26
Assim, todas as vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice, lembrais da morte do Senhor, até que venha.

I PEDRO CAP. 3 V.4
Eles dirão:” Onde está a promessa de sua vinda? Desde que nossos pais morreram, tudo continua como desde o princípio do mundo.

“Infelizmente para o profeta, os discípulos, aos quais assegurava que não morreriam antes do advento, sucumbiram uns após os outros, de morte comum. S. Paulo, que não conhecera pessoalmente a Jesus, mas que era o mas ativo apóstolo da igreja nascente, acreditava viesse ele mesmo até o dia da grande aparição.Porque o mesmo Senhor do céu descerá com algazarras, e com voz de Arcanjo, e com a trombeta de: Deus: e os que em Cristo morreram, primeiro ressuscitarão: Depois nós outros, que ficarmos vivos, seremos com eles juntamente arrebatados, “saindo” ao encontro do Senhor em o ar: e assim estaremos sempre com o Senhor. _ Assim que uns aos outros consolai-vos com estas palavras.“Contudo, todos faleceram e o predito fim do mundo, com a volta definitiva do Messias, não se realizou.                Nem  por  isso  a  crença  desapareceu. Deixava-se, apenas, de interpelar à letra a predição do Mestre, para buscar-lhe o espírito. Contudo,  não deixou de ser um grande golpe na crença evangélica .Passaram a amortalhar piedosamente os mortos, a encerrá-los em sarcófagos, sobre os quais inscreviam epitáfios que diziam ali dormirem eles até o dia da ressurreição. Jesus deveria voltar “breve”, a fim de julgar  “os vivos e os mortos”. A senha de identificação dos cristãos era Maranatha, que se traduz por __ o Senhor virá.Os apóstolos Pedro e Paulo morreram, provavelmente, no ano 64, durante a horrível carnificina ordenada por Nero, após o incêndio de Roma, engendrando por ele e depois atribuído aos cristãos, para ensejar-se o gozo de novos suplícios. S. João escreveu o Apocalipse em 69. Uma onda de sangue se espalha sod o reinado do verdugo. Dir-se-ia que o martírio era o galardão da virtude. O Apocalipse parece escrito no âmbito da alucinação coletiva e prefigura Nero o anticristo, precursor da volta do Messias. Surgem os prodígios de toda a parte. Cometas, estrelas cadentes, chuva de sangue, monstros, tremores de terra, fome, peste e, sobretudo, a guerra dos Judeus e a queda de Jerusalém. Nunca poder-se-á  talvez dizer se acumularam tantos horrores em tão curto período de anos(64 a 69).
                A pequena igreja de Jesus parecia estar completamente dispersada. Em Jerusalém fora impossível permanecer. O terror de 1793 e a Comuna de 1871 nada representam ao lado da guerra civil da Judéia. A família de Jesus teve de fugir da cidade santa. Jaques o irmão de Jesus, fora assassinado. Falsos profetas surgiam para que se completasse a profecia. O Vesúvio elaborava a tremenda erupção de 79, e já em 63 Pompeia tinha sido abalada por um tremor de terra.Patentes estavam, pois, todos os prenúncios do fim do mundo. O Apocalipse o confirma, Jesus vai repontar num trono de nuvens, os mártires serão os primeiros a ressuscitar. O anjo julgador aguarda apenas a ordem de Deus. Mas, após a tempestade veio a bonança, terminou a guerra dos Judeus, o templo de Jerusalém não mas se reconstituirá, Nero sucumbe com a revolução de Galba, Vespasiano e Tito promovem a paz (ano 71) e ... o mundo não acabou.  Impôs-se, desde então,  uma nova interpretação evangélica. O advento do Cristo foi procrastinado para quando se consumasse a derrocada do velho mundo romano, oferecendo, assim, tal ou qual margem aos comentadores. A catástrofe final permanecia como infalível, mesmo próxima, in novíssimo die, embora atufada de nuvens imprecisas, que lhe tiram todo o sentido literal, e mesmo espiritual, das profecias.Não obstante, continua-se a esperar.Santo Agostinho consagra o XX capítulo de a Cidade de Deus (ano 426), a pintar a renovação do mundo, a ressurreição, o juízo final e a Nova Jerusalém. O livro XXI reporta-se à descrição do fogo eterno. O bispo de Catargo, diante do fracasso de Roma e do império, presume assistir ao primeiro ato do drama. Mas, o reino de Deus devia durar 1000 anos, e Satanás só poderia chegar depois.
                S.  Gregório, bispo de Tours (573),  primeiro historiados dos Francos,  assim começa a sua História.“o momento em que retraço as lutas realengas com as nações inimigas, não resisto ao desejo de expor minha crença. O terror produzido pela perspectiva do próximo fim do mundo de anos já transcorridos, por saber claramente quantos conta o começo do mundo”.O Salvador viera santificar a humanidade.Que esperaria ela para transportá-la ao céu? A tradição cristã perpetuava-se de ano em ano, de século em século, apesar dos desmentidos da Natureza. Qualquer catástrofe _ tremor de terra, epidemia, fome, inundação; qualquer fenômeno _ eclipse, cometa, furacão, tempestade, eram encarados como sinais precursores do cataclismo final. “ (Camille Flammarion, O Fim do Mundo, págs.104 a 128).


O JUÍZO FINAL

                “Com relação ao arrebatamento promulgado pelas igrejas de um modo geral, observamos através de uma análise crítica e racional que ninguém será arrebatado. Se o arrebatamento fosse uma verdade porque nas parábolas de Jesus o joio e o trigo deveriam crescer juntos? Isto evidencia que o trigo os homens de bens estariam sempre convivendo com os espíritos ainda ignorantes, sendo essa separação feita apenas no momento da colheita ou seja o morte do corpo físico. Sendo que este processo perduraria até o momento que esses próprios homens de bem, atingissem um patamar evolutivo os quais pudessem estar livres do rosário de encarnações no orbe terreno. Jesus anuncia o seu segundo advento, mas não diz que voltará à Terra com o corpo carnal, nem que personificará  o  Consolador. Apresenta-se como tendo de vir em Espírito, na glória de seu Pai, a julgar o mérito e o demérito e dar a cada um segundo as suas obras, quando os tempos forem chegados. Estas palavras: “Alguns há dos que aqui estão que não sofrerão a morte sem terem visto vir o Filho do homem no seu reinado” Parecem encerrar uma contradição, pois é incontestável que ele não veio em vida de nenhum daqueles que estavam presentes. Jesus entretanto, não podia enganar-se numa previsão daquela natureza e, sobretudo, com relação a uma coisa contemporânea e que lhe dizia pessoalmente a respeito. Há primeiro, que indagar se suas palavras foram sempre reproduzidas fielmente. É de duvidar-se, desde que se considere que ele nada escreveu; que elas só foram registradas depois de sua morte; que mesmo o discurso cada evangelista o exagerou em termos diferentes, o que constitui prova evidente de que as expressões de que eles se serviram não são textualmente as de que se serviu Jesus. Além disso, é provável que o sentido tenha sofrido alterações ao passar pelas tradições sucessivas.”(Allan Kardec, A Gênese, Cap. XVII, Item 45.) 

                “Tendo que reinar na Terra o bem,  necessário é sejam dela excluídos os Espíritos endurecidos no mal e que possam acarretar-lhe perturbações. Deus permitiu que eles aí permanecessem o tempo de que precisavam para se melhorarem; mas, chegado o momento em que, pelo progresso moral de seus habitantes, o globo terráqueo tem de ascender na hierarquia dos mundos, interdito será ele, como morada, a encarnados e desencarnados que não hajam aproveitado os ensinamentos que uns e outros se achavam em condições de aí receber. Serão exilados para mundos inferiores, como foram outrora para a Terra os da raça adâmica, vindo substituí-los Espíritos melhores. Essa separação, a que Jesus presidirá, é que se acha figurada por estas palavras sobre o juízo final: “Os bons passarão à minha direita e os maus a minha esquerda.” (Allan Kardec, A Gênese, Cap. XVII, Item 63.)

      “ Com fundamento nestas palavras de Jesus, contidas no Evangelho segundo Mateus, tornou-se universal a crença de que Jesus voltaria à Terra, mesmo antes que seus apóstolos ou discípulos percorressem todas as cidades de Israel. Esperançosos desse novo advento do Mestre, mas pressionados por tremenda perseguição, os cristãos passaram a adotar palavras que encerravam um sentido velado. A fim de se reconhecerem entre si e formarem um elo entre todos, empregavam a expressão Maranatha, que quer dizer o Senhor não tardará, isso porque supunham que, antes antes que tivessem que percorrer todas as cidades de Israel, a volta do Cristo se consumaria revestida de todo poder e glória, pondo, assim, termo às perseguições e implantando,  definitivamente, o seu Reino entre os homens. Supunham que o retorno de Jesus seria quase imediato. De forma idêntica, os chamados pagãos, nos primórdios do Cristianismo, admirados de que os Cristãos se abstivessem do culto oficial, lhes perguntavam qual era o seu Deus, ao que os interrogados respondiam: ICTHUS, palavra grega que literalmente significa peixe. Então, os satíricos zombavam daqueles ateus, que, não crendo nos deuses, adoravam um peixe. O sentido, porém, era muito diferente, no espírito dos cristãos: as cinco letras que compõem aquela palavra em grego são as letras iniciais das cinco palavras: léous Christos Théon Yos Soter,  que significam: “Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador”.” (Casos Controvertidos do Evangelho-Paulo Alves Godoy, pags. 43 e 44)



MATEUS CAP. 5 V5
Bem aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

MATEUS CAP. 13,V.30
Deixai-os crescer juntos até à colheita. No tempo da colheita direi aos ceifadores: Arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro.

MATEUS CAP. 24,V. 20 a 22
Rogai para que vossa fuga não seja no inverno, e nem em dia de sábado; porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será. Se aqueles dias não fossem abreviados, criatura alguma escaparia, mas por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.

MATEUS CAP.25, VS.34 a 36
Então, o Rei virá aos que então à direita: “Vinde, benditos de meu pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e me deste de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu, e me vestistes; enfermo e me visitastes; estavas na prisão e viestes a mim.


A  IGNORÂNCIA  DA  ÉPOCA
               
‘A Igreja por muito tempo considerou hereges os sábios que afirmavam o movimento da Terra. Galileu foi  condenado  ao cárcere por ter ensinado que o Globo se movia. O frade irlandês Virgílio foi excomungado pelo papa Zacarias,  por haver afirmado e existência dos antípodas.Tomando ao pé da letra o que não passava de figuras, a Igreja não podia crer na esfericidade do Globo, desde que muitas passagens das escrituras parece impor-lhes quatro cantos. Agora declara ela que, falando da imobilidade da Terra no centro do mundo, as Escrituras se colocam no ponto de vista da ignorância antiga, e, em certos casos, se amoldou ao sistema de Galilleu e de Descartes. Não o fez, porém, sem longas hesitações, porque as obras de Galileu de Copérnico não foram eliminadas do Índex senão em 1835. Chegou assim a Igreja, insensivelmente, a considerar uma simples ficção o que outrora para ela constituía um dogma. Nesse ponto foi, pois, a Ciência que auxiliou a compreender a Bíblia.O mesmo aconteceu com as opiniões acerca da Criação. A extrema antigüidade do nosso planeta e sua lenta formação, estabelecidas pela Ciência, foram condenadas muito tempo pela Igreja, como opostas à narrativa do Gênesis. Hoje ela cede à pressão dos estudos geológicos e já não vê na descrição bíblica senão um quadro simbólico da obra da Natureza, desenvolvendo-se através dos tempos, de conformidade com um plano divino.Deter-se-á aí? Não será obrigada a inclinar-se diante da História e da exegese, como fez diante da Astronomia e da Geologia? Não virá a desvencilhar a personalidade do Cristo e sua elevada missão de ordem moral, de todas as hipóteses formuladas sobre a sua origem e natureza divinas?
                A Igreja, depois de haver combatido e anatemizado a Ciência, deverá forçosamente acompanhá-la e assimilar todas as suas descobertas, se quiser viver. E nem por isso ficarão menos os seus erros seculares a atestar a impotência, no sentido de se elevar por si mesma ao conhecimento das leis universais. E será o caso perguntar __ tendo assim a Igreja se enganado acerca de coisas físicas, sujeitas sempre à verificação __ que crédito se lhe pode dar no concernente às doutrinas místicas, excluídas até hoje da crítica e do exame? “(Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, págs.113 e 114).

                “A Bíblia evidentemente encerra fatos que a razão, desenvolvida pela Ciência, não poderia hoje aceitar e  outros  que  parecem  estranhos  e derivam de costumes que já não são os nossos. Mas, a par disso, haveria parcialidade em se não reconhecer que ela guarda grandes e belas coisas. A alegoria ocupa ali considerável espaço, ocultando sob o seu véu sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desça do âmago do pensamento, pois que logo desaparece o absurdo.”( Allan Kardec, A Gênese, Cap. IV, Item 6, pág. 87).

                “Por guardar respeito aos Textos Sagrados, dever-se-ia obrigar a Ciência a calar-se? Fora tão impossível isso, como impedir que a Terra gire. As religiões, sejam quais forem, jamais ganharam coisa alguma em sustentar erros manifestos. A Ciência tem por missão descobrir as leis da Natureza. Ora, sendo essas leis obra de Deus, não podem ser contrárias as religiões que se baseiam na verdade. Lançar anátema ao progresso, por atentatório à religião, é lançá-lo à própria obra de Deus. É, ao demais, trabalho inútil, porquanto nem todos os anátemas do mundo seriam capazes de obstar a que a Ciência avance e a que a verdade abra caminho. Se a Religião se nega a avançar a ciência, esta avançará sozinha.”( Allan Kardec, A Gênese, Cap. IV, Item 9, pág. 89).

                “A ignorância era completa do conjunto do Universo e das leis que o regem, da natureza, da constituição e da destinação dos astros, que, aliás, pareciam tão pequenos, comparativamente a Terra, fez necessariamente fosse esta considerada como coisa principal, o fim único da criação em intenção dos seus habitantes. Esse preconceito se perpetuou até nossos dias, apesar das descobertas da Ciência, que mudaram, para o homem, o aspecto do mundo. Quanta gente ainda acredita que as estrelas são ornamentos do céu, destinados a recrear a vista dos habitantes da Terra!”(Allan Kardec, A Gênese, Cap. V, Itens,3 a 6).

GÊNESIS CAP. 1, VS. 14 a 18
Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite: sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dia e os anos; e resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra”. E assim se fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir à noite; e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a terra,  presidissem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom.

                “Por se mostrar sob forma côncava, o céu, na crença vulgar, era tido como uma abóbada real, cujos bordos  inferiores  repousavam  na  Terra e lhe marcavam os confins, vasta cúpula cuja capacidade o ar enchia completamente. Sem nenhuma noção do espaço infinito, incapazes mesmo de o conceberem, imaginavam os homens que essa abóbada era constituída de matéria sólida, donde a denominação de firmamento que lhe foi dada e que sobreviveu à crença, significando: firme, resistente ( do latim firmamentun, derivado de firmus e do grego herma, hermatos, firme, sustentáculo, suporte, ponto de apoio).” (Allan Kardec, A Gênese, Cap. V, Itens,3 a 6).

                “As estrelas, de cuja natureza não podiam suspeitar, eram simplesmente pontos luminosos, de volumes diversos, engastados na abóbada, como lâmpadas suspensas, dispostas sobre a única superfície e, por conseguinte, todas à mesma distancia da Terra,  tal como de azul,  figurando o céu.” (Allan Kardec, A Gênese, Cap. V, Itens,3 a 6).

“As  estrelas chamadas fixas não estão imóveis na amplidão. As constelações que se figuram na abóbada do firmamento não são reais criações simbólicas. A distância a que se acham da Terra e a perspectiva sob a qual mede, da estação terrena, o Universo, constituem as duas causas dessa dupla ilusão de óptica.( Allan Kardec, A Gênese, Cap. VI, Item 40, pág. 127).

                “Um dos pontos que mais criticados tem sido na Gênese é o da criação do Sol depois da luz. Tentaram explicá-lo, com o auxílio mesmo dos dados fornecidos pela Geologia, dizendo que, nos primeiros tempos de sua formação, por se achar carregada de vapores densos e opacos, a atmosfera terrestre não permitia se visse o Sol que, assim, efetivamente não existia para a Terra. Semelhante explicação seria, porventura, admissível se, naquela época, já houvesse na Terra habitantes que verificassem a presença ou ausência do Sol. Ora, segundo o próprio Moisés, então, somente plantas havia, as quais, contudo, não teriam podido crescer e multiplicar-se sem o calor solar.(Allan Kardec, A Gênese, Cap. XII, Item 8, págs. 242 e 243).

                No episódio de Josué detendo o Sol, é evidente que esse fato resultaria em inúmeras catástrofes climáticas e geológicas no planeta. Tal período de paralisação da Terra, quase um dia inteiro ou seja pelo menos doze horas, seria sem dúvida devastador, resultando inclusive em aumento da gravidade além de incontestável e óbvio aumento da gravidade.

JOSUÉ CAP 10 VS 12 e 13
Josué falou ao Senhor no dia em que ele entregou aos amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse em presença dos israelitas: “Sol detém-te sobre o vale de Ajalon”. E o sol parou e a lua não se moveu até que o povo se vingou de seu inimigos.

                Analisando estas passagens, percebemos que o narrador dos episódios desconhecia o mundo como um todo se coloca Israel sempre como o centro do Planeta, uma visão um tanto egocêntrica, pois é sabido que já naqueles tempos haviam sociedades bem mais desenvolvidas sobre o aspecto cultural e científico. Sendo certas realidades conhecidas por muitos sábios, principalmente em Alexandria, berço cultural da antigüidade.

EZEQUIEL CAP.5,V.5
E dirás a toda a casa de Israel: Oráculo do Senhor Javé. Trata-se de Jerusalém, que eu tinha situado no meio das nações, tendo em derredor os povos pagãos.

EZEQUIEL CAP.38,V.12
Irás, pois ali, pilhar, para fazer despojo, para pôr a mão sobre essas ruínas agora repovoadas, sobre uma população recolhida dentre pagãos que, resistindo no umbigo da terra, se ocupa agora com a criação e o comércio.

                A biologia nos ensina que os morcegos são mamíferos, da ordem dos quirópteros, classificá-lo como ave demonstra uma total ignorância de questões que hoje são elementares para qualquer aluno do primeiro grau. Com isso deduzimos que certos relatos não poderiam ser jamais a palavra de Deus, ou mesmo de seus mensageiros, pois o Criador não cometeria erros tão grotescos sendo ele a  Perfeição Suprema.

DEUTERONÔMIO   CAP.14,VS. 11 a 18
“Comereis  de  todas  as  aves  que  são  puras.  Eis  as  que  não  podereis comer:  a  águia,  o  falcão  e  o abutre,  o  milhafre  e  toda  variedade  de  falcão,  toda  espécie  de  corvo,  a  avestruz ,  a  andorinha,   a gaivota e toda variedade de gavião, o mocho, a coruja, o açor, o caburé o abutre, o íbis, a cegonha e toda variedade de garça, a poupa e o morcego. Tereis impuro todo inseto volátil: não comereis dele, mas comereis de toda a ave pura.”

                “Uma parcela significativa da água existente na Terra encontra-se em permanente circulação, constituindo o chamado ciclo da água ou ciclo hidrólogo, cuja importância é vital para a biosfera ( camada biológica ). De acordo com esse ciclo,  parte de água existente na superfície terrestre ( oceanos, mares, rios etc.) e nos vegetais é transferida para a atmosfera sob a forma de vapor de água, através da evaporação (superfícies líquidas ) e da evapotranspiração ( vegetais ). Na atmosfera, após retornar sob a forma líquida (chuva ) ou sólida ( neve e granizo ) para a superfície terrestre.Pela ordem de importância, os principais reservatórios de água que integram o ciclo hidrólogo são: oceanos, geleiras, águas subterrâneas, lagos, rios, atmosfera e biosfera.
                Fica evidente que ao lermos as passagens Bíblicas concernentes ao dilúvio, observamos uma total ignorância com relação aos conhecimentos de ordens naturais, tais como o processo da chuva descritos acima.

                “Igualmente desconhecida era então a formação das nuvens pela evaporação das águas da Terra. A ninguém podia acudir a idéia de que a chuva, que cai do céu, tivesse origem na Terra, donde ninguém a via subir. Daí a crença na existência das águas superiores e das águas inferiores, de fontes celestes e de fontes terrestres, de reservatórios colocados na altas regiões, suposição que concordava perfeitamente com a idéia de uma abóbada sólida, capaz de os sustentar. As águas superiores, escapando-se pelas frestas da abobado, caíam em chuva e, conforme fossem mais ou menos largas as frestas, a chuva era branda, torrencial e diluviana.” (Allan Kardec, A Gênese, Cap. V, Itens,3 a 6).

GÊNESIS CAP.1,V.7
Deus fez o firmamento e separou as águas de cima das águas que estão debaixo do firmamento daquelas que estão por cima.

GÊNESIS CAP.7,V. 11
No  ano  seiscentos  da  vida de  Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e abriram-se as barreiras do céus.

GÊNESIS CAP.8 V. 2
As fontes do abismo fecharam-se assim como as barreiras dos céus e foram retidas as chuvas

GÊNESIS CAP.1,VS. 16 a 18
Deus fez os dos grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir a noite: e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a terra, presidissem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom.

I REIS CAP. 8, V.35
Quando o céu se fechar e não cair mais a chuva, por terem pecado contra vós, se vierem orar neste lugar, dando glória ao vosso nome, e se converterem seus pecados por causa da sua aflição.

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