A RELIGIÀO DOS ROMANOS
A
princípio a religião romana assim como a grega, era essencialmente politeísta,
admitia-se que divindades controlavam os rios, os bosques, o fogo, os caminhos,
o mar, o céu, etc. Conhecidas por numens, estas divindades, que os romanos não
sabiam representar, presidiam os mais diversos aspectos de suas vidas, bem como
fenômenos que envolviam a natureza. Cultuavam também os antepassados que eram
adorados como bons espíritos familiares através de cultos domésticos, os quais
herdaram dos seus antepassados o povo etrusco. Durante as refeições era costume
colocar-se também um prato com alimentos diante das estátuas dos lares, cujas
imagens eram geralmente guardadas em altares especiais em suas casas que
mantinham sempre iluminados, sendo que cada família possuía o seu gênio invisível e amigo. O
trato com os deuses acontecia em cerimônias nas quais os romanos pediam favores
em troca de sacrifícios. Segundo Emmanuel em “A Caminho da Luz”, pág.100, nos relata o seguinte:
“Os romanos, ao contrário dos atenienses, não
procuravam indagações transcendentes em matéria religiosa ou filosófica,
atendendo somente aos problemas do culto externo sem muitas argumentações com a
lógica, e foi por isso que com a evolução da cidade, o Panteão, seu templo mais
aristocrático chegou a possuir mais de
trinta mil deuses.”
Realizavam procissões
grandiosas em homenagem aos seus deuses e a elite dominante, Emmanuel em “Há Dois Mil Anos”, nos escreve como eram
esses eventos na antiga Roma, narra assim nas págs. 322 e 323, o autor
espiritual:
“Para esclarecimento dos leitores, passemos a dar pálida idéia do
maravilhoso cortejo, de conformidade com as grandes cerimônias públicas. Na
frente, vai carro, soberba e magnificamente ornamentado, onde se instala
molemente o Imperador, seguindo-se-lhe numerosos carros nos quais se aboletam
os senadores homenageados, bem como os seus áulicos preferidos. Domício Nero,
junto de um dos favoritos mais caros, passa sobranceiro no seu traje vermelho
de triunfador, com o luxo espalhafatoso que lhe caracterizava as atitudes. Em
seguida, numeroso grupo de jovens de quinze anos passa, a cavalo e a pé,
escoltando as carruagens de honra e abrindo marcha. Passam, depois, os
cocheiros guiando as bigas, as quadrigas, as séjuges, que eram os carros a dois, a quatro e a seis
cavalos, para as loucas emoções das corridas tradicionais. Seguindo-se aos
aurigas, quase em completa nudez, surgem os atletas, que farão os números de
todos os grandes e pequenos jogos da tarde; após eles, vão os três coros
clássicos de dançarinos, o primeiro constituído por adultos, o segundo dos
adolescentes insinuantes, e o terceiro por graciosas crianças, todos ostentando
a túnica escarlate apertada com uma cinta de cobre, espada ao lado e lança na
mão, salientando-se o capacete de bronze enfeitado de penachos e cocares, que
lhes completam a indumentária extravagante. Esses bailarinos passam, seguidos
pelos músicos, exibindo movimentos rítmicos e executando bailados guerreiros,
ao som de harpas de marfim, flautas curtas e numerosos alaúdes. Depois músicos,
qual bando de sinistros histriões, surgem os Sátiros e os Silenos, personagens
estranhas, que apresentam máscaras horripilantes, coberto de peles de bode, sob
as quais fazem gestos mais horrendos, provocando o riso frenético dos
espectadores, com suas contorções ridículas e estranhas. Sucedem-se novos
grupos musicais, que fazem acompanhar de vários ministros secundários do culto
a Júpiter e outros deuses, levando nas mãos grandes recipientes à guisa de
turíbulos de ouro e prata, de onde espiralam inebriantes nuvens de incenso.
Seguindo os ministros com adornos de ouro e pedras preciosas, passam as
estátuas das numerosas divindades arrancadas, por um momento, dos seus templos
suntuosos e sossegados. Cada estátua, na sua expressão simbólica, faz-se
acompanhar de seus devotos ou de seus variados colégios sacerdotais. Todas as
imagens, em grande aparato, são conduzidas em carros de marfim ou de prata,
puxados por cavalos imponentes, guiados delicadamente por meninos pobres de dez
a doze anos, que tenham pai e mãe vivos, e escoltados, com atenção, pelos
patrícios mais em evidência na grande cidade.
Era tudo um deslumbramento de coroas de ouro, púrpuras, luxuosos tecidos
do Oriente, metais brilhantes, cintilações de pedras preciosas. Fecha o cortejo
a última legião de sacerdotes e ministro do culto, seguindo-lhes a massa
interminável do povo anônimo e desconhecido.”
Os altos sacerdotes romanos
tinham por hábito interpretar a vontade dos deuses, observando as condições da
natureza, assim como examinavam as entranhas dos animais sacrificados para a
determinação de condições favoráveis ou funestas. As mulheres de igual forma,
exerciam funções sacerdotais, as vestais como eram conhecidas, começavam sua
iniciação aos seis anos de idade, sua função principal era manter o fogo
sagrado da deusa. As vestais eram por força das situações, a fazer votos de
castidade por trinta anos, caso violassem o compromisso eram enterradas vivas
como penitência. A religião romana recebeu forte influência da religião grega,
sendo que muitos deuses pertencentes ao panteon grego tornaram-se romanos, ao
passo que outros embora possuíssem as mesmas características, foram
rebatizados, o que aliás era fato comum nas religiões politeístas, pois mesmo
com outros nomes as atribuições eram quase sempre as mesmas. Os romanos como
todos os povos pagãos acreditavam que a divindade é interna e externa, manifestando-se através
de aspectos femininos e masculinos em cada indivíduo, assim como em todo o
cosmos. Pagãos portanto eram todos aqueles que veneravam os deuses pré-cristãos
dos seus ancestrais ou da própria terra, sendo a palavra “pagus” advém do latim
e significa localidade. Atualmente o termo
pagão refere-se a alguém que é hedonista, materialista ou simplesmente
praticante da magia.
Apesar da religião dos deuses ser
predominante, Roma também teve seus pensadores ilustres, que naturalmente
influenciados pelas idéias de Sócrates e Platão, plantaram as sementes da verdade na terra dos
césares, Virgílio,79 - 19 a .C,
expoente poeta romano que viveu no século I antes de Cristo foi um deles, em sua obra Eneida, descreve a reencarnação.
Nessa belíssima obra ensina, que após a morte, as almas dos homens, são
purificadas pelos seus pecados, enviadas para os campos Elíseos e, finalmente,
levadas ao rio Letes, conhecido como o rio do esquecimento, aonde a memória é
parcialmente apagada e as almas se dispõem novamente, a voltar a Terra, em
novos corpos mortais. Cícero (106 - 43 a .C.) grande filósofo, dizia que as crianças
que apresentam grandes facilidades em assuntos difíceis provavelmente, já os
conheciam em encarnação passada.
A MITOLOGIA ROMANA
DIVINDADE
|
ATRIBUTO
|
BACO
|
DEUS DO VINHO
|
CERES
|
DEUS DAS COLHEITAS
|
CIBELE
|
MÃE DOS DEUSES
|
CRONOS
|
DEUS DO TEMPO
|
CUPIDO
|
DEUS DO AMOR
|
DIANA
|
DEUSA DA CAÇA
|
FAUNO
|
DEUS DA FERTILIDADE
|
FLORA
|
DEUSA DA PRIMAVERA
|
FORTUNA
|
DEUSA DA SORTE E DO DINHEIRO
|
HÉRCULES
|
DEUS DA FORÇA
|
HÉSTIA
|
DEUSA DA FIDELIDADE
|
JANO
|
DEUS DOS PORTÕES E DAS ENTRADAS
|
JUNO
|
DEUS DA HONESTIDADE
|
JÚPITER
|
DEUS DOS CÉUS
|
LARES
|
DEUSES DAS CASAS
|
MARTE
|
DEUS DA GUERRA
|
MERCÚRIO
|
DEUS DO COMÉRCIO
|
MINERVA
|
DEUSA DAS ARTES/CIÊNCIA
|
NETUNO
|
DEUS DO MAR
|
PÃ
|
DEUS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
|
PENATES
|
DEUSES DA FARTURA
|
PLUTÃO
|
DEUS DOS INFERNOS/PROFUNDEZAS
|
TITÃ
|
DEUS DOS HUMILDES
|
VÊNUS
|
DEUSA DO AMOR/BELEZA
|
VERTUMMO
|
DEUS DA MUDANÇA
|
VESTA
|
DEUSA DO LAR
|
VULCANO
|
DEUS DO FOGO
|
PONOMA (NINFA)
|
DEUSA DAS ÁRVORES FRUTÍFERAS
|
Muito boa informação, para entender melhor nosso historia e caminhada espiritual !
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