terça-feira, 31 de janeiro de 2012

As Religiões da India: Vedas;Bramanismo;Upanishads; Jainismo, Budismo; Skhismo; Mitologia Hindu


AS RELIGIÕES DA ÍNDIA


OS VEDAS


                        A Índia foi o berço e a matriz das principais filosofias religiosas da humanidade, foi o candeeiro da  multimilenária civilização faraônica, irradiando do Egito para os Mistérios gregos, para depois dirigir-se para todo o Ocidente. Foi lá também  inclusive que nasceu o materialismo, através da escola dos charvacas. Em termos de doutrina, o Vedismo constitui-se a religião da Índia antiga e em seu aspecto original significa a Verdade Absoluta ou a Suprema Personalidade de Deus, o “Todo-Atrativo”. Sua doutrina não prevê  um princípio para o mal único, como as religiões ocidentais. Pois os asuras demônios  e inimigos tradicionais dos deuses hindus, foram derrotados tornando-se mortais. Desta forma, a trilogia hindu é composta por  Brahma, o criador, Shiva, o destruidor e Vishnu , o protetor. Para uma grande parte dos hindus, o conhecimento védico é eterno, e em nosso universo segundo a tradição, ele se manifestou primeiramente no coração de Brahma, que é na realidade uma espécie de Adão cósmico na visão hindu, mas tarde  Brahma transmutaria esse conhecimento para os grandes sábios e místicos que o difundiram para todo universo inclusive para o planeta Terra, através da personalidade de Krishna por volta de 3.500 anos a. C.  Os códigos esotéricos hindus a exemplo de outros da antigüidade também narram um dilúvio muito similar com o descrito na Gênese hebraica, no qual Brahma(Deus) a exemplo de Jeová, arrepende-se de ter criado não só os homens mais também os animais que se matavam mutuamente para garantir a sobrevivência na Terra. Brahma então decide acabar com tudo aquilo através de um grande dilúvio. Vishnu ouvindo essas palavras dirigiu-se a Brahma e pediu-lhe que permitisse a ele mesmo intervir pessoalmente para que os homens não fossem todos destruídos e pudessem se tornar melhores futuramente. Obtida a concessão Vishnu ordena ao santo varão Vaiswasvata, o Noé hindu, que construa um grande navio, entre nele com sua família e com outros espécimes de seres vivos, para que dessa maneira, a vida na Terra seja preservada. Assim que esses procedimentos foram tomados, desabou uma grande chuva, os mares transbordaram e a Terra inteira desapareceu sob as águas. Desta feita, aparece gigantesco peixe, armado com um corno, e se coloca à testa da arca. Vaiswasvata, o santo homem,  amarra a corda no corno do grande peixe que o guia com segurança através do dilúvio por 40 dias e 40 noites, atracando a arca no topo do Himalaya. Os escritos sagrados chamam-se “Vedas”, que tem por significado a “finalidade do conhecimento”, formam na realidade um conjunto de 18.000 livros, abrangendo todos os campos do conhecimento humano. Destacamos apenas um deles expoto no Ayurveda para observarmos a profundidade dos ensinamentos contidos nesses sagrados livros os quais, na seqüência os relacionamos:“Brahma, o motor primitivo, nem mesmo por uma inteligência divina pode ser compreendido. Ele está afastado de nós ainda que muito próximo de nós. Brahma penetra todos os sistemas do Mundo, visíveis e invisíveis, ainda que esteja muito acima de todos eles. Este Espírito Infinito e Eterno conhece tudo: - passado e futuro.”






 ESCRITURA
CONTEÚDO
BHAGAVAD-GITA
VIDA ESPIRITUAL DOS VEDAS
SHRIMAD-BHAGAVATAM
DEUS; SUAS ENERGIAS 
AYURVEDA
MEDICINA
DHANURVEDA
CIÊNCIA MILITAR
ARTHA SHASTRA
CIÊNCIA E POLÍTICA
GANDHARVA VEDA
ARTES EM GERAL
VASTU SHASTRA
ARQUITETURA
RATHA SHILPA
CONSTRUÇÃO DE CARROS
NAUKA SHILPA
CONSTRUÇÃO DE BARCOS
VIMANA SHILPA
CONSTRUÇÃO DE AEROPLANOS
DURGA SHILPA
CONSTRUÇÃO DE FORTIFICAÇÕES
NAGARA SHILPA
CONSTRUÇÕES  DE CIDADES
MURTY SHILPA
ESCULTURA
MANU SAMHITA
CÓDIGO DE LEIS


O BRAMANISMO


Sua Escritura Sagrada, contém comentários denominados “Brâmanes”, formando o Bramanismo, que é uma filosofia que foi oriunda da evolução do Vedismo, e da qual  procedem as castas em que se acha a dividida a população da Índia. A religião da enorme maioria hindu ainda é o politeísmo panteísta. Os vedandas são os textos canônicos, complementares dos Vedas, aos quais foram coordenados por Sancara, no século VIII, da nossa era, e denomina-se Araníakas ou Livro da Floresta, que estabelece preceitos da vida dos brâmanes, aos quais deveriam passar por quatros estágios ou etapas na existência terrena. A  primeira etapa, para a iniciação, diz que os aspirantes teriam de aprender as antigas e sagradas escrituras: Os Vedas; A segunda, diz que deveriam construir uma casa e ter filhos; A terceira diz que chegado a velhice retirar-se para a floresta e viver como um eremita; o quarto e último mandamento é que deveriam entregar-se a vida ascética, contemplando e meditando somente no princípio supremo. Os brâmanes são os sacerdotes que estão ligados a Brahma, que significa “energia”. O Brahma é a energia divina, propriamente dita. Esta não é uma divindade; as divindades para os hindus são personificações de aspectos de Brahma. Os brâmanes são seres iluminados, embora homens são mais poderosos do que os deuses, eles por sua vez, controlam as divindades por intermédios de rituais e sacrifícios. Dentro desse segmento os deuses  Védicos são as mais antigas divindades já conhecidas:




DIVINDADE
ATRIBUIÇÃO
AGNI
DEUS DO FOGO
INDRA
DEUS DA GUERRA
SURYA
DEUS DO SOL
VARUNA
DEUS DO CÉU E DA ÁGUA
VAYU
DEUS DO AR E DO VENTO

Como todas as verdades são universais, encontramos nas leis bramicas vários pontos de contato com dos dez mandamentos recebidos por Moisés, no Sinai. 


VEDAS

BÍBLIA HEBRAICA

Pecado do corpo

1)      Não agredir
2)      Não matar os semelhantes
3)      Não roubar
4)      Não violar mulheres



1)      Honrarás Pai e Mãe
2)      Não matarás
3)      Não furtarás
4)      Não adulterarás

Pecado da palavra

5)      Não se falso
6)      Não mentir
7)      Não desejar mal



5)      Não darás falso testemunho
6)      Não mentirás
7)      Um só deus adorarás

Pecado da vontade

8)      Não cometer Injúria
9)      Não Cobiçar o bem alheio
10)  Não ter dó dos outros



8)      Não caluniarás
9)      Não cobiçaras a mulher do próximo
10)  Amarás o próximo como a ti mesmo


OS UPANISHADS

Após a fase dos brâmanes, começam a surgir na Índia os Upanishads (sec. VIII a IV a. C.), uma filosofia que questionava os brâmanes. Diziam eles que os deuses aos quais os brâmanes dominavam estavam na realidade dentro de nós mesmos e esses eram meramente projeções das nossas próprias energias. A origem dos deuses está no próprio coração, diziam eles. Essa concepção já ocorrera no Egito, através de Akenaton, as divindades são personificações simbólicas das energias do próprio indivíduo, enunciava o faraó designado como herético pela sutileza de seus pensamentos. Essas energias, segundo os Upanishads, são as mesmas que compõe o universo, de  modo que o Deus que está no exterior está no interior. Jesus séculos mais tarde afirmara que nós éramos deuses e o reino dos céus estava dentro de nós  , o apóstolo Paulo também compartilha da visão hindu, quando assevera que vivemos e nos movemos em Deus. Em seus pensamentos elevados encontramos: “Senhor !. Ajuda-me a transitar da treva para a luz; da mentira para a verdade; e da morte para imortalidade”.



O JAINISMO

 A partir daí, tempos depois nasce na mesma Índia, o Jainismo, como filosofia,  desenvolveu-se no vale do Indo, vislumbrando a concepção de se alcançar a libertação nirvânica ou ”Mokha”, por meio da mortificação, e da penitência, associando ao sofrimento físico a libertação espiritual. Os jainistas pregam um ideal de vida ascético, abdicando dos confortos e prazeres mundanos e aderindo a uma ordem monástica. Para torna-se monge, o noviço deverá gozar de boa saúde física e mental e obedecer os cinco grandes votos: a não violência; falar a verdade; não roubar e não tomar o que não foi dado; a castidade; a renúncia da posse. Um sexto voto  - não comer depois do pôr-do-sol, foi acrescentado mais tarde. Na sua crença, atingindo o estado de iluminação, denominado por eles de Mokha, a alma prisioneira, liberta-se do carma, não precisando mais encarnar, vivendo eternamente em êxtase profundo, mas para conseguir esse objetivo, os iniciados deverão em sua jornada na Terra, atingir as chamadas Três Jóias: o credo jainista; a fé correta; a boa conduta.



 Os jainistas veneram cinco categorias de seres  supremos, sendo que os próprios adeptos podem torna-se divindades a assim auxiliar aqueles que estão almejando atingir o Mokha. Quando se tornam monges, recebem três adereços: um cajado; uma tigela para mendigar e um espanador de lã, para afastar os insetos do caminho sem molesta-los, alguns utilizam-se até de máscaras para não inalá-los por meio da respiração. Embora possuam Templos, muitos jainistas mantêm, um santuário em casa, que difundiram-se em razão da perseguição que sofreram em certa época, ao ponto de ser proibida a construção de templos para celebração de sua doutrina. Em seu culto, são colocadas oito substâncias para a oferenda que simbolizam o caminho espiritual rumo a libertação: água; sândalo; flores; incenso;  uma lamparina; arroz; doces e frutas.  A idéia básica do jainismo é que a alma denominada Jiva, é infectada pela ação denominada Carma, que obscurece a luminosa Jiva. O objetivo primordial do Yoga é purificar a mancha, e purificar a ação. Não comem carne animal e nem vegetal, e a propósito alimentam-se somente dos frutos das árvores, pois dentro da concepção jainista não se deve comer nada vivo. Essa doutrina filosófica, preconiza que não se pode matar nenhum ser vivente, sendo assim, até o simples ato de andar, já leva a morte inúmeros pequeninos seres que vivem sobre os nossos pés. Isto posto, o jainista praticante e fervoroso, termina os seus dias sentado num mesmo lugar evitando a locomoção que obviamente seria a morte para muitos seres, segundo a sua compreensão. Sidarta Gautama, o Buda, contestou essa filosofia, declarando que essa atitude extrema visualizava apenas o lado físico do problema.


O BUDISMO

O Budismo surge através do príncipe Sidartha Gautama, o “Buda”, seis séculos antes de Cristo. Sidartha, segundo narram as tradições, depara-se com as misérias humanas fato que desconhecia por ordem de seu pai, o rei Sakias,  que julgava assim proteger seu filho das agruras da vida. Desconhecia as doenças, a velhice e até a morte. A partir dos vinte e nove anos de vida, toma conhecimento desses fatos, nascendo em seu íntimo a vontade de livrar o seu povo de todos os sofrimentos que até então eram inexistentes para ele. Deixa sua mulher, seu filho, sua corte, e refugia-se na floresta  em busca de repostas e assim nasce o Budismo. Esta nova doutrina, atribuía uma conduta anti-clerical e anti-ritualista; não admitindo sacerdote, sendo que cada uma devia tratar da sua própria ”salvação”, ou melhor “iluminação”, através do auto-conhecimento. Esta visão atingiu diretamente os Brâmanes, lesando-os em seus privilégios, assim como aconteceu com Jesus ao questionar o procedimento dos doutores da lei, da mesma forma o perseguiram, mas felizmente não o mataram, desencarnando aos 80 anos de idade em 483 antes de Cristo.



As constantes perseguições sectaristas dos brâmanes, fizeram com que o Budismo entrasse em decadência, na Índia, fora do país em que foi idealizado e concebido, os preceitos de Buda permanecem ainda com milhões de adeptos espalhados ao redor do mundo, concentrando-se principalmente no Ceilão, Nepal, Tibete, China e Japão, e sendo difundido pelos seus adeptos e discípulos para todas as partes do mundo. A partir de Buda surgem então os mestres com seus devotos, os chamados gurus com seus discípulos, sempre ensinando a doutrina da auto-iluminação. O mestre, segundo os preceitos budistas, é alguém que encontrou aquela fogueira interior e se auto iluminou. Segundos os mestres budistas, podemos então atingir a união com Deus através de práticas e métodos chamados yoga, que canalizam as energias e tendências positivas que todos nós já possuímos. Citaremos abaixo as práticas principais:

PRÁTICA
DESCRIÇÃO
BHAKTI YOGA
ENSINA DESENVOLVER UMA RELAÇÃO DE DEVOÇÃO COM DEUS
GÑANA YOGA
ENSINA O CAMINHO DA ILUMINAÇÃO A PARTIR DA RAZÃO
KARMA YOGA
ENSINA OBTER A PAZ MENTAL ATRAVÉS DO TRABALHO DESINTERESSADO
RAJA YOGA
ENSINA CONTROLAR A MENTE ATRAVÉS DA  MEDITAÇÃO


O SIKHISMO

Outro movimento bastante significativo que floresceu na ao norte Índia, no Pendjab, foi o Sikhismo, fundado no século XVI(1469-1539), pelo guru Nanak,  logo após ter ouvido uma chamada de Deus, abandonou imediatamente suas posses e seus afazeres, tornou-se mestre religioso. Seu culto compreende a leitura de hinos e a audição de trechos do Guru Granth Sahib, também conhecido como o “Livro”.



O Sikhismo respeitava tanto as crenças hindus como as islâmicas que naquela época eram predominantes na Índia. Esta doutrina muito embora seja reencarnacionista, não adota o método dos ascetas hindus, que acreditam ter que renunciar ao mundo para alcançar a libertação do ciclo das encarnações, denominado por eles de Mukti – que se entende por um estado de graça espiritual, na qual o Espírito participa da presença e da união com Deus, através do conhecimento e da verdade. Os sikhs tentam atingi-lo, levando uma vida correta, no seu dia a dia, junto aos seus familiares e servindo a sua comunidade. A meta de vida para um sikh é justamente conseguir atravessar os cincos estágios espirituais até alcançar a encarnação favorável ou a Mukti, os estágios supracitados são:

1 ) Dharam – Viver segundo a lei de Deus
2 ) Saram Khand – Procurar a autodisciplina
3) Karam Khand – Viver em graça
4) Gian Khand – Procurar o conhecimento
5) Sach Khand – Viver para a verdade

O Induísmo propriamente dito, apesar do exemplo de Gandhi (1869-1948),  ainda encontra-se dividido em diversas seitas menores, povoadas ainda de deuses, deusas, fetiches, rituais, sacrifícios, zoolatria, entre outros, compõe o foco principal do direcionamento de seu culto. Segundo o Espírito Emmanuel em “A Caminho da Luz”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Edição da Feb, relata-nos:

O povo hindu,não obstante o seu elevado grau de desenvolvimento nas ciências do Espírito, não aproveitou de modo geral, como devia, o seu acervo das experiências sagradas”, prossegue o autor espiritual dizendo: “...o povo hindu, embora as suas tradições de espiritualidade, deixou crescer no coração o espinho do orgulho que aliás, dera motivo ao seu exílio na Terra. Em breve a organização de castas separava as coletividades para sempre. Estas castas não se constituíam no sentido apenas hierárquico, mas com a significação de uma superioridade orgulhosa e absoluta. As fortes raízes de uma vaidade poderosa dividem os espíritos no campo social e religioso.”

Mas adiante, Emmanuel nos relata que através dos processos reencarnatórios bastante dolorosos ao longo dos tempos, os hindus chegarão a perceber o seu erro, modificando seus pensamentos, de modo a implantar nesse país de tradições milenares, a perfeita concepção da divindade, abolindo de uma vez por todas o sistema das castas.


A MITOLOGIA DA ÍNDIA

DEUSES
ATRIBUTOS
ADITI
MÃE DE TODOS OS DEUSES
AGNI
DEUS DO FOGO
CANGA
DEUSA DO RIOS
CHANDRA
DEUS DA LUA
DEVI
DEUSA DO EQUILÍBRIO E DA JUSTIÇA
DURGA
DEUSA DA GUERRA
GANESHA
DEUS DA SORTE
INDRA
DEUS DA CUVA E DO TROVÃO
KALI
DEUSA DA MORTE
LAKSHMI
DEUSA DA FORTUNA
SARASVATI
DEUSA DAS ARTES
SATI
DEUSA DO AMOR
SHAKTI
DEUSA DA ENERGIA FEMININA
SKANDA
DEUS DOS EXÉRCITOS
USHAS
DEUSA DA ALVORADA

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