terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lutero e o Protestantismo


LUTERO  E  A PROTESTANTISMO


                        Na Alemanha, no início do século XVI, a sociedade alemã estava , totalmente insatisfeita com o poder exercido pela Igreja. A grande massa de camponeses a odiava, pois pretendia de alguma forma libertar-se do regime de exploração servil. A situação era tão alarmante que parte da própria nobreza a detestava por duas principais razões: A primeira era que não concordavam com a intenção da Igreja e tomar-lhe as terras; a segunda era a evasão de dinheiro da Alemanha para os cofres da Igreja Romana. Para agravar esse contexto, o papa Leão X, havia escolhido a Alemanha como ponto inicial das vendas das indulgências. O povo alemão já não podia acreditar que uma Igreja tão desmoralizada, fosse capaz de salvar os fiéis dos castigos do inferno. Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano e professor da universidade de Wittemberg, indignado, iniciou a sua luta reformista, quando afixou na porta da catedral de Wittemberg as suas 95 teses, nas quais denunciava os abusos do clero e condenava a vendas das indulgências, que era nada mais nada menos do que um instrumento de mercantilização da fé. Através desse pensamento a Igreja podia trocar dinheiro por pecados. Lutero por sua vez, defendia que tantos as obras como os sacramentos, com exceção do Batismo e da Eucaristia(Um dos sete sacramentos da Igreja, onde Cristo se acha presente sob, as aparências do pão e vinho.), eram inúteis para a salvação da alma, pois o “homem se salva pela fé”, e a fé, segundo Lutero depende unicamente da suprema vontade de Deus. Considerado herege, foi excomungado pela Igreja Católica em 1520, condenado e taxado como fora da lei, Lutero encontrou refúgio no castelo de seu protetor e amigo, o príncipe Frederico da Saxônia, onde teve a oportunidade de traduzir a Bíblia para o alemão.



 A essa altura, parte da burguesia já comungava das idéias luteranas e a Alemanha encontrava-se dividida entre o Catolicismo e o Protestantismo. Muitas guerras internas aconteceram, até o ano de 1.555, mais precisamente, nove anos após a morte do reformador, é que os alemães  chegaram a um acordo mais democrático, chamado; Paz de Augsburgo, no qual, cada príncipe teria o pleno direito de escolher a religião para o seu povo e principado, pois naquela época a Alemanha vivia sob o sistema feudal e estava dividida por vários reinados menores atrelados a um reinado principal. 


O Protestantismo de Lutero, suprime a hierarquia sacerdotal e o culto a virgem Maria e aos santos, o rosário, as imagens, a missa em latim, o celibato, as vestes dos padres, o papa, etc. Mas por outro lado, aceita muitos dogmas católicos; proclama a divindade de Jesus; o seu miraculoso nascimento; a sua ressurreição; as penas eternas; o pecado original, o regaste pelo sangue de Cristo; o céu; o inferno; o demônio; o juízo final. Coube a Calvino(1509-1564), incrementar a filosofia luterana acrescendo a ela os dogmas da trindade e da predestinação e suprimindo o livre arbítrio. Entretanto, muitas das denominações mantiveram a estrutura e o pensamento de Santo Agostinho, nada de anormal pois, Martinho Lutero era um monge agostiniano, e manteve em sua teologia o pior de suas idéias. João Calvino fez o mesmo já que aceitou os preceitos de Lutero, preservando a idéia da predestinação absoluta. Esses dois teólogos reafirmaram muitos preceitos errôneos do Catolicismo, inclusive que o pecado original está ligado à sexualidade e a luxúria.

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