terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Dinvidade de Cristo


A POLÊMICA SOBRE A  DIVINDADE DE CRISTO

                        No quarto século, um padre líbio de nome Ário(280-336), estabeleceu a primeira polêmica da Igreja chamada primitiva, para Ário,  Jesus era um ser como nós que teve um início e foi criado por Deus como todos os homens, sendo perfeito em seus atos e suas ações. Muitos não concordavam com as idéias de Ário(280-336) sobre a natureza de Cristo, Atanásio(295-373) foi um deles, insurgiu-se contra Ário, pois, considerava esse conceito uma heresia e um insulto a Igreja, entendia que Ário rebaixara o Cristo, e para ele, esse pensamento deveria afetar totalmente os alicerces da Igreja e tudo que até então já tinha estabelecido.



 O pensamento ortodoxo entendia, que se Jesus era um homem que se tornou Filho de Deus, isto significaria diretamente que os outros também poderiam fazê-lo e assim a Igreja perderia parte de seu prestígio e poder. Essa idéia era inaceitável para Atanásio e seus seguidores e daí a sua insistência em afirmar que Jesus havia sempre em Deus e era completamente diferente de todos os homens em essência. Após exaustivas discussões, Alexandre no ano de 320, convocou um concílio em Alexandria para condenar os erros de Ário. Mas isto não pôs fim a controvérsia, pois o pensamento de Ário, já tinha se tornado popular dividindo as opiniões a esse respeito. O Imperador Constantino, tomando conhecimento do assunto, resolveu dar um basta nessa contenda, apesar de que para ele o assunto não apresentava maiores implicações, mas era necessário definir a questão teológica e reunificar o pensamento da Igreja. Resolveu então promover a unidade da Igreja cristã, convocou o primeiro concílio geral convidando bispos de todos os domínios e chegando até a providenciar-lhes transporte, visando com isso dirimir as possíveis dúvidas e contendas  e reunificar a unidade da  igreja, que para ele era fundamental, pois significava o sustentáculo que alicerçava a estrutura de seu império. O local escolhido foi Nicéia, uma cidade situada à beira de um lago, a sudeste de Constantinopla. Dificilmente o concílio poderia ser considerado ecumênico, pois dos oitocentos bispos cristãos, somente trezentos compareceram, dois quais somente seis do Ocidente de língua latina. Em junho do ano de 325, o concílio está aberto, presidido pelo Imperador Constantino, Ário e seus seguidores tentam em vão demonstrar de todas as maneiras que Jesus era um ser criado como todos nós. O concílio reuniu-se por dois longos e exaustivos meses com a firme presença do Imperador que escutou e participou dos intensos debates, sempre buscando a união. O bispo de Córdoba, Hosius, sugeriu como forma de resolver a polêmica seria estabelecer um credo, com que todos concordassem. Sendo assim, o credo de Nicéia, como tornou-se conhecido, foi elaborado com cautela e recorre a várias redundâncias para identificar o Filho de Deus com o pai e não com a criação. Constantino após o concílio, aproveitou para inaugurar a primeira perseguição aos hereges, mas desta feita com tolerância religiosa que redundou no impedimento dos padres e bispos de levar adiante as suas idéias, destruindo por conseguinte todos os seus escritos, e os mantendo em uma certa liberdade vigiada.   

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