terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Santíssima Trindade


A SANTÍSSIMA TRINDADE

                “Como deve ser considerada,  no Espiritismo, a chamada “Santíssima Trindade”, da teologia católica?
                 Os  textos  primitivos  da  organização  cristã  não falam da concepção da Igreja Romana, quanto à chamada “Santíssima Trindade”.Devemos esclarecer, ainda, que o ponto de vista católico provem de sutilezas teológicas sem base séria nos ensinamentos de Jesus.Por largos anos, antes da Boa Nova, o bramanismo guardava a concepção de Deus, dividido em três princípios essenciais, que os seus sacerdotes denominavam Brama, Vishnu e Çiva.(O Padre Alta, em O Cristianismo do Cristo e de seus vigários, nos diz que a fórmula de catecismo __ 3 pessoas em Deus __ era verdadeira em latim, onde o vocábulo persona significa forma, aspecto, aparência. E falsa, porém, em francês ou em português, com acepção de indivíduo).Contudo, a Teologia, que organizava, sobre os antigos do politeísmo romano, necessitava apresentar um complexo de enunciados religiosos de modo a confundir espíritos mais simples mesmo porque sabemos que a Igreja foi, no princípio, depositária das tradições cristãs, não tardou muito que o sacerdócio eliminasse as mais belas expressões do profetismo, inumando o Evangelho sob um acervo de convenções religiosas, e roubando às revelações primitivas a sua feição de simplicidade e de amor.
Para esse desiderato, as forças que vinham disputar o domínio do Estado, em face da invasão dos povos considerados bárbaros, se apressaram, no poder, em transformar os ensinos de Jesus em instrumento de política administrativa, adulterando os princípios evangélicos nos seus textos primitivos e assimilando velhas doutrinas como as da Índia legendária, e organizando novidades teológicas, com as quais o Catolicismo se reduziu a uma força respeitável, mas puramente humana, distante do Reino de Jesus, que, na afirmação do Mestre, simples e profunda, não tem ainda fundamentos divinos na face da Terra.(Emmanuel, O Consolador, págs.159 e 160, questão 264).



                “A tradução de Osterwald está conforme o texto primitivo. Diz: “Não renasce da água e do Espírito”; a de Sacy diz: do Santo Espírito; a de Lamennais: do Espírito Santo.À nota de Allan Kardec, podemos hoje acrescentar que as modernas traduções já restituíram o texto primitivo, pois que só imprimem “Espírito” e não o Espírito Santo. Examinemos a tradução brasileira, a inglesa, a em Esperanto, a de Ferreira de Almeida, e em todas elas está somente “Espírito”. Além dessas modernas, encontramos a confirmação numa latina de Theodoro de Beza, de 1642, que diz:            “... genitus ex aqua et Spiritu ...”  “...et quod genitum est ex Spiritu, spiritus est.”               É fora de dúvida que a palavra  “Santo” foi interpolada, como diz Kardec. À Editora da FEB, 1947.”(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IV, pág.86).

                Este tema foi arranjado pelo catolicismo, de acordo com as crenças pagãs, já adotadas pelos povos de uma época inconcebível, quiça, anti-diluviana, no tempo dos Sumerianos, anterior a Babilônia, em que os Cabiras representavam a trindade por Ea, pai, Istar, mãe, Tamuz, filho. Os Orphicos, da Grécia, chamavam essa trindade: Axier, pai celeste, Axiokersa, mãe terrestre, Axipkers, filho do céu e da terra, aos quais apelidavam de Zeus.Nos mistérios de Eleusis, a ordem é outra: o pai é Dionísio, a mãe, Demeter, Iachos o filho.Na antiga Canaan, era Ball, pai, Astarté, mãe, Adonis Echmun, o filho.No Egito,  Osiris é pai, Isis, a mãe, Horus o filho.Na índia Brama,é o pai, Siva, a mãe, Vishnu, o filho.Na China, Brahma, é o pai, Siva, a mãe, Buda o filho.Na Pérsia de Zoroastro, era Orzmud, o pai, Ariman, a mãe, Mithra, o filho.N a primitiva Germânia era Votan, o pai, Friga, a mãe, Dinar, o filho. Vemos também que até o sinal da cruz ao qual se faz menção ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, não é senão mais uma adaptação da Igreja, na realidade, o sinal da cruz servia para que os cristãos se identificassem e se reconhecessem. Vejamos o que diz Emmanuel:

“Sempre que um Peregrino mais dedicado aportava à cidade, havia um aviso comum a todos os conversos. O sinal da cruz, feito de qualquer forma, era a senha silenciosa entre os irmãos de crença, e, feito desse ou daquele modo especial, significava um aviso, cujo sentido era imediatamente compreendido.”( Emmanuel,Há Dois Mil Anos,Ed. Feb., Cap. III, pág.273)

                “Nesse comenos, experimentando a secreta confiança que lhe inspirava aquela mulher simples,  traçou com a destra, na poeira do solo, um pequeno sinal da cruz, mediante o qual todos os cristãos da cidade se reconheciam.
                Ambas trocaram então um olhar expressivo de simpatia, enquanto a desconhecida se aproximava, exclamando bondosamente:
                __ És cristã? “(Emmanuel, 50 Anos Depois,Ed. Feb.,Cap. III, pág. 213 e 214).

        “No Cristinismo primitivo, nem Jesus, nem Pedro, nem João, nem Tiago, nem Paulo de Tarso jamais cogitaram dessa trilogia, no sentido de ser o Espírito Santo uma das três partes de Deus. O s evangelistas a nada disso de referem. Jesus jamais ensinou que seu Pai Celestial tivesse três pessoas distintas contidas numa só, das quais ele seria uma delas. É fora de dúvida que o termo “Espírito Santo” foi incorporado às traduções dos Evangelhos, não tendo jamais constado dos originais. Isso foi feito com o propósito de servir aos interesses  da Igreja, que, no Concílio de Nicéia, realizado no ano 325, e no Concílio de Constantinopla, realizado em 381, havia o dogma da Trindade, pelo qual o Pai, Filho e o Espírito Santo constituem uma só pessoa, uma única entidade. Havia, portanto, necessidade de o assunto ser corroborado pelos livros sagrados, o que, evidentemente, lhe daria foro de verdade. “  “Os primitivos cristãos comunicavam-se com os Espíritos dos chamados mortos  e deles recebiam ensinamentos.Nenhuma dúvida é possível sobre esse ponto, porque são abundantes os testemunhos. Resultam dos próprios textos dos livros canônicos, textos que conseguiram escapar às vicissitudes dos tempos e cuja autenticidade é indubitável.” (Cristianismo e Espiritismo - Léon Denis) (Cap.V- pags.51 e 52).

       “Os Espíritos desencarnados sempre se comunicaram com os homens. Foi somente depois da Vulgata que a palavra sanctus foi constantemente ligada ao Spiritus, não conseguindo essa junção, na maioria dos casos, senão tornar o sentido mais obscuro e, mesmo, às vezes, ininteligível. Os tradutores franceses dos livros canônicos foram ainda mais longe a esse respeito e contribuíram para desnaturar o sentido primitivo. Eis aqui um exemplo, entre muitos outros: lê-se em (Lucas, cap. 11:9-13), texto grego:   “Aquele que pede recebe; o que procura acha; ao que bate se lhe abrirá. Se, portanto, bem que sejais maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, com muito mais forte razão vosso Pai enviará do Céu um Bom Espírito àqueles que lhe pedirem.” As traduções francesas trazem o Espírito Santo. É um contra-senso. Na Vulgata, tradução latina do grego, está escrito Spiritum bonun, palavra por palavra, Espírito Bom.  A Vulgata não fala absolutamente do Espírito Santo.”  (Casos Controvertidos do Evangelho-Paulo Alves Godoy, pags.79 e 80)

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