quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Revelações dos espíritos sobre outros mundos

O QUE OS ESPÍRITOS NOS REVELAM SOBRE OUTROS MUNDOS


II PEDRO CAP. 3, V. 13
“Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.”




“Do ensinamento dado pelos Espíritos, resulta que os diversos mundos estão em condições muito diferentes uns dos outros quanto ao seu grau de adiantamento ou de inferioridade de seus habitantes. Entre eles há que seus habitantes são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros estão no mesmo grau, e outros lhe são mais ou menos superiores em todos os seus aspectos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, as paixões reinam soberanamente, e a vida moral é quase nula. À medida que esta se desenvolve, a influência da matéria diminui, de tal sorte que, nos mundos mais avançados, a vida por assim dizer, é toda espiritual.Nos mundos intermediários, há mistura do bem e do mal, predominância de um ou de outro, segundo o grau de adiantamento. Embora não possa ser feita, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se, todavia, em razão do seu estado e de sua destinação, e baseando-se nas diferenças mais acentuadas, dividi-los de um modo geral, como se segue: os mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; os mundos de expiação e de provas, onde o mal domina; os mundos de regeneradores, onde as almas que ainda têm o que expiar haurem nova forças, repousando das fadigas da luta; os mundos felizes, onde o bem se sobrepõe ao mal; os mundos celestes ou divinos, moradia dos Espíritos depurados, onde o bem reina inteiramente. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e de provas, e é por isso que o homem nela é alvo de tantas misérias.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Cap. III. It. 3 e 4)



            A informação de planetas, cujos habitantes  vivem em condições bem piores que nós habitantes da Terra é ratificada pelas informações do “Livro dos Espíritos” como também de vários autores espirituais, como é o caso de Emmanuel em o Consolador:

P.:__Existem planetas de condições piores que as da Terra?R.: Conhecemos planetas onde os seres que os povoam são obrigados a um esforço contínuo e penoso para aliciar os elementos essenciais à vida; outros ainda, onde numerosas criaturas se encontram em doloroso degredo. Entretanto, no vosso, sem que haja qualquer sacrifício de vossa parte, tendes gratuitamente céu azul, fontes fartas, abundância de oxigênio, árvores amigas, frutos e flores, cor luz, em santas possibilidades de trabalho, que o homem há regenerado em todos os tempos. (O Consolador, Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel, Cap. III, Questão 72).





            Da  mesma forma que faz referências a mundos felizes, vejamos:

O Céu e o Inferno”, cap.III, item12, pág.34

“A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade contemplativa, que seria, como temos dito muitas vezes, uma eterna e fasticiosa inutilidade. A vida espiritual em todos os seus graus é, ao contrário, uma constante atividade, mas atividade isenta de fadigas. A suprema felicidade consiste no gozo de todos os esplendores da criação, que nenhuma linguagem humana poderia descrever; que a imaginação mais fecunda não poderia conceber”.

O Céu e o Inferno”, cap.III, item12, pág.34 – final.

 “Os puros espíritos são os Messias ou mensageiros de Deus pela transmissão e execução das suas vontades. Preenchem as grandes missões, presidem `formação dos mundos e à harmonia geral do Universo, tarefa gloriosa a que se não chega pela perfeição”.

O Céu e o Inferno”, cap.III, item16, pág.36

Entretanto, a felicidade não é pessoal. Se possuíssemos somente em nós mesmos, sem poder reparti-la com outrem, ela seria tristemente egoísta. Também a encontramos na comunhão de idéias que une os seres simpáticos. Os Espíritos felizes, atraindo-se pela similitude de gestos e sentimentos, formam vastos agrupamentos ou famílias homogêneas, no seio das quais cada individualidade irradia qualidades próprias e satura-se dos eflúvios serenos e benéficos emanados do conjunto”. “Os membros deste, ora se reúnem em dado ponto do Espaço a fim de prestarem contas do trabalho realizado, ora se congregam em torno de um espírito mais elevado para receberem conselhos e instruções”.





Segue-se em complemento os comentários dos Espíritos Emmanuel e André Luiz sobre esses outros mundos habitados:

”Para a humanidade terrestre a revelação da outras pátrias do firmamento, fragmentos da Pátria Universal, não deve constituir uma razão para o desânimo de quantos se entregam as labores profícuos do estudo.Os desequilíbrios que se verificam no orbe terreno obedecem a lei da justiça, acima de toda as coisas transitórias; e, além disso, a primeira obrigação de todo homem é colaborar, em todos os minutos de sua passageira existência, em prol da melhoria do seu próximo, consciente de que trabalhar a benefício de outrem é engrandecer-se. O conhecimento das condições perfeitas da vida, em outros mundos, não deve trazer abatimento as extremistas do ideal. Semelhante verdade deve encher o coração humano de sagrados estímulos.    Saudai, pois, o concerto da vida, do seio dos vossos combates salvadores!...Sóis portentosos, luzes policrômicas, mundos maravilhosos, existem embalados pelas harmonias que a Perfeição eleva à Entidade Suprema!...         Além de Siriús, da Ursa, de Hércules, outras constelações atestam a grandeza divina. Os firmamentos sucedem-se ininterruptamente nas amplidões etéreas, mas a Humanidade, para Deus, é uma só e o laço do seu amor reúne todos os seres. “(Emmanuel,Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito, Emmanuel, Ed. FEB, Pág.89 e 90)



“Os sóis mais remotos e mais distantes se unem ao vosso orbe de sombras, através de fluidos poderosos e intangíveis. Há uma lei de amor que reúne todas as esferas, no seio do éter universal, como existe esta força ignorada, de ordem moral, mantendo coesão dos membros sociais, nas coletividades humanas. A Terra é, pois, componente da sociedade dos mundos. Assim Marte ou Saturno já atingiram um estado mais avançado em conhecimentos, melhorando as condições de suas coletividades, vosso orbe tem igualmente, o dever de se melhorar-se, avançando, pelo aperfeiçoamento das suas leis, para um estágio superior, no quadro universal.”(Emmanuel,Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito, Emmanuel, Ed. FEB, Pág. 15 e 16)

“A Via-Láctea, na qual milhões de sóis, transportando consigo milhões de mundos, tanto quanto nos ocorre, procuram, através do movimento e do trabalho incessantes, a comunhão com a indefinível Majestade de Deus.  Vega, Siriús, Canopus e Antares, sóis resplendentes, junto dos quais o nosso não passará de ponto obscuro, à maneira de lâmpada humilde no coro da imortalidade, constituem palácios suspensos, onde a beleza e a perfeição adquirem aspectos inabordáveis, ainda, ao nosso campo de expressão. Todavia, é preciso calar, de algum modo, o êxtase que nos assalta, ante a magnificência do Universo, para atender às obrigações que o mundo nos exige.Somos demasiadamente pequeninos para arrojar ao Cosmo o escalpelo de nossas indagações descabidas. Aves implumes no ninho da vida eterna, achamo-nos, ainda, muito longe das asas com que ultrapassaremos nossas justas e compreensíveis limitações. Por isso mesmo, embora aguardando a celeste herança que nos é destinada no curso dos milênios, busquemos construir a casa de nosso destinos sobre a Rocha do Amor, Jesus Cristo, o Sol Espiritual que nos acalenta e soergue para o grande futuro. Antes da ascensão a outras esferas, atendamos à necessidades de nossa própria moradia.Melhoremo-nos para que a nossa residência melhore.Ajudemo-nos uns aos outros, para que a vida, em nosso plano, se faça menos dolorosa e menos inquietante.E, convertendo nosso mundo, pouco a pouco, no santuário vivo em que Jesus se manifeste, estejamos convictos de que a Terra, hoje escura, amanhã se transformará no espelho divino em cuja face a glória de Deus se refletirá.”(Intervalos - Francisco Cândido Xavier p/Emmanuel (págs. 64, 65 e 66).

“ Para idearmos, de algum modo, a grandeza inconcebível da Criação, comparemos a nossa galáxia a grande cidade, perdida entre incontáveis grandes cidades de um país cuja extensão não conseguimos prever.Tomando o Sol e os mundos  nossos vizinhos como apartamentos de nosso edifício, reconheceremos que em derredor repontam outros edifícios em todas as direções.Assestando instrumentos de longo alcance da nossa sala de estudo, perceberemos que nossa casa não é a mais humilde, mas que inúmeras outras lhes superam as expressões de magnitude e beleza.Aprendemos que, além de nossa edificação, salientam-se palácios e arranha-céus como no Betelgeuze, no distrito de Orion, Canôpus, na região do Navio, Arctúrus, no conjunto do Boeiro, Antares, no centro de Escorpião, e outros muitas residências, senhoriais, imponentes e belas, exibindo uma glória perante a qual todos os nossos valores se apagariam.Por processos ópticos, verificamos que a nossa cidade apresenta uma forma espiralada e que a onda de rádio, avançando com a velocidade da luz, gasta mil séculos terrenos para percorre-lhe o diâmetro. Nela surpreenderemos milhões de lares, nas mais diversas dimensões e feitios, instituídos de há muito, recém-organizados, envelhecidos ou em vias de instalação, nos quais a vida e a experiência enxameiam vitoriosas. Semelhantes mundos servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagrados à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.(Evolução em Dois Mundos,Francisco Cândido Xavier, Pelo Espírito André Luiz,Ed. Feb. págs. 20 ,21 e 22)




            O próprio Jesus, asseverou  que, em alguns mundos os indivíduos não se davam em casamento. A partir do momento que exemplifica a Terra, como uma mundo. É na realidade que se conclui ao ler a passagem descrita em Lucas cap.18 v.30: “Os filhos desse mundo casam-se e dão-se em casamento.”



            De qualquer forma, para  maior fixação das informações resumiremos segundo as informações dos amigos espirituais os mundos evidenciados em nossa humilde pesquisa. Planetas pertencentes ao nosso sistema solar: Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno, Urano, Netuno, Plutão, este último planeta evolutivamente inferior a Terra. Outros sistemas e constelações: Siriús, Ursa, Hércules, Vega, Canopus, Antares, Belelgeuze, Arctúrus, sendo a família terrena oriunda da constelação de Hércules. Ressaltamos porém, que só em nossa galáxia existe cerca de 200 bilhões de estrelas, presumindo-se que em cada uma delas tenha pelo menos cinco planetas acompanhantes, haja por conseqüência um total de um trilhão de planetas disponíveis para estudo, com possibilidades reais de vida semelhante a da Terra. Ainda assim, mesmo se só um planeta em mil abrigasse  vida inteligente”, o total, apenas em nossa galáxia, chegaria a um bilhão. Multiplicando-se esse número pelos dez bilhões de galáxias supostamente compreendidas no universo “observável”, obter-se-á então um total de 10 quinquilhões de planetas capazes de ter vida material igual ou semelhante a  da Terra. O diretor da Escola de Astronomia e Astrofísica da Austrália, Simon Driver, afirma que existem pelo menos um septilião (ou seja 70.000.000.000.000.000.000.000) de estrelas no Universo. Esse número corresponde a dez vezes o número estimado de grãos de areia no planeta Terra. Os Espíritos porém, nos informam que em todos os globos a vida existe nas mais variadas formas e expressões dimensionais, e o Espírito Emmanuel nos revela:
           
“Temos, assim, no Espaço Incomensurável, mundos-berços e mundos-experiências, mundos-universidades e mundos-templos, mundos-oficinas e mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundos-prisões. Saudamos, pois, o advento da nova era, em que o homem físico, valendo-se principalmente da rádio e do radar, do foguete e do cérebro eletrônico, pode incursionar além da Lua, escultando, em regime de limitação compreensível, as faixas de matéria em que psiquicamente se entrosa. E desejando-lhe paz, a fim de que prossiga em sua arrojadas e preciosas perquirições, podemos assegurar que em todos os planos a consciência acordada à luz da razão e da responsabilidade surpreenderá sempre, por base de todo o aperfeiçoamento moral, o preceito do Cristo que coloca “o amor ao próximo” como sendo o coração da vida, pulsando, invariável, no peito da justiça Divina que manda, em toda a parte, conferir a cada um, segundo as suas obras.(Religião dos Espíritos, Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel, págs.185 a 187, Ed. Feb).



Sobre a vida em Júpiter a Revista Espírita, ano I, volume 4 – abril/1858, aborda um diálogo de Kardec com um espírito de nome Bernard Palissy , que dizia habitar no planeta Júpiter, que na sua última encarnanção na Terra, foi um famoso ceramista francês (1510-1589), que vivera na corte de Catarina de Médicis, desencarnou aos 80 anos sob angustiosa provação, encarcerado na Bastilha. A descrição é cautelosa e provoca, em certos trechos, alguns impasses entre Kardec e o Espírito. Kardec jamais dava à essas comunicações o caráter de autenticidade absoluta e ao publicá-las sempre advertia o leitores sobre esses critérios. Mesmo assim, considerava a importância filosófica dos conteúdos, pois estes permitiam a comparação com a realidade terrena e a reflexão sobre as semelhanças e diferenças. O mundo descrito por Palissy é uma sociedade cujos contrastes com a Terra se evidenciam sobretudo no aspecto moral. Segue um trecho desse dialogo:

Com que fim traçaste, pela mão do sr. Victorien Sardou, os admiráveis desenhos que nos deste sobre o planeta Júpiter, onde habitas? Bernard Palissy – Com o fito de vos inspirar o desejo de vos tornardes melhores. Uma vez que vens com freqüência a esta Terra, que habitaste várias vezes, deves conhecer bastante o estado físico e moral para estabelecer uma comparação entre ela e Júpiter. Pediríamos que nos elucidasse sobre diversos pontos. Bernard Palissy – Em vosso globo, venho apenas como espírito e este não tem mais sensações materiais. Pode se comparar a temperatura de Júpiter a uma de nossas latitudes? Bernard Palissy – Não. Ela é suave e temperada, é sempre igual, enquanto a vossa varia. Lembrai-vos dos Campos Elíseos, cuja descrição já vos foi dada. O quadro que os antigos nos deram dos Campos Elíseos seria resultado do conhecimento intuitivo que tinham de mundo superior, tal como Júpiter, por exemplo? Bernard Palissy – Do conhecimento positivo. A evocação tinha ficado nas mãos dos sacerdotes. 41 A temperatura varia conforme a latitude? Bernard Palissy – Não. Segundo nossos cálculos, o Sol deve aparecer aos habitantes de Júpiter em um ângulo muito pequeno e, conseqüentemente, dar muito pouca luz. Podes nos dizer se a intensidade da luz ali é igual à da Terra ou se é menos forte? Bernard Palissy – Júpiter é cercado de uma espécie de luz espiritual ligada à essência de seus habitantes. A luz grosseira de vosso Sol não foi feita para eles. Há uma atmosfera? Bernard Palissy – Sim. Essa atmosfera é formada dos mesmos elementos que a terrestre? Bernard Palissy – Não, os homens não são os mesmos, suas necessidades mudaram. Lá existem água e mares? Bernard Palissy – Sim. 42 Ela é formada pelos mesmos elementos da nossa? Bernard Palissy – Mais etérea. Há vulcões? Bernard Palissy – Não, nosso globo não é atormentado como o vosso. Lá, a natureza não teve suas grandes crises, é a morada dos bem-aventurados. A matéria apenas permite o tato. As plantas têm analogia com as nossas? Bernard Palissy – Sim, porém, mais belas. A conformação do corpo dos seus habitantes tem relação com a nossa? Bernard Palissy – Sim, é a mesma. Pode nos dar uma idéia de sua estatura, comparada com a dos habitantes da Terra? Bernard Palissy – Grandes e bem proporcionados, maiores que vossos homens mais altos. O corpo é como a impressão de seu espírito: belo onde é bom. O invólucro é digno 43 dele, não mais uma prisão. Os corpos são opacos, diáfanos ou translú- cidos? Palissy – Há uns e outros. Uns têm tal propriedade, outros, outra, conforme seu destino. Compreendemos isto no que se relaciona aos corpos inertes, mas nossa pergunta se refere aos corpos humanos. Bernard Palissy – O corpo envolve o espírito sem o ocultar, assim como um tênue véu lançado sobre uma estátua. Nos mundos inferiores, o envoltório grosseiro oculta o espírito aos seus semelhantes, mas os bons nada mais têm para se ocultarem, podem ler reciprocamente em seus corações. Que aconteceria se assim fosse aqui? Lá existe diferença de sexo? Bernard Palissy – Sim, há por toda a parte onde existe a matéria. Qual a base da alimentação dos habitantes? 44 É animal e vegetal como aqui? Bernard Palissy – Puramente vegetal. O homem é o protetor dos animais. Disseram-nos que parte de sua alimentação é extraída do meio ambiente, cujas emana- ções eles aspiram. É verdade? Bernard Palissy – Sim. Comparada com a nossa, a duração de vida é mais longa ou mais curta? Bernard Palissy – Mais longa. Qual é a duração média da vida? Bernard Palissy – Como medir o tempo? Não podes tomar um dos nossos séculos como termo de comparação? Palissy – Creio que cerca de cinco séculos. O desenvolvimento da infância é proporcionalmente mais rápido que o nosso? Bernard Palissy – O homem conserva sua superioridade. A infância não comprime a in- 45 teligência nem a velhice a extingue. Os homens são sujeitos a doenças? Bernard Palissy – Não estão absolutamente sujeitos aos males. A vida está dividida entre o sono e a vigília? Bernard Palissy – Entre a ação e o repouso. Poderia nos dar alguma idéia das várias ocupações dos homens? Bernard Palissy – Teria que falar muito. Suas principais ocupações são o encorajamento dos espíritos que habitam os mundos inferiores, a fim de que perseverem no bom caminho. Não havendo infortúnios a serem aliviados entre eles, vão procurá-los onde esses existem. São os bons espíritos que vos amparam e vos atraem para o bom caminho. Lá são cultivadas certas artes? Bernard Palissy – Lá, elas são inúteis. Vossas artes são futilidades que distraem vossas dores. 46 O peso específico do corpo humano permite que se transporte de um a outro ponto sem ficar, como aqui, preso ao solo? Bernard Palissy – Sim. Existem lá o tédio e o desgosto da vida? Bernard Palissy – Não. O desgosto da vida se origina do desprezo de si próprio. Sendo os corpos dos habitantes de Júpiter menos densos que os nossos, são formados de matéria compacta e condensada ou vaporosa? Bernard Palissy – Compacta para nós, mas não o seria para vós, ela é menos condensada. A gente tem, como nós, uma linguagem articulada? Bernard Palissy – Não, há entre eles a comunicação pelo pensamento. A segunda vista é, segundo nos informaram, uma faculdade normal e permanente entre vós? 47 Bernard Palissy – Sim, o espírito não conhece entraves, nada lhe é oculto. Se nada é oculto ao espírito, ele conhece o futuro? Referimo-nos aos encarnados em Júpiter. Bernard Palissy – O conhecimento do futuro depende do grau de perfeição do espírito. Isto tem menos inconvenientes para nós do que para vós, pois nos é necessário, até certo ponto, para a realização de missões que nos incumbem. Mas dizer que conhecemos o futuro sem restri- ções seria nos nivelar com Deus. Pode nos revelar tudo que sabe sobre o futuro? Bernard Palissy – Não. Esperem até que mereçam sabê-lo. Comunicai-vos com uma facilidade maior do que a nossa com os outros espíritos? Bernard Palissy – Sim, sempre. Não existe mais a matéria entre eles e nós. 48 A morte inspira o mesmo assombro que entre nós? Palissy – Por que ela seria apavorante? Já entre nós não existe o mal. Só o mau se apavora ante o seu último instante, teme o seu juiz. Em que se transformam os habitantes de Júpiter depois da morte? Bernard Palissy – Crescem sempre em perfeição, sem passar por provas. Não haverá em Júpiter espíritos que se submetam a provas a fim de cumprir uma missão? Bernard Palissy – Sim, mas não é uma prova. Só o amor do bem os leva ao sofrimento. Podem eles falir em sua missão? Bernard Palissy – Não, porque são bons. Só existe fraqueza onde haja defeitos. Poderias nomear alguns dos espíritos habitantes de Júpiter que tenham desempenha- 49 do uma grande missão na Terra? Bernard Palissy – São Luís. Não poderias nomear outros? Bernard Palissy – Que vos importa? Há missões desconhecidas cuja finalidade é apenas a felicidade de um só. Por vezes, estas são maiores e mais dolorosas. As habitações de que nos deste um modelo nos teus desenhos estão reunidas em cidades como aqui? Bernard Palissy – Sim. Aqueles que se amam se reúnem, só as paixões criam a solidão em torno do homem. Se este, ainda mau, procura seu semelhante, que não lhe é mais do que instrumento de dor, por que o homem puro e virtuoso deveria fugir de seu irmão? Os espíritos são iguais ou de várias gradua- ções? Bernard Palissy – Eles são de diversos graus, mas da mesma ordem. 50 Pedimos que te reportes especialmente à escala espírita que demos no segundo número da Revista e nos diga a que ordem pertencem os espíritos encarnados em Júpiter. Bernard Palissy – Todos bons, todos superiores. Por vezes, o bem desce até o mal, entretanto, o mal jamais se mistura com o bem. Os habitantes formam diferentes povos como aqui? Bernard Palissy – Sim, mas todos unidos entre si pelos laços do amor. Sendo assim, aí as guerras são desconhecidas? Bernard Palissy – É uma pergunta ociosa. Poderia chegar o homem na Terra a um tal grau de perfeição que a guerra fosse desnecessária? Bernard Palissy – Ele chegará a isto sem a menor dúvida. A guerra desaparecerá juntamente com o egoísmo dos povos e à medida que melhor seja compreendida a fraternidade. 51 Os povos são governados por chefes? Bernard Palissy – Sim. Em que consiste a autoridade deles? Bernard Palissy – No seu superior grau de perfeição. Em que consiste a superioridade e a inferioridade dos espíritos em Júpiter, já que todos são bons? Bernard Palissy – Ter maior ou menor soma de conhecimentos e de experiência. Eles se depuram à medida que se esclarecem. Como aqui na Terra, lá existem povos mais ou menos avançados do que outros? Bernard Palissy – Não. Porém, entre os povos, existem diversos graus. Se o povo mais adiantado da Terra fosse transportado para Júpiter, que posição ocuparia? Bernard Palissy – Aquela que, entre vós, é ocupada pelos macacos. 52 Os povos se regem por leis? Bernard Palissy – Sim. Há leis penais? Bernard Palissy – Não há mais crimes. Quem faz as leis? Bernard Palissy – Deus as fez. Há ricos e pobres? Por outras palavras: há homens que vivem na abundância e no supérfluo e outros a quem falta o necessário? Bernard Palissy – Não, são todos irmãos. Se um possuísse mais que o outro, com este repartiria, pois não gozaria quando seu irmão fosse necessitado. Em conseqüência disso, as fortunas de todos ali seriam iguais? Bernard Palissy – Eu não disse que todos sejam igualmente ricos. Perguntastes se haveria gente com o supérfluo enquanto a outros faltasse o necessário. 53 As duas respostas nos afiguram contraditórias. Pedimos que estabeleças a concordância. Bernard Palissy – A ninguém falta o necessá- rio, ninguém tem o supérfluo. Por outras palavras, a fortuna de cada um está relacionada com sua condição. Estão satisfeitos? Agora compreendemos. Mas te perguntamos, entretanto: aquele que tem menos não é infeliz diante daquele que tem mais? Bernard Palissy – Aquele não pode se sentir infeliz, já que nem é invejoso, nem ciumento. A inveja e o ciúme produzem mais infelizes do que a miséria.

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