terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Helena e Constantino


HELENA E CONSTANTINO: OS PRIMÓRDIOS DO CATOLICISMO


             O catolicismo começou a se formar, mais precisamente no ano de 326, quando uma mulher de 72 anos, chegou a costa da Judéia tendo como finalidade uma grande missão religiosa, ela era a Imperatriz Helena, mãe de Constantino; O Grande - Imperador de todo o Império Romano, seu destino final era Jerusalém e a Terra Santa e seu objetivo era a remissão dos inúmeros pecados de seu filho, que se daria para ela, a partir dessa ardorosa peregrinação. Helena Flávia Augusta, se tornaria na verdade, a primeira peregrina cristã, preparando o caminho para que as futuras gerações a seguissem, desde a costa da Galiléia onde Jesus reuniu os seus apóstolos ao túmulo de Lázaro , a quem Jesus livrou do estado cataléptico. Através da sua fervorosa fé em Deus, ela realizou, segundo a tradição católica, uma das mais importantes descobertas da história religiosa identificando assim, através de suas descobertas  as primeiras comprovações históricas dos relatos dos evangelhos, solidificando as bases para a implantação do cristianismo através da visão do catolicismo. Quando jovem, Helena, era conhecida pela sua inteligência, graça e beleza. Sua saga no Império Romano, tem início no ano de 274, quando ela se apaixona por um oficial da guarda romana, Flávio Constantino, casam-se e dessa união nasce um menino que se tornaria o homem mais poderoso do mundo antigo na sua época; Constantino; O Grande, o qual se tornaria o primeiro Imperador Cristão do mundo. Helena por sua vez, adorava o seu filho, durante a sua vida seria a pessoa que maior influência exerceria sobre ele. Nos fins do século III, o império romano, encontrava-se em franco declínio, suas províncias mais afastadas eram constantemente saqueadas por povos bárbaros e persas. Em conseqüência disso, o império não podia manter-se unido a partir de Roma. No limar do século IV, o império estava dividido em quatro províncias, em um sistema de governo conhecido por tetrarquia, o pai de Constantino  governava com mão de ferro no oriente, mas no ocidente a habilidade de Roma estava sendo minada por uma força que os exércitos não tinham defesa, uma nova religião proibida florescia; o Cristianismo. Roma reagiu a essa religião com vultuosa impiedade, no qual cristãos eram levados ao Coliseu para serem devorados por animais ferozes, além de servir de alimentos para as feras, eram queimados vivos, crucificados e chacinados. Entretanto o Cristianismo não sobreviveu somente as perseguições dessa natureza, no começo do século IV, dez por cento dos romanos já tinham aderido a ele em segredo, segundo os dados dos historiadores. Para fugir das inúmeras admoestações os cristãos, assim como eram chamados, começaram a pregar secretamente nos cemitérios e catacumbas, sempre a noite. O Espírito Emmanuel confirma esse fato em “Ave Cristo”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pág.40: Os cemitérios, em Roma, eram lugares de grande alegria. Inquietos e desalentados na vida de relação, com infinitas dificuldades para se comunicarem uns com os outros, dir-se-ia que ali, no lar dos mortos que as tradições patrícias habitualmente respeitavam, os seguidores do Cristo encontravam o clima único, favorável à comunhão de que viviam sedentos. Abraçavam-se aí, com indivisível ternura fraterna, cantavam jubilosos, oravam com fervor...O Cristianismo de então não se limitava aos ritos sacerdotais. Era um rio de luz e fé, banhando as almas, arrebanhando corações para a jornada divina do ideal superior.”




          A Imperatriz Helena, estava entre eles, quando jovem prometera a Deus, que um dia visitaria a terra Sagrada de Jerusalém. Constantino por sua vez, não era cristão, estava muito mais interessado nas questões que envolviam Roma. Com apenas 19 anos quando o seu pai foi morto em uma batalha, reclamou o título de César do Ocidente, almejando reunificar o império que havia se subdividido a partir de sua base na Gália. Mas entre Constantino e Roma, havia o rio Tibre a ponte Mílvius, e do outro lado seu inimigo Maxêncio, o César de Roma, que já sabendo das intenções de conquista, de seu mais novo adversário, reuniu  um grande exército para a iminente batalha. Sem o consentimento de Constantino, Helena orou e pediu que Jesus protegesse seu filho amado, prometendo divulgar e difundir o cristianismo, para todo o império romano se nada de mal o acontecesse. Enquanto Constantino chegava ao lado norte da ponte e se preparava estabelecer o acampamento, segundo narram as tradições cristãs, os céus começaram a se agitar, Constantino e seus soldados começaram a olhar para o céu, e viram estupefatos um estranho desenho de uma cruz  se formar entre as nuvens. Todos ficaram espantados com vultuosa visão, mais ninguém realmente sabia o que ela significava.




 Na véspera da batalha mais importante de sua vida, Constantino, refletiu sobre o significado daquela estranha aparição nos céus, e na noite que antecedia a batalha, teve um sonho, no qual via um anjo com o mesmo sinal que aparecera no céu, dizendo que ele deveria usar o símbolo da cruz como proteção contra seus inimigos. Constantino ao acordar e relembrar o sonho, entendeu que era uma ordem expressa do Deus da fé de sua mãe, e obedecendo fielmente as instruções recebidas em sonho pelo anjo, fez o sinal da cruz com duas lanças e dentro dela colocou o sinal secreto do cristianismo, como tinha mostrado sua mãe, conhecido como Qui-rô. (Segundo os maçons esse símbolo é muito anterior ao Cristianismo, tendo este monograma sua origem mística nos mistérios da grande fraternidade do Egito, onde lá era o monograma original de Osíris. Consta segundo a própria literatura maçônica consultada, era o símbolo místico de Júpiter Amón, foi encontrado também gravado na medalha do rei Ptolomeu, e utilizado nas moedas mandadas cunhar por Herodes o Grande, antes da era cristã).
Sendo assim, pela primeira vez, um exército marcharia sob o estandarte de Cristo. Ao amanhecer as tropas de Maxêncio atravessaram a ponte Mílvius para o duelo final, mas o que Maxêncio não sabia é que no seu exército haviam muitos cristãos em segredo, esses quando viram o sinal a cruz e o sinal do Qui-rô, passaram imediatamente para o lado de Constantino. Desesperado Maxêncio e seus soldados bateram retirada, e nesse momento a ponte Mílvius desaba, precipitando parte do exército nas águas rápidas do rio Tibre, levando com ele Maxêncio, que acabou por afogar-se. 



Constantino vence a batalha, e entra triunfalmente em Roma com o símbolo do Cristo e com a cabeça de Maxêncio espetada em sua lança. Constantino depois de seis anos da morte de seu pai, se tornara o senhor todo absoluto da Europa. Percebendo que a sua vitória tinha se dado pelo Deus de sua mãe, seu primeiro ato foi publicar um decreto conhecido como Edito de Milão, no ano de 313, no qual os cristãos poderiam exercer livremente sua religião, o Coliseu a partir daquela data não veria mais o sangue cristão. 



A partir daí, Constantino ordena a construção de uma imensa Basílica, denominada: São Latrão, e acima de todas as portas desse templo monumental coloca o símbolo do cristianismo: o Qui-rô. Nessa imensa e esplendorosa Basílica é que foram realizados os primeiros concílios da Igreja Romana, presididos pelo próprio Constantino, que se tornou o primeiro chefe da Igreja cristã. O imperador favoreceu aos cristãos dando-lhes altos cargos no seu império e na Igreja, isentando-os de muitos impostos, visando com esses benefícios incentivar a adesão dos cidadãos romanos na sua esmagadora maioria politeístas, ao cristianismo. Apesar de todos esses fatos, Constantino ainda não se tornara efetivamente cristão, fato é, que ao saber que seu filho Crispus cometera adultério com Fausta, sua esposa do seu segundo casamento, mandou assassinar ambos. O filho morreu envenenado e a mulher, trancafiada em uma sauna, morreu asfixiada. A partir dessa atitude, todo o império ficou chocado, até mesmo a mais alta elite de Roma, já acostumada a tantas atrocidades o condenou, por esta carnificina dirigida a sua própria família. Tudo o que o Cristianismo havia conseguido por seu intermédio estava abalado, Constantino se intitulava alto protetor da fé romana e acabara de assinar a sua própria família. Helena, envergonhada pelas atitudes de Constantino, abandonou Roma, e embora já contasse 72 anos, se aventurou a uma peregrinação a terra santa como havia prometido desde menina, mas dessa feita, sua missão era de encontrar o Gólgota, lugar aonde Cristo teria sido crucificado, e lá construir uma Igreja como penitência para os pecados de seu filho. Desta forma, a Jerusalém que Helena encontrou não era a que sonhava, a partir das histórias bíblicas, no ano de 69 os próprios romanos, haviam arrasado a cidade destruindo quase todos os traços do passado Sagrado de Jerusalém. Helena reportou-se as próprias escrituras para encontrar sinais do Gólgota na cidade, surgiram as primeiras decepções. Pediu então ajuda dos sábios da cidade, sugerindo a eles que contassem tudo o que sabiam sobre a cidade e suas tradições, afim de encontrar alguma pista que pudesse identificar o lugar exato do Calvário. Os sábios conheciam muito pouco, não muito mais o que estava nas próprias escrituras. Helena encontrava-se no ponto de partida, atormentada com as inúmeras decepções, a imperatriz escreve uma carta a Constantino pedindo sua ajuda para conseguir o seu objetivo. Mas antes como penitência ela realizaria uma peregrinação por todos os lugares aonde o Cristo estivera, segundo as Escrituras. Constantino deixa Roma, e parte para Bizâncio aonde constrói a Basílica de Santa Sofia dentre outras e institui o domingo como dia sagrado para adoração. A peregrinação de Helena levaria mais de um ano, percorrendo milhares de quilômetros, num esforço demasiado para uma mulher de 72 anos de idade. A imperatriz  começou sua caminhada aonde o Novo Testamento começa, em Nazareth. O primeiro triunfo de Helena é onde ela acreditava ser o lugar aonde o anjo Gabriel deu as boas novas a Maria, e sobre esse lugar construiu a Igreja da Anunciação. Continuando o caminho, a exemplo de Maria e José, chegou a Belém, encontrou o estábulo aonde segundo ela, supostamente Jesus teria nascido, e lá construiu um templo, a Igreja da Natividade. De Belém chegou ao sul do Jordão aonde Jesus foi batizado por João Batista no mar da Galiléia, passando a Betânia encontrou o túmulo de Lázaro. Revigorada acreditou ser os seus achados um sinal de Jesus, renovada retorna a Jerusalém ao Monte das Oliveiras, aonde Jesus ensinou o “Pai Nosso”. Em  Jerusalém fundou mais uma Igreja no local aonde Jesus pegou o jumentinho que o levou a cidade de Jerusalém, logo após ter saído da casa de Maria e Marta, irmãs de Lázaro ressuscitado. Finalmente chega a via crucis, caminho percorrido por Jesus até o calvário, onde a Bíblia diz que Jesus foi crucificado, mas apesar disso o Gólgota, permanecia desconhecido. Helena então orou fervorosamente para que Jesus lhe indicasse o lugar correto de seu martírio e naquela mesma noite, chovia torrencialmente e um relâmpado caiu numa colina, que abrigava um antigo templo pagão.



 Helena viu isso como um sinal dos céus, munida de um pequeno exército que sempre a acompanhava, começou a demolir o templo, pedra por pedra, para que as escavações pudessem ser realizadas. Conforme as pedras foram sendo retiradas, um vento forte soprou, deixando parte de um objeto exposto no meio do cascalho, enquanto escavavam ficou claro que as preces de Helena tinham sido atendidas além de suas expectativas. Ela não somente encontrou o Gólgota tão almejado, como três cruzes citadas nas escrituras sagradas. 



Para identificar qual delas era a do Cristo, Helena levou uma mulher bastante debilitada ao local para que pudesse tocar as cruzes e quem sabe através de sua cura identificar a verdadeira cruz. E foi justamente isso o que aconteceu, quando a moribunda tocou a verdadeira cruz, imediatamente produziu-se a cura.




 Neste local a imperatriz construiu a Igreja do Santo Sepulcro, Helena também descobriu supostamente a pedra aonde depois da morte de Jesus, Maria sua mãe o ungiu. Para que o mundo compartilha-se de sua descoberta, Helena enviou fragmentos da cruz para todo o império. Na Igreja da Santa Cruz em Roma, um desses fragmentos está em exposição, como também um dos pregos da sagrada cruz. Um ano após suas descobertas e de concluída sua missão, Helena morre nos braços de seu filho Constantino aos 73 anos em 327, já o imperador morreria no ano de 339 semanas após ter recebido o batismo, o qual acreditava livra-lo de seus enormes pecados.






 Junto com Constantino, Helena  retirou o Cristianismo de anos de sigilo e perseguição, para criar uma religião de caráter mundial; o Catolicismo. Por intermédio de suas descobertas, ela revelou para os cristãos os locais da vida de Jesus e estabeleceu Jerusalém como a mais  Sagrada das Cidades. Hoje as Igrejas que ela fundou servem de monumento ao trabalho de sua vida, e são inegavelmente o testamento do testemunho de sua esplendorosa fé.  

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