terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Paulo de Tarso e os Essenios


PAULO DE TARSO E OS ESSÊNIOS


Algumas semelhanças são constantemente observadas nos primórdios do cristianismo entre a doutrina dos essênios e o pensamento de Paulo de Tarso, como em diversas passagens do Evangelho de João. Uma constatação da influência dos essênios no pensamento e na filosofia de Paulo Tarso, é justamente o contraste evidenciando na luta dos Filhos das Trevas com os Filhos da Luz, ou seja, uma nova versão do Zoroastrimo incrementado pelo Manequeísmo. O dualismo se apresenta sobre vários aspectos  em suas cartas; espírito e carne, bem e mal, luz e trevas. Paulo era um rabino judeu culto, fora instruído por Gamaliel, e provavelmente conhecia a seita dos essênios, e ao que tudo indica, adaptou parte dessa doutrina para o novo cristianismo nascente, que para ele passou a existir a partir do momento do seu encontro com Jesus na estrada de Damasco. Paulo queria de toda a maneira evitar o fardo da lei mosaica, para aqueles que convertia, encontrou na teologia dos essênios campo fértil, pois esses rejeitavam o Templo de Jerusalém e o seu culto, consideravam o seu halabot (Lado legal e obrigatório do judaísmo, compreendendo as práticas e observâncias judaicas relativas à vida diária, festivais, normas alimentares, rituais de pureza, lei civil e criminal.) substitutas das leis bíblicas outorgadas pelo próprio Deus. A simples idéia de leis serem acrescentadas às da Bíblia era um anátema para a seita dos essênios de Qumran, pois eles somente aprovavam as leis oriundas do Torá, ou seja, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. Para o apóstolo dos gentios, essa divergência era fundamental, pelo menos politicamente, pois os essênios tinham idéias e concepções que ele como profundo conhecedor do Judaísmo, deveria conhecer e até concordar, como é o que parece ter acontecido. Existindo apenas uma diferença, para Paulo, Jesus era a sua  razão; já para os essênios o motivo de sua richa, era o judaísmo ritualístico e helenizado pregado no Templo de Jerusalém. Sendo assim, as idéias comungadas pela comunidade dos essênios, no pensamento de Paulo, apresentavam um caminho para a mudança de pensamento judaico e consequentemente uma posterior aceitação das idéias do Cristo.


O pensamento apocalíptico dos essênios, observava que o fim do mundo estava próximo, e vemos isso claramente expresso em diversos trechos das cartas de Paulo aos Coríntios, que expressam claramente esse pensamento. Mas existia uma diferença, os essênios entendiam que o apocalipse  se efetuaria com a vinda do Messias, tal como descrito em Êxodo , cap.19, vs. 5 a 6, que iria transformar o povo de  Deus, os judeus, num reino de sacerdotes, a partir da vitória das forças do bem sobre os forças do mal, para eles o Armagedon, já havia começado. Para  Paulo o reino de Deus, se concretizaria com o retorno de Jesus, que entendia estar próxima. Vejamos:

I CORÍNTIOS, CAP.1,VS.7 e 8
Assim, enquanto aguardais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo, não nos falta dom algum. Ele há de vos confirmar até o fim.

I CORÍNTIOS, CAP.3,V.13
... a  obra  de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um.

I CORÍNTIOS, CAP.4,V.5
Por isso não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que merece.

I CORÍNTIOS, CAP.6,V.2 e 3
Não sabeis que os santos julgarão o mundo? E, se o mundo há de ser julgado por vós sereis indignos de julgar os processos de mínima importância. Não sabeis que julgaremos os anjos? Quanto mais, as pequenas questões dessa vida!

I CORÍNTIOS, CAP,.11,V.26
Assim, todas as vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice, lembrais da morte do Senhor, até que venha.

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