A ORAÇÃO
PARA OS MORTOS
“Será
útil que oremos pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso, como
lhes podem as nossas preces proporcionar alívio e abreviar os sofrimentos? Têm
elas o poder de abrandar a justiça de Deus?”
“A
prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem
se ora experimenta alívio, porque recebe
assim um testemunho do interesse que inspira àquele que por ela pede e também
porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas
que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que
ora concita o desgraçado ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário
para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua parte, ela secunda a prece com boa
vontade. O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do
Espírito sofredor Espíritos melhores, que vão esclarecer, consolar e dar-lhe
esperanças. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-vos, desse modo,
que culpados vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que mais necessitam
das vossas preces.”
“Que
se deve pensar da opinião dos que rejeitam a prece em favor dos mortos, por não
se achar prescrita no Evangelho?”
“Aos
homens disse o Cristo: Amai-vos uns aos outros. Esta recomendação contém a de
empregar o homem de todos os meios possíveis para testemunhar aos outros homens
afeição, sem haver entrado em minúcias quanto à maneira de atingir ele esse
fim. Se é certo que nada pode fazer o criador, imagem da justiça perfeita,
deixe de aplicá-la a todas as ações do Espírito, não menos certo é que a prece
que lhes dirigis por aquele que vos inspira afeição constitui, para este, um
testemunho de que dele vos lembrais, testemunho que forçosamente contribuirá
para lhe suavizar os sofrimentos e consolá-lo. Desde que ele manifeste o mais
ligeiro arrependimento, mas só então, é socorrido. Nunca, porém, será deixado
na ignorância de que a alma lhe foi útil. Daí resulta necessariamente, de sua
parte, um sentimento de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade
ou de piedade. Em conseqüência, crescerá num e noutro, reciprocamente, o amor
que o Cristo recomendava aos homens. Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à
lei divina, de que resultará a unidade, objetivo e finalidade do Espírito.”
(Resposta dada pelo Sr. Monod (Espírito), pastor protestante em Paris, morto em
abril de 1856. A
resposta nº 664, é do Espírito São Luis.).
“Pode-se
orar aos Espíritos?”
“Pode-se
orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de
suas vontades. O poder deles, porém, está em relação com a superioridade que
tenham alcançado e dimana sempre o Senhor de todas as coisas, sem cuja
permissão nada se faz. Eis por que as preces que se lhes dirigem só são
eficazes, se bem aceitas por Deus.” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Parte
3º, Cap. II, perguntas 664,665 e 666).
Vejamos
a colaboração da nossa saudosa médium Yvonne A.Pereira pelo Espírito de Leão
Tolstoi no livro Ressurreição e Vida, págs. 81 a 83, a respeito da oração para
os mortos.
“__Pois ouvias, então, os meus singelos votos a Deus em tua intenção?
...
__Como
não?! Ouvia-os, sim ! Compreendia-os, assimilava-os, fortalecia minhas
resoluções ao seu influxo benévolo e consolava-me com a tua doce
lembrança, pois estavas presente a meu
lado, quando oravas, falavas-me, aconselhavas-me, revigorando-me as forças
sempre que formulavas teus votos ... Enfim, eu te via! E, ás vezes, era como se
estivéssemos no salão da tua tia ou no teu quarto, como naquelas tardes de
Odessa, quando conversávamos saboreando chá ...
Fiquei
estupefato com semelhante revelação! Esqueci momentaneamente a minha crítica
situação de recém-falecido e solicitei dele, alheado também ao fato de que eu
era um ancião e ele um jovem quase adolescente:
__
Conta-me isso, “paizinho”... Sabes que gosto de assuntos que transcendam ao
habitual ... O fato de me veres presente quando eu orava por ti ... Vinhas a
mim? ... Ou era eu que ia a ti , telepaticamente? ...
__Sim,
estavas presente ... A princípio, eu mesmo não percebia como as coisas se
passavam ... Mas depois passei a compreender ... Dava-se o seguinte: se
pensavas em mim com amor e saudade, um jato de fosforescência adamantina
desprendia-se do teu coração e do teu cérebro, os quais mais não eram que os
órgãos correspondentes, terrenos, de vibrações superiores, cuja origem é a alma
... O jato fosforescente era, efetivamente,
uma vibração, uma irradiação
de forças poderosas do ser psíquico,
rastilho magnético que se desatendia à minha procura para me ajudar a
caminhar para Deus ... Conduzida pela fluidez
as energias entéricas a que todo o Universo é subordinado (digo, a Terra
e todas as demais obras da Criação), essa tua vibração advertia minhas
sensibilidades, onde quer que me encontrasse ... Eu ouvia como que me chamarem,
prestava atenção, tal como, na Terra, se presta atenção a um rumor que, a
princípio, apenas adverte, mas que se confirma em seguida... Então
reconhecia a tua “voz”, que eu tão bem conhecera; ouvia o que dizias,
comovia-me, chorava de enternecimento ... Às vezes, até conversávamos como
outrora, através de nossos pensamentos: era quando oravas recordando nossos
debates filosóficos à hora do chá com biscoitos ... E, completamente harmonizado com as tuas vibrações, eu passava e
enxergar também a tua imagem refletida no longo jato luminoso que de ti se
desprendia, embora nem eu nem tu nos arredássemos do local onde
estivéssemos, porquanto esse jato, em sendo uma irradiação, não somente tinha o poder de transmitir o som
como de reproduzir a imagem de quem a produzia, visto que é a própria natureza
íntima do seu produtor que se distende ... E assim eu te via, ouvia,
compreendia teus pensamentos e sentimentos, reciprocamente recordávamos o
passado e ressurgiam, por uma associação de idéias, relembradas, a sala de tua
tia, em Odessa, o “samovar” fumegante, o
chá, os tabletes de açúcar, os biscoitos, nossos livros, nossas palestras, os
debates em torno do Evangelho ...”
Algumas
passagens bíblicas demonstram a eficácia da prece para os desencarnados uma vez
que eles acreditavam que eles continuavam vivos.
TOBIAS CAP 12 V 12
Quando tu oravas com lágrimas e enterrAvas os mortos,
quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa, durante o
dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava tuas orações ao Senhor.
II MACABEUS CAP.12,V.43
Em seguida fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca
de dez mil dracmas, para que se oferecesse a um sacrifício pelos pecados: belo
e santo modo de agir, decorrente na sua
crença na ressurreição, porque, se
ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar
por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que
morrem piedosamente, era isto um bom e religioso pensamento; heis porque ele
pediu um sacrifício expiatório para que seus mortos fossem livreis de suas
faltas.
ECLESIÁSTICO CAP.7,V.37
Dá de boa vontade a todos os vivos,não recuses esse benefício a um morto.
BARUC, CAP. 3,V.4
Senhor, todo-poderoso, Deus de Israel, escutai a prece dos mortos de Israel,
dos filhos daqueles que pecaram contra vós, que não atenderam a voz do Senhor,
se Deus, e por isso foram levados à desgraça.
Acima o profeta Baruc, suplica ao Senhor que ouça
as preces dos que morreram no pecado, com que dá a entender que acredita na
eficácia das orações dos mortos e na sua reabilitação pelo arrependimento.
I CORÍNTIOS CAP.15,V.55
A morte foi tragada pela vitória (IS 25,8), Onde está morte, o teu aguilhão? (Oséas 13,14)
Paulo assevera em em carta aos Coríntios, que a ,morte
definitivamente não existe!
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