Através
da observação do firmamento, o homem buscando respostas para a sua vida no
passado, concebeu a astrologia, a qual pretendia responder todos os
questionamentos presentes e decifrar os
enigmas sobre o futuro, outorgando as potências celestes a responsabilidade dos
acontecimentos na Terra. Essa forma de prática, assumiu na sua origem uma
função religiosa, ao tempo que, facultou ao homem no passado, o entendimento
maior da dinâmica celeste, através da constante observação do céu. Considerada
nos dias de hoje, como a parte da
Astronomia que não evoluiu, a Astrologia associa e relaciona a posição dos
astros do céu, com a diversidade dos fatos ocorridos na Terra, incluindo
os humores e destinos das pessoas. Ela
assume que existe uma ação direta e permanente dos corpos celestes sobre os
seres amimados e inanimados, e que os ângulos aparentes entre os planetas no
céu, afetam as ações da humanidade.
Segundo os historiadores existem duas
correntes para o surgimento da
Astrologia; a primeira considera sua origem no vale do crescente fértil, nas
circunvizinhanças dos rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque, cerca de 3.000
antes de Cristo, com o povo caldeu na antiga mesopotâmia, sendo esses os
primeiros astrólogos a ter escolas organizadas, concebendo a atual divisão de
12 horas dia e noite e dividindo o caminho percorrido pelo sol em 12 partes chamadas de Zodíaco. (A palvra Zodíaco vem do grego “Zoe”, = Vida e Diakos = Roda. Zodiaco na
realidade significa Roda da Vida ou Ciclo do Movimento da Vida). Outros
consideram o povo sabeu, originários da pais de Sabá, na antiga África, terra
da rainha que encantou a rei hebreu Salomão, como sendo o seu fundador. Muitos místicos acreditam que ela veio da
Atlântida, logo após o último grande dilúvio. Origens a parte, as datas são
correspondentes, e ambos acreditavam que os movimentos dos astros afetavam
diretamente a vida dos reis, das pessoas, das nações e dos elementos. Essa
cultura astrológia ao longo dos tempos, assim como os mitos cosmológicos foram
transmitidos depois para os babilônicos, que a desenvolveram, como demonstram
as tabelas astrológicas conservadas no museu do Louvre, na França. Desta forma,
os babilônicos concebiam o universo como sendo formado por uma Terra circular,
a maneira de um disco, flutuando na água, e por um firmamento de bronze,
semelhante a um capacete, onde estavam suspensas as estrelas. Por cima do
firmamento havia as chamadas “águas
superiores”. Os astros, por sua vez, saíam dos bordos desse mundo, cruzavam
o firmamento e voltavam a ocultar-se atrás desses mesmos bordos. A terra tinha
emergido das águas graças a uma intervenção sobrenatural das divindades, as
quais haviam separado também as águas superiores das inferiores ao criar o
próprio firmamento. Das estrelas que cruzavam o céu, todas, exceto cinco,
faziam-no em formações fixas, em constelações. Essas cinco, que alternavam
continuamente de posição, eram justamente os planetas visíveis sem ajuda de
instrumentos; Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, que juntamente com o
Sol e a Lua, formavam o conjunto dos sete deuses principais e davam o nome aos
sete dias da semana. O interesse do estudo sistemático das posições e dos
movimentos dos astros na antigüidade de uma forma geral tinha dupla finalidade.
Por um lado, tratava-se de fixar o princípio e o fim das estações, e de
estabelecer as bases para o calendário anual. Isso correspondia a uma
necessidade prática ligada ao começo da agricultura como atividade econômica
fundamental que pudesse garantir a sobrevivência da sociedade, conhecendo
antecipadamente as épocas e os períodos propícios para as sementeiras e as
colheitas. Por outro lado, de acordo com a identificação mítica dos planetas e
sua influência na personalidade humana,
pretendia-se prever os acontecimentos terrestres com base no seu deslocamento
entre as constelações. Ao contrário da maioria dos povos, os hebreus por
intermédio do legislador Moisés, foram os primeiros a proibir a sua
prática, conforme um severo estatuto punitivo, registrado no
Deuteronômio (cap. 18, v.10), muito embora Moisés tivesse adotado o sistema
babilônico da mecânica celeste o qual podemos ver claramente em sua narração do
dilúvio no livro de Gênesis (cap. 7, vs. 11 e 12), quando diz que “abriram-se
as barreiras dos céus e a chuva caiu sobre toda a terra”. A concepção
babilônica, perdurou por muito tempo entre os hebreus que consideravam a terra
como um prato(Provérbios cap,8 .27),
ou um disco(Isaías cap. 40 v.22),
sobre cujas extremidades repousava o céu, tal como uma abóbada de cristal (Gênesis cap. 1 vs. 6 e 7), ou um manto (Salmo cap. 103, v.2). Os chineses e hindus, tinham crenças
similares, com relação aos astros; os gregos por sua vez, como podemos observar
na obras de Homero, na época pré-helênica absorveram a cultura babilônica por volta do ano 500 antes de
Cristo, e com ela a Astrologia, que começou a popularizar-se a partir da Escola
de Alexandria em 350 a. C., despertando
também, a partir daí, o interesse do povo árabe, imediatamente traduziram a
obra do grego Ptolomeu intitulada “Almagesto”,
que consistia num resumo das teorias astronômicas da escola de Alexandria
apresentando; tabelas, observações e métodos de cálculo ,os quais utilizavam
objetivando obter uma maior precisão em seus estudos astrológicos
conciliando-os com a medicina, a matemática e a magia.
Também
na própria Bíblia encontram-se referências astrológicas em Jó (cap. 38 v 33)
lemos: “Sabes as ordenanças dos céus podes estabelecer a sua influência sobre a
Terra”. No livro “Antigüidades Judaicas”,
Flávio Josefo escreve que os filhos de Set eram considerados grandes
astrônomos, “inventores daquela espécie
peculiar de sabedoria relacionada com corpos celestes e sua ordem”. Até
mesmo na biblioteca essênia, encontrada no Mar Morto foram encontrados rolos contendo idéias
astrológicas.
Ptolomeu
Por volta de 200 antes de Cristo, na Grécia, esses conceitos estavam totalmente democratizados, e mais aperfeiçoados, novos conceitos foram agregados aos antigos desencadeando uma avalanche de novos conhecimentos. A própria palavra planeta foi originada do grego “planus” e tem por significado “aquele que vagueia”. Desta maneira a Astrologia natal, postulava que a personalidade e o futuro do indívíduo, dependiam única e exclusivamente da configuração planetária existente no momento do nascimento. Esse e outros conceitos alcançaram o ápice com o grande astrônomo grego Claudius Ptolomeu (85-165), depois de Cristo, com o seu trabalho de astrologia “Tetrabiblos”, que ainda permanece como base da Astrologia na atualidade. Nas Américas, os Astecas conceberam uma Astrologia precisa com 20 signos, e os Maias através do seu notável observatório astronômico
No séc. IV, nos prefácios que encabeçavam a Bíblia de São Jerônimo (347-420) dizia:“ Calo-me quando se trata dos filósofos, astrônomos, cuja ciência, tão
útil aos homens, afirma-se através do dogma, explica-se pelo método,
institui-se pela experiência.”
Na idade média o
conhecimento astrológico, penetrou na elite dos pensadores da Igreja Católica,
possuindo adeptos fervorosos como Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de
Aquino (1225-1274) por exemplo. Esse
último nos capítulos da “Suma aos Gentios”,
dedicada a Astrologia, resolve o problema com uma afirmação de fé: “Deus governa os acontecimentos terrestres
através dos acontecimentos celestes.” Essa prática era tão intensa, que até
mesmo as catedrais góticas dessa época eram ornamentadas com uma variedade enorme de símbolos
alquímicos e astrológicos, como ainda
podemos observar nos dias de hoje. Vale a pena aqui ressaltar, que nessas
épocas a Astronomia estava intimamente relacionada com a Astrologia, em razão
disso muitos astrônomos de renome dedicavam-se a Astrologia; Leonardo da Vinci (1452-1519), Galileu Galilei
(1564-1642), Nostradamus (1503-1566),
estão entre os muito praticantes renomados. A Astrologia segundo os astrólogos
atuais, é uma técnica de auto conhecimento, que parte do pressuposto que tudo
aquilo que acontece com cada parte, acontece com o todo, assumindo uma postura
de que a Terra está no centro do Universo, rodeada pelo zodíaco ou signos,
ignorando assim, em sua definição a chamada precessão dos equinócios, a qual
veremos mais adiante. Tanto a teoria gravitacional de Isac Newton (1642-1727) e
posteriormente a de Albert Einstein (1879-1955), quanto a teoria
eletromagnética de Maxwel (1831-1879), comprovam que embora existente a nível
matemático, o efeito da massa dos astros na massa molecular do organismo é
completamente desprezível, sendo menor
do que outros corpos existentes no
próprio planeta Terra.
Naturalmente não estamos aqui nos
referindo sobre os raios solares e a influência
lunar sobre as marés, ambas já comprovadas por estudos científicos e nem
muito menos a colisão de algum astro com a Terra, desencadeando algumas mudanças
de ordem natural na vida e na estrutura do planeta, como algumas teorias
científicas apregoam, ser essa razão principal da extinção dos dinossauros no
período jurássico. Estando nos referindo aqui, a influências meramente
psíquicas diga-se de passagem. Em razão disso, um obstetra realizando um parto,
exerce uma atração gravitacional seis vezes maior do que exerceria, por
exemplo, o planeta Marte, sobre o recém-nascido, muito embora a massa de Marte,
seja infinitamente maior do que do obstreta, o planeta encontra-se milhares de
quilômetros de distância. Mais particularmente sob a análise das distâncias a
astrologia postula que o planeta Marte por exemplo, mesmo quando
encontra-se do mesmo lado do Sol com a
Terra, bem próximo, influência de igual forma, quando está em oposição a
própria Terra, ou seja, cinco vezes mais distante. Então por essa simples
colocação, observamos que a influência de Marte, assim como de outros planetas
não provém de nenhuma assertiva científica lógica e racional. É bem sabido, que
os povos da antigüidade atribuíam aos planetas, ao Sol e a Lua, a manifestações
dos deuses no céu, sendo divindades tinham naturalmente atributos de
personalidade e o poder de controlar os elementos: Terra ; Ar ; Fogo ; Água.
Desta forma os terremotos, os maremotos, as erupções vulcânicas, os tufões,
eram manifestações dos seus poderes e aconteciam nos momentos em que se
aproximavam ou se distanciavam da Terra. As
conjunções planetárias, segundo a influência de cada planeta também,
gerava inúmeras interpretações astrológicas, desencadeando inúmeros outros
eventos no planeta, que só poderiam ser previamente conhecidos através da
leitura correta dos astros, através de seus sacerdotes os astrônomos. As
concepções cosmológicas nessa época, estiveram sempre muito mais relacionadas
com as idéias propriamente religiosas, um exemplo claro disso, é o próprio céu
egípcio, identificado como a manifestação da deusa Nut. Paralelo a isso, eram
relacionados aos astros, qualidades, defeitos e tendências psíquicas interiores
que dependendo da sua posição de proximidade ou distância, influenciariam
diretamente ou indiretamente não apenas os elementos como vimos, mas também, a
complicada personalidade humana. Daí verificamos por parte dos astrólogos
algumas correspondências e associações
com relação aos signos do zodíaco. Ressaltando que os astros considerados “pessoais” atuam em ações que dizem
respeito a própria natureza da pessoa, enquanto que os planetas “transpessoais” envolvem as questões externas a nossa personalidade, fatos que não
podemos controlar. O elemento fogo está ligado as energias ativas, vitais. São
espíritos independentes e pioneiros, os de temperamento meio agressivo; O
elemento Terra está ligado ao que é visível, o tangível, o físico e as coisas
de valor. São os temperamentos práticos, cautelosos, trabalhadores e
persistentes.; O elemento Ar está ligado as energias sociais, mentais e com a
freqüência inquietos. São temperamentos lógicos, amigáveis, versáteis e
comunicativos.; O elemento Água está ligado as energias intuitivas, aos
sentimentos e as emoções. São temperamentos sempre mutáveis, impressionáveis e
muitas vezes misteriosos. Na medida que os signos transitam nas chamadas casas
astrais recebem segundo os astrólogos, as influências pertinentes a atribuição
que foi estipulada para cada uma, segundo a crença de cada povo.
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