terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Religião e Mitologia dos Fenícios


A RELIGIÃO DOS FENÍCIOS


                        O povo fenício, chamado de sidônio no Velho Testamento, hoje libanês, era um povo de navegadores da costa leste do mediterrâneo. compartilhavam junto aos cananeus o culto dos deuses, ou seja, era um povo exclusivamente politeísta, prestava culto a variadas divindades, aos quais seguiam uma estruturação hierárquica de subordinação, como era comum naqueles tempos, bem como entendemos até nos dias de hoje. É na antiga fenícia que a expressão Baal, plural de baalin, designativa dos deuses fenícios, essa denominação, foi mais tarde deturpada segundo as múltiplas conveniências como também pela própria ignorância dos homens. Assinalando que Bel, significava Senhor, assim como Melek significava rei. Desse termo originou Moloch que figura na Bíblia(Levítico, cap.18,v.21) como um deus pagão ao qual eram prestados inúmeros sacrifícios, principalmente de crianças e recém nascidos em sua honra, uma verdadeira atrocidade, mais que na antigüidade acontecia sob a forma de culto e com uma determinada freqüência, sendo verificada esta forma de sacrifício, até mesmo entre o povo hebreu. Na passagem descrita em Gênesis (cap.22), Abraão prova a sua lealdade a Deus, oferecendo-lhe o próprio filho em sacrifício.




 Na fenícia, utilizavam o termo “Baal” para designar um deus de uma cidade, já o termo “Zebul” significava “casa elevada”, assim como “Bel” significava “Senhor”. Portanto Baal-Zebul, que também aparece na Bíblia sob a denominação de Belzebú, significa por sua vez, “Senhor da Casa Elevada”. Esse deus era considerado, um dos mais perigosos “demônios”, segundo as crenças fenícias, era o deus-môsca, de cuja conformação nasceu provavelmente uma das faces do demônio com azas, à semelhança do morcego. Este culto foi combatido pelo profeta Elias, I Reis (cap.18,v.40), e foi por esta razão que Elias reencarnando na personalidade de João Batista, fora decapitado cumprindo a lei de causa e efeito. Para os hebreus todos os deuses estranhos a suas crenças, eram considerados como entidades maléficas eles na verdade os anatemizavam. Mera presunção, pois como já vimos no capítulo deste livro, intitulado “Politeísmo”, os hebreus também cultuavam vários deuses domésticos em detrimento aos mandamentos recebidos por Moisés no monte Sinai. Desta forma, o demônio foi se cristalizando, crescendo, personificando-se, e influenciando o pensamento dos homens  ao longo dos tempos na antigüidade, consubstanciando-se portanto, através de uma mudança das atribuições dos chamados deuses pagãos, que por sua vez foram transformados em terríveis demônios. As divindades dos fenícios e dos assírios, tinham bastante aceitação entre os hebreus, que por sua vez também os cultuavam como podemos observar em Juizes (cap.2,v.13): ”Abandonaram o Senhor, para servirem a Baal e Astarot”. A própria Astarot, divindade que simbolizava a fertilidade entre os povos semitas, foi juntamente com outros ídolos, e com o decorrer dos tempos transformados em potências infernais, da mesma forma que os demônios do Platonismo, que eram na realidade Espíritos familiares, tornaram-se “diabos”. Isaías cap.13, v. 21, no texto original fala que no deserto habitava Lilith e sua corte, uma divindade feminina dos babilônios, traduzida mais tarde como companheira de satanás, assim o deus dragão lannin, citato pelo mesmo Isaías cap. 27, v. 1, é outro exemplo. Inscrições descobertas nas ruínas da  Babilônia (Biblioteca de Assurbanipal) esclarecem a origem de Lilith, cortesã de Inana, a Grande Deusa mãe. 




Também conhecida como a rainha dos céus, enviada por esta para seduzir os homens e levá-los ao templo da Deusa , onde se realizavam os ritos sagrados de fecundidade. A exclusão do texto bíblico ocorre a partir do período da tradução da Septuaginta. (300 a c.) Lilith é citada na epopéia de Gilgamesh (aprox. 2000 a C.) e em relatos do Torah assírio babilônica e hebraica, dentre outras fontes históricas. Lilith aparece no Zohar, o livro do Esplendor, uma obra cabalística do século XIII que constitui o mais influente texto hassídico e no Talmud, o livro dos hebreus. Seus filhos demônio, os Lilins, são citados inclusive na versão sacerdotal da Bíblia. Outras fontes são o alfabeto de Bem Sira (século VII) em que inscreve a versão mais ingênua do mito, O Zohar(século XIII), que dá do mesmo a versão mais oculta, e a cabala(por volta de 1600), onde vemos Lilith unir-se a Samael. 





O evangelista Marcos, no (cap. 3, v.22), eleva BaalZebul, a condição de “príncipe dos demônios”. Desta forma,  muitos deuses da antigüidade foram absorvidos pelo Judaísmo que os transformaram em entidades maléficas, e isso acontece efetivamente a partir do momento em que incorporam o pensamento de Zoroastro(950 a. C.) e posteriormente de Manés(215-273 d.C.), ambos reformadores persas que viveram em épocas distintas, apregoavam a existência do mal em contraposição ao bem.  Por conta disso, o conceito do demônio propriamente dito, começou a ser delineado na antigüidade, mas precisamente a partir da época do profeta Isaías, cerca de 750 anos antes do nascimento de Jesus. A partir do século IV, quando o Catolicismo se institucionalizou como religião, os cultos pagãos começaram a ser combatidos, e como a maioria dos animais que eram oferecidos para sacrifício possuíam chifres, pêlos, cascos e rabo, os católicos  desenvolveram uma caracterização do mal com base nesses animais, justamente para aterrorizar aqueles que ainda insistiam em praticar esse culto através de oferendas e sacrifícios. O próprio  termo “inferno” morada definitiva dos demônios advém do termo trasladado Sheol, muito utilizada no  Antigo Testamento(Deuteronômio (cap.33, v.22). Esta palavra foi traduzida trinta e quarto vezes, ou por sepultura ou por inferno, conforme Gênesis (cap. 37, v.35) e Números (cap. 16, v 30). Sheol, na realidade significa o lugar para onde vão as almas dos mortos, sem distinção de bons ou maus de felicidade ou sofrimento. No Novo Testamento o nome inferno é por dez vezes traduzido pela palavra grega Hades, que corresponde a Sheol. Por outras vezes é traduzido por Geena, sítio perto de Jerusalém onde as crianças eram cruelmente sacrificadas pelo fogo ao deus Moloch, ídolo dos anomitas.(II Crônicas cap. 33, v.6). Desta forma a igreja católica, se consolidou ao longo dos tempos, impondo seus dogmas, conceitos e preconceitos idealizados pela ignorância e pela conveniência que a época sugeria, satisfazendo assim, o delírio e os caprichos das mentes obscuras que manipulavam no poder. A razão e a lógica acompanhadas do prévio conhecimento da história nos revela sob a ótica de um exame mas detalhado e minucioso a respeito desses fatos e ocorrências que o demônio e o inferno propriamente dito, não existem definitivamente!  




A MITOLOGIA DA FENÍCIA


DIVINDADE
ATRIBUTO
ASHTOREL
DEUSA DA FERTILIDADE
BAAL-ZEBUD
DEUS DO TROVÃO E DA FERTILIDAE
DAGON
DEUS DOS MARES
ESHMUM
DEUS DA SAÚDE
MELKART
DEUS SOLAR
MOT
DEUS DA MORTE
RESHEF
DEUS DAS ARTES/POESIA/ORÁCULOS
SHAPASH
DEUSA DO SOL
YAM
DEUS DO MAR

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