terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Templários e as relíquias sagradas


OS TEMPLÁRIOS E AS RELÍQUIAS SAGRADAS

Desde a crucificação de Cristo no Gólgota, que os fiéis de todas as partes do mundo se habituaram a ir, em peregrinação, aos Lugares Santos, isto é, as terras da Palestina: Jerusalém, Belém, Nazareth, Cafarnaum, entre outras, lugares onde viveu, pregou e padeceu Jesus. Após a queda do império romano tais peregrinações continuaram e nem mesmo a tomada pelos árabes dos lugares considerados santos em 636, pois termo a esses deslocamentos. Mas por volta do séc. XI, os turcos sejurcidas ocuparam toda a Palestina, incluindo Jerusalém em 1078, fanáticos, começaram a perserguir os viajores cristãos indiscriminadamente. Em face disso, as peregrinações tornaram-se quase que impossíveis  de serem realizadas, surgindo a necessidade por parte dos fiéis ocidentais de formar um exército organizado que lutasse contra os mulçumanos e retomasse a Palestina. Esse conjunto de situações forçou o Papa Urbano II, em 27 de novembro de 1095, a enviar primeira expedição de caráter militar/religioso denominada cruzada para a Terra Santa. Segundo informações contidas no livro “Francisco de Assis”, psicografado pelo médium João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez, as Cruzadas de uma forma geral, foram na realidade uma vitória parcial das forças trevosas, dadas as conseqüências nefastas que dela resultaram em nome de Cristo. Cerca  de dois bilhões de Espíritos, oriundos de uma cidade inferior localizada na linha do Equador, a qual Hitler era o governante, tiveram permissão de reencarnarem na Terra, cumprindo assim a profecia descrita em Apocalipse cap. 20, vs. 1 e 2. É nesse cenário que vinte e três anos depois, dois fidalgos franceses, Hugo de Payens e Godofredo Santo Omer, motivados por um enorme sentimento de fé e ideal religioso, direcionados pelas instruções que Bernardo de Claraval, futuro São Berrando, obteve de teólogos e cabalistas judeus, os intrépidos cavaleiros seguiram para Terra Santa, ao encontro do Rei de Jerusalém Babuíno II, fundando em 12 de junho 1118, “A Ordem do Templo de Salomão” ou “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo”. Mas tarde esses dois cavaleiros uniram-se a outros sete, apoiados integralmente pelo rei Balbuino II, que consciente dos serviços que lhe seriam prestados, aloujou-os nas ruínas do Templo de Jerusalém, o qual, foi construído pelos fenícios inicialmente para Salomão, posteriormente destruído pelos caldeus e reconstruído por Zorobabel, mais tarde ampliado por Herodes e, finalmente arrasado pelas tropas romanas comadadas pelo imperador Tito na tomada e destruição de Jerusalém no ano 70 da nossa era. Sendo assim, desinteressados dos valores materiais os Templários, totalmente abnegados em sua missão protetora, dedicaram-se a caridade pública e se compromissaram em ajudar militarmente o rei Balbuíno II no que fosse preciso para expulsar os muçulmanos da Palestina. 






Desse movimento ideológico, muitas lendas e mitos se formaram, envolvendo a “Ordem dos Cavaleiros do Templo” ou “Templários”. Segundo a Bíblia após o término da construção do Templo de Jerusalém, Salomão levou a Arca para lá, de maneira que o Templo foi edificado por Salomão, para ser a eterna habitação do Senhor, com a presença da Arca e das Tábuas da Lei como testemunhas. Esses dois fatos são mencionados pela uma última vez, com precisão no livro I Reis cap. 8, v.9. Após uma descrição minuciosa com a qual, a “Arca” deveria ser construída , os autores das Escrituras passam a tratar esse assunto de maneira cuidadosa e esotérica. Os vários acidentes mencionados nas escrituras indicam ser a Arca um objeto perigoso e carregado de uma alta freqüência estática, construída por Moisés seguindo os avançados conhecimentos científicos dos egípcios. Um fato que corrobora a teoria de que Moisés construiu a “Arca da Aliança”, com tecnologia egípcia, é um entalhe encontrado nas paredes do templo de Abul Simbel, no próprio Egito, que  reproduz uma caixa com figuras aladas, muito similar a descrição bíblica entre outros.



Desta forma, o maior interesse do místico Bernado de Claraval (1091-1153),(São Bernado), mentor da “Ordem do Templo”, não era meramente a retomada de Jerusalém, e sim, a descoberta de artefatos preciosíssimos como o Santo Graal, a Lança de Longinus (poderoso talismã que supostamente daria ao seu possuidor o poder de nunca sofrer qualquer derrota militar), a  Arca da Aliança, as Tábuas da Lei e os supostos capítulos secretos, absolutamente fora do alcance de povo, que  formavam uma enciclopédia compacta e antiquíssima muito similar aos textos de Hermes Trismegistus, que São Bernado acreditava ser a verdadeira lei recebida por Moisés no Monte Sinai, ou acrescida por ele mesmo com os conhecimentos que adquirira através de sua iniciação de longos anos no Egito como nos dar a entender em Deuteronômio cap 31 v. 24 a 26: ”Quando Moisés acabou de escrever todo o texto desta lei, deu aos levitas, que levaram a arca da aliança do Senhor, esta ordem: Tomai este livro da lei e colocai-o ao lado da arca da aliança do Senhor, vosso Deus, para aí servir de testemunho contra ti.”





Lança de Longino



 Os cavaleiros devidamente instruídos de todos os perigos, partiram para empreitada, percorrendo os labirintos do Templo, onde supostamente, não só encontraram os segredos milenares a que São Bernado fazia menção, como também um fabuloso tesouro escondido. Tudo indica que eles procuravam algo, pois inúmeras escavações foram efetuadas nos alicéceres do Templo num local conhecido como estábulo de Salomão. Com relação, especificamente a esse tesouro procurado pelos cavaleiros templários, verificamos entre os manuscritos do mar morto, encontrados em  Qumram, que existe um documento conhecido  como “manuscrito de cobre”, que faz diretas referencias sobre grandes quantidades de  lingotes, vasos sagrados, materiais e jóias de toda a espécie não identificadas, mencionando 24 coleções diferentes bens enterrados sob o Templo de Jerusalém ou de Salomão. Apesar de bastante danificado uma parte do manuscrito pode-se se ler o seguinte:“Na caverna que está na fonte e que pertence a família de Hacoz, cava seis côvados, Existe seis barras de ouro
Hacoz era o nome de uma linhagem de sacerdotes, cuja origem remontava ao tempo do rei Davi(Crônicas cap.24, v.10). Esta família já era bastante proeminente desde os tempos do retorno do exílio da Babilônia continuando sua saga durante o período Asmodeu. Em Macabeus cap. 8, v.17 observamos que judas Macabeu nomeou Eupolemo, filho de João, filho de Hacoz como Embaixador de Roma. As propriedades de Hacoz localizavam-se em Jericó(Neemias cap. 3,vs.2 a 4 e 21 e 22), justamente no centro da região que concentrava a maioria dos esconderijos localizados no Pergaminho de Cobre. Em Esdras cap.2, vs. 59 a 63, e em Neemias cap.7 vs.  61 a 65, a Bíblia nos informa que os membros da casa de Hacoz não puderam provar sua genealogia, e dessa forma ficaram desabilitados a cumprir funções sacerdotais. Ainda em Neemias cap. 3, v.4, vemos que o chefe da família no período da construção do templo de Jerusalém era “Meremote, filho de Urias, filho de Coz” , e em Esdras cap. 8, v.33, verificamos  que o tesouro do Templo, ao ser  trazido secretamente da Babilônia, foi entregue a ” Meremote, filho do sacerdote Urias”. Deduzimos então que a família Hacoz, detinha a função de guardiã dos inúmeros tesouros do templo. Desta forma existem  evidências bíblicas tanto para a Arca da Aliança  e seu conteúdo,  como o susposto tesouro que impulsionou o crescimento fabuloso da Ordem dos Templários. Observamos também, que a rota mística seguida pelos Templários foi sempre a Sagrada Escritura, baseados nos relatos bíblicos seus fundadores estabeleceram uma linhagem real entre eles próprios e as doze tribos de Israel, mais precisamente com a tribo de Beijamin, outorgando a essa Ordem um valor místico, transcendente e genealógico.




 A Bíblia estabelece uma linhagem para Jesus a partir de Adão, os idealizadores da Ordem dos Templários, seguiram o mesmo rumo, desta forma identificando-se com a linhagem de Cristo, por intermédio de Madalena. Sendo assim, como familiares do próprio Jesus, os Templários achavam-se no direito de reclamar e lutar pelas relíquias sagradas, assim como guardar e resguardar  a Cidade Santa de Jerusalém, como toda a Palestina. Além de descendentes dos benjamitas, diziam-se também descender da antiga Tróia na Grécia, local para onde muitos deles, encontraram refúgio após as guerras com as demais tribos da Judéia. Em I Macabeus cap. 12, vs. 20 e 21, parece existir mesmo esse parentesco:” Achou-se aqui uma escritura sobre os espartanos e os judeus, que eles eram irmãos e que todos vem da linhagem de Abraão”.



Todos esses apontamentos encontram-se registrados em um documento denominado Monastério do Sinai, escrito pelos fundadores da “Ordem do Templo”. Nesses documentos existem referências a tribo de Benjamim,  enfatizando três conhecidas passagens bíblicas: Deut.33, Josué 18, Juizes 20 e 21, onde Moisés declara uma benção muito especial e exaltada. Segundo a Bíblia, no livro de Josué, a distribuição da terra prometida, a tribo de Benjamim ficou com Jerusalém (Sefa, Efef e Jehus). Essa discórdia era tão acirrada, que no livro de Juizes, observamos que os benjamitas tornaram-se dissidentes das demais não permitindo que membros da tribo não tocasse em mulheres das outras tribos e vice versa. Desta forma os benjamitas partiram para uma região montanhosa da Grécia conhecida como Arcádia e habitada por pastores, a partir daí, eles teriam alinhado com a família real arcadiana, mas com o advento da era cristã, migraram para a França gerando finalmente os Merovíngeos, cuja a origem advém de Meroveu (448 –557), rei da primeira dinastia que reinou na França a partir do século V.



De acordo com o Monastério do Sinai, os Merovíngeos descendiam, via Arcádia com os benjamitas, ou seja, eram de origem semita ou israelita, e, se Jerusalém era, por direito hereditário dos benjamitas, Godofredo de Santo Omer e seu irmão Hugo de Payens, ao marchar sobre a Terra Santa, estariam de fato e de direito, reclamando sua antiga herança em prol da Igreja de Cristo. Os reis meronvígios, considerados então reis-sacerdotes, tinham por costume nunca cortar os cabelos, e tinham como característica uma cruz vermelha como marca de nascença entre os ombros. A palavra Merovigian divide-se em sílabas onde podemos ler claramente: Mer e Vir, ou seja, Maria e Vinho.








Outra hipóteses seria que Jesus e Maria de Madalena tiveram uma filha de nome Sara, e que migraram para a França fugindo das perseguições, dando origem a dinastia meronvígea.



 Sabe-se também, que os reis meronvígeos tinham como emblemas a flor-de-lis oriunda do oriente médio , o gladíolo ou pequena espada, e as abelhas. Eram possuidores de poderes mágicos e ocultos e se diziam conhecedores da fonte de toda sabedoria bíblica. Como descendentes dos troianos alguns historiadores consideram a razão dos nomes de algumas cidades francesas como Troyes e Paris. Um célebre descendente dessas tribos, era o Apóstolo Paulo, que afirma explicitamente ser um benjamita em Romanos cap. 11, v.1. De acordo com todas as narrativas do Novo Testamento, Jesus era da linha de Davi e, portanto, da tribo de Judá, mas os Templários eram da tribo de Benjamin, desta forma a única maneira de unirem-se a linhagem de Jesus, seria casando Jesus misticamente com Maria de Madalena. De certo que os Templários tiveram acesso as informações gnósticas contidas no Evangelho “apócrifo” de Felipe, o qual aborda esse tema, como também por algumas interpretações calcadas nos próprios evangelhos canônicos, que nas entrelinhas dão a entender ao leigo das verdades iniciáticas uma relação mais estreita de Jesus com a Apóstola. Mais na realidade a “câmara nupcial”, sacramento ministrado por Jesus, segundo o Evangelho de Felipe, era ministrado somente uma vez na vida do indivíduo. Nesse sacramento, que aliás só estava ao alcance dos discípulos mais avançados, era conferida a suprema iluminação. A Igreja romana posteriormente transformou esse sacramento no matrimônio, visando santificar a união exterior entre o homem e a mulher, daí as interpretações errôneas com sobre a relação de Jesus e Maria de Madalena. O sacramento da câmara nupcial visava promover a união interior. Nele, a alma totalmente purificada, referida como virgem, unia-se ao divino esposo, o Cristo interior, como podemos perceber na parábola do banquete nupcial descrito em Mateus cap. 22, vs. 1 a 14 e nas dez virgens, Mateus cap. 25 vs 1 a 13. Formou-se a partir daí a mística dos Templários, ligando-os diretamente a Jesus e a todas as tradições judaicas-cristãs. Outro misterioso, enigmático e miraculoso objeto relacionado intimamente com a fundação da Ordem do Templo, é o  “cálice sagrado” ou “santo graal”. Conta-nos a tradição, que vindo da Judéia passou inicialmente aos primeiros cristãos convertidos, passou então a guarda dos Druidas, depois aos Cátaros ou Puros, mas por razões de segurança passou para uma casta secreta dos templários conhecida como os cavaleiros do Santo Graal. Sua procura foi a razão e a motivação para a vida de muitos aventureiros cruzados religiosos na idade média.


Interessante observar, que nas Escrituras existem duas citações a palavra gral, em Números cap. 11 , v.18: “ O maná no gral o pisava”, outra em Provérbios cap. 27 v. 22: “ainda que pise o insensato com mão de gral”. A palavra cálice só aparece realmente no Novo Testamento em Lucas cap. 22 v.20: “Semelhante, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança, no meu sangue derramado por vós.” A referência a um Cálice poderoso no entanto transcende aos tempos de Jesus, diversas citações informam que ele faz parte de diversos relatos religiosos e misticos ao longo dos tempos, tornando ainda maior o mistério, que o envolve.



O Cálice de Buda, segundo as lendas transhimalaias, era milagroso e inesgotável: um verdadeiro Cálice de Vida. O Cálice de Amritha citado no Mahabharata, compêndio indu diz que: “Indra apodera-se do Cálice do Rei dos Nagas(ou serpentes; Sri Nagar ou homens serpentes, semideuses, Adeptos, seres agartinos, etc..,) e o leva para o céu.” As tradições persas, descrevem quando Jenishid começou a lançar as bases da cidade de Istaker(ou da Deusa Isis), encontrou-se um cálice milacuroso.




O cálice era de turquesa e estava cheio de precioso néctar da vida. As lendas do mosteiro de Solovetz, ao tratar dos personagens do Antigo Testamento, mencionam o cálice do Rei Salomão(Salem-Omar).Os muçulmanos possuem também seu Cálice Sagrado denominado Faa-faga.De qualquer forma, o “cálice sagrado” ou “santo graal”, que significa sangue real, foi a taça na qual supostamente José de  Arimatéia colheu o sangue de Jesus quando este estava na cruz, o que lhe confere uma qualidade mágica e simbólica, sendo esta a mesma taça utilizada por Jesus nas ceias que fazia com os apóstolos, como citam os evangelhos.









É bem verdade que outros cálices poderiam existir sendo também considerados autênticos. Como aqueles utilizados em casas visitadas por Jesus em suas perigirnações, ou mesmos os cálices utilizados nas casas de Zaqueu e Lázaro por exemplo. Existem também duas variações, a partir dessas, sobre a chegada do “cálice sagrado” a Europa. A primeira é que após a morte de Jesus, a família de José de Arimatéia foi institucionalizada como a guardiã do cálice, e que o próprio José de Arimatéia, teria  levado a relíquia para Inglaterra ou País de Gales, juntamente com a lança que o soldado romano Longino, havia ferido Cristo. 





Outras tradições, afirmam que na realidade fora levado por Maria Madalena não a Inglaterra mais para França no século I. Lendas e tradições medievais descrevem Maria Madalena partindo da Terra Santa e atracando em Marselha, cidade onde até hoje suas relíquias são ainda bastante veneradas. Nos Cânticos de Salomão do Antigo Testamento (4:15) existe uma referência a Madalena como “a fonte das águas vivas”. Esta por sua vez, esta associada a teoria que Maria de Madalena esteve na França, endossada por outra passagem bíblica como em Zacarias 14:8 que  cita “águas vivas” devem sair de Jerusalém metade delas na direção do mar ocidental(...)”. Fato é que, entre os cavaleiros cruzados/templários, Maria de Madalena, ocupava extraordinária posição de culto e destaque.





Desta forma, o cálice sagrado representava simultaneamente duas coisas na europa medieval; por um lado teria sido a linhagem mística dos descendentes de Jesus e Madalena - o "sang raal" ou "sangue real", por outro o receptáculo que recebeu e conteve o sangue de Jesus após a sua morte na cruz, sendo também a mesma taça utilizada pelo mestre na última ceia. A idéia do cálice sagrado e a vontade de resgatar a cidade santa de Jerusalém,  do poderio turco, incentivou e motivou muitos cruzados na idade média a cultuarem esse objeto místico.


 Dessa crença, originou-se um movimento de pureza e devoção pelo sagrado na época medieval, com a instituição dos cavaleiros “templários”, uma espécie de casta entre os cruzados, que primava pela religiosidade e pelo ascetismo, os quais acabaram por torna-se os  guardiões desse objeto. Dentro de uma visão espiritual mais profunda, o Graal não é material, e sim ícone simbólico, funcionando como um elemento de transformação individual daquele que o procura. 





Portanto ele pertence ao mundo oculto, invisível e transcendente. O Graal é o romance de Deus em nosso próprio coração, e nele o Cristo se transforma numa metáfora, numa alegoria, daquele poder transcendental que é o esteio e o ser de nossa própria vida. Ele é aquele fonte no centro do universo de onde emanam para o mundo do tempo as energias da eternidade.




Por volta do século XV , a “lenda” de que Madalena levara o cálice para Marselha, tinha assumido imensa proporção e suprema importância para pessoas, como o próprio rei Renné d’Anjou que chegou a colecionar taças a quais muitos diziam ser a verdadeira. Alguns escritores antigos da Igreja, apregoam que Lázaro, Madalena, Marta, José de Arimatéia e alguns outros seguidores de Jesus, foram transportados por um navio até Marselha no Sul da França.



                        
                                                       José de Arimateia

A bem da verdade que na França 125 templos são dedicados a Maria de Madalena. Por uma hipótese ou por outra, teria então surgido o culto a Madalena, na forma como foi promulgado na Idade Média, e esse mesmo culto  teria sido confundido com o culto à Virgem Maria. Coincidentemente é atribuído aos Cavaleiros Templários, o culto as “Virgens Negras”, onde somente na França, cinqüenta templos são efetivamente dedicados a ela. Ao contrário do que se pensa, e para surpresa de muitos, essas virgens não estão somente associadas a figura da Virgem Maria, mãe de Jesus, mas também a Maria de Madalena. Muitas imagens marianas denominadas pela Igreja de “Madonas Negras”, são extremamentes populares entre os adeptos do catolicismo. Dentre as mais conhecidas destacamos Nossa Senhora de Guadalupe no México, Montserrat na Espanha, Jasna Gara na Polônia, Aparecida no Brasil. Até mesmo entre o povo cigano esta presente como “Kali Sara”, ou a “Negra ‘Sara”. Algumas dessas representações, como a de Rocamadour na França, do séc. IV d. C., muito se assemelha com as antigas estátuas egípcias. Gustav Jung, atribui essa semelhança a um arquétipo feminino da fecundação, ligado mais diretamente a fecundidade da terra, e por isso a cor negra, representa na realidade em sua maioria  a deusa egípcia Isis. Além  de Isis, as deusas Ártemis e Ceres também foram representadas pela cor negra, ligada naturalmente a fertilidade da terra. Com a passar dos séculos houve um sincretismo através da conversão das comunidades pagãs ao Catolicismo. Além disso, o autor de Pitis Sophia, Valentiniano, era profundo conhecedor da mitologia greco-romana e egípcia, fundindo dessa forma as figuras das deusas fertilizadoras femininas da terra através de Sophia/Maria de Madalena. Em razão disso, atribui-se aos Templários a introdução das Virgens Negras no contexto religioso europeu. Pois São Bernado, o mentor da Ordem do Templo, associou Maria de Madalena, a noiva morena, dos Cânticos de Salomão(cap.1, v.5). Como se sabe, os templários possuíam grandes conhecimentos esotéricos dado, aos contatos estabelecidos com inúmeras fontes religiosas, principalmente com o Egito. Desta forma, dado o seu esclarecimento espiritual, entenderam que essas imagens representavam as diferentes manifestações do mundo divino nas diversas culturas.
Outra relíquia de inestimável valor para o cristianismo supostamente protegida pelos templários foi ao túnica que envolveu o corpo de Jesus após a sua morte, conhecida como sudário ou manto. Conta a tradição esotérica, que os poderes miraculosos desse pano começaram a se propagar, quando o rei de Edessa, Abgar, foi curado de uma grande enfermidade ao olhar para a imagem do rosto de Cristo, nele  impresso. Assim como o sudário, o lenço, ou seja,  pano que envolveu o cabeça de Jesus, segundo o costume judaico, utilizado em sinal de respeito após morte violenta, conforme narrativa de João cap. 20, vs. 6 e 7, foi protegido a posteriori , também pela ordem dos cavaleiros do templo. Cabe-nos ressaltar, que em  testes laboratoriais, cientistas chegaram a conclusão, que o sangue contido nele é igual ao do sudário, tipo Ab, mas nele não existe imagem gravada. Conta a tradição que, para escapar do avanço do exército persa o lenço foi retirado de Jerusalém no ano de 614, para Alexandria, sempre para o norte, os guardiões o levaram ainda no século VII, para Toledo na Espanha, e por ocasião da invasão dos mouros no ano de 711, foi escondido nas montanhas  do norte da Espanha, em uma caverna. Atualmente o lenço encontra-se na cidade de Oviedo, na Espanha.





Pela ampla confiança depositada pelos cristãos, e pelo valor inestimável das relíquias do cristianismo por eles guardadas, a Ordem dos Cavaleiros do Templo, desenvolveu-se de maneira extraordinária, expandindo-se tanto na Europa como na Terra Santa, construíram inúmeras fortalezas, que ainda hoje podemos admirar, sempre apoiada pelo papado recebendo sempre vultuosas doações de membros do clero, senhores feudais, reis e comerciantes. Dessa forma, a Ordem dos Templários atingiu uma dimensão gigantesca, e muitos com o passar dos anos aderiram a essa nova ordem entre eles estavam os normandos, germânicos, portugueses, franceses, italianos entre outros. Guardavam não só a Cidade Santa , mas também todos os caminhos que levavam a ela, protegendo os peregrinos, de ladrões e principalmente dos fanáticos mulcumanos, envergando sempre os votos de pobreza, obediência e castidade, eram também conhecidos como os “Cavaleiros Pobres de Cristo” ou “Cavaleiros Hospitaleiros”, sempre prontos a ajudar e a servir os viajores. Sua vestimenta era uma roupa branca com uma cruz vermelha no centro, símbolo utilizado pelas ambulâncias nos dias de hoje. Seu contato com diversas culturas como africanos, asiáticos, muçulmanos, egípcios, israelitas, entre outros, os fizeram adquirir enorme conhecimento científico, artístico e religioso e místico, sendo esses responsáveis diretos pelo surgimento da arte gótica. Desta forma, nas castas que formavam a Ordem dos Cavaleiros do Templo, era ensinado filosofia oculta abrangendo todo o conhecimento disponível existente, eram portanto, adeptos da numerologia, da astrologia, do espiritualismo entre outros. Essa Ordem iniciou o culto do gnostismo eclético, que admitia e harmonizava os princípios de várias religiões numa espécie de ecumenismo, conciliando-os com o Cristianismo. Em razão disso, muitas outras doutrinas filosóficas posteriores afirmam  ter na Ordem do Templo de Jerusalém sua paternidade: Os Rosas Cruzes, Maçons, Cátaros, Gibelinos.
Em 1291, os muçulmanos dominaram a terra Santa e os Templários perderam sua razão de existir. Em 1306, Filipe IV , da França, vulgo Filipe, o Belo , quis se livrar do enorme poder dos Templários além do mais devia-lhes muito dinheiro, desta forma influenciou o papa acusa-los  de  heresia os taxando como bruxos e adoradores do demônio através de um ídolo chamado Bafomet. Em 1307 , capturou todos os Templários e quis confiscar todos os  seus bens mas a grande parte de sua imensa fortuna jamais foi encontrada.  Jacques de Molay, seu último grão mestre mandou queimar os livros da ordem para não liberar os rituais e costumes secretos. 




Muitos templários foram queimados vivos; outros esconderam-se na Escócia Lorraine, Alemanha, Espanha, dando seguimento a Ordem secretamente. Em Portugal modificaram seu nome para "Cavaleiros de Cristo" que abarcou pessoas como Vasco da Gama, Infante  D. Henrique, Colombo, pois que conheciam bem os segredos marítimos dos antigos fenícios. No final do século XIII, um destacamento de Templários, anistiado por Felipe , o Belo, partiu para a cúpula da montanha de Bézu , erigindo um posto de vigia e uma capela , para cuidar da segurança da região e proteger a rota de peregrinação que atravessava o vale e ia até Santiago de Compostela, na  Espanha. Conta-nos a tradição que Martin Lutero, foi apoiado por membros da Ordem em seu protesto. Nos dias de hoje, os Templários são cultuados por muitas sociedades esotéricas e secretas.

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