terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Astrologia: A Ciência Sagrada da Antiguidade

ASTROLOGIA: A CIÊNCIA SAGRADA DA ANTIGUIDADE
            Através da observação do firmamento, o homem buscando respostas para a sua vida no passado, concebeu a astrologia, a qual pretendia responder todos os questionamentos presentes e decifrar  os enigmas  sobre o futuro, outorgando  as potências celestes a responsabilidade dos acontecimentos na Terra. Essa forma de prática, assumiu na sua origem uma função religiosa, ao tempo que, facultou ao homem no passado, o entendimento maior da dinâmica celeste, através da constante observação do céu. Considerada nos dias de  hoje, como a parte da Astronomia que não evoluiu, a Astrologia associa e relaciona a posição dos astros do céu, com a diversidade dos fatos ocorridos na Terra, incluindo os  humores e destinos das pessoas. Ela assume que existe uma ação direta e permanente dos corpos celestes sobre os seres amimados e inanimados, e que os ângulos aparentes entre os planetas no céu, afetam as ações da  humanidade. Segundo os  historiadores existem duas correntes para o surgimento  da Astrologia; a primeira considera sua origem no vale do crescente fértil, nas circunvizinhanças dos rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque, cerca de 3.000 antes de Cristo, com o povo caldeu na antiga mesopotâmia, sendo esses os primeiros astrólogos a ter escolas organizadas, concebendo a atual divisão de 12 horas dia e noite e dividindo o caminho percorrido pelo sol em  12 partes chamadas de Zodíaco. (A palvra Zodíaco vem do grego “Zoe”, = Vida e Diakos = Roda. Zodiaco na realidade significa Roda da Vida ou Ciclo do Movimento da Vida). Outros consideram o povo sabeu, originários da pais de Sabá, na antiga África, terra da rainha que encantou a rei hebreu Salomão, como sendo o seu fundador.  Muitos místicos acreditam que ela veio da Atlântida, logo após o último grande dilúvio. Origens a parte, as datas são correspondentes, e ambos acreditavam que os movimentos dos astros afetavam diretamente a vida dos reis, das pessoas, das nações e dos elementos. Essa cultura astrológia ao longo dos tempos, assim como os mitos cosmológicos foram transmitidos depois para os babilônicos, que a desenvolveram, como demonstram as tabelas astrológicas conservadas no museu do Louvre, na França. Desta forma, os babilônicos concebiam o universo como sendo formado por uma Terra circular, a maneira de um disco, flutuando na água, e por um firmamento de bronze, semelhante a um capacete, onde estavam suspensas as estrelas. Por cima do firmamento havia as chamadas “águas superiores”. Os astros, por sua vez, saíam dos bordos desse mundo, cruzavam o firmamento e voltavam a ocultar-se atrás desses mesmos bordos. A terra tinha emergido das águas graças a uma intervenção sobrenatural das divindades, as quais haviam separado também as águas superiores das inferiores ao criar o próprio firmamento. Das estrelas que cruzavam o céu, todas, exceto cinco, faziam-no em formações fixas, em constelações. Essas cinco, que alternavam continuamente de posição, eram justamente os planetas visíveis sem ajuda de instrumentos; Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, que juntamente com o Sol e a Lua, formavam o conjunto dos sete deuses principais e davam o nome aos sete dias da semana. O interesse do estudo sistemático das posições e dos movimentos dos astros na antigüidade de uma forma geral tinha dupla finalidade. Por um lado, tratava-se de fixar o princípio e o fim das estações, e de estabelecer as bases para o calendário anual. Isso correspondia a uma necessidade prática ligada ao começo da agricultura como atividade econômica fundamental que pudesse garantir a sobrevivência da sociedade, conhecendo antecipadamente as épocas e os períodos propícios para as sementeiras e as colheitas. Por outro lado, de acordo com a identificação mítica dos planetas e sua influência  na personalidade humana, pretendia-se prever os acontecimentos terrestres com base no seu deslocamento entre as constelações. Ao contrário da maioria dos povos, os hebreus por intermédio do legislador Moisés, foram os primeiros a  proibir a sua  prática, conforme um severo estatuto punitivo, registrado no Deuteronômio (cap. 18, v.10), muito embora Moisés tivesse adotado o sistema babilônico da mecânica celeste o qual podemos ver claramente em sua narração do dilúvio no livro de Gênesis (cap. 7, vs. 11 e 12), quando diz queabriram-se as barreiras dos céus e a chuva caiu sobre toda a terra. A concepção babilônica, perdurou por muito tempo entre os hebreus que consideravam a terra como um prato(Provérbios cap,8 .27), ou um disco(Isaías cap. 40 v.22), sobre cujas extremidades repousava o céu, tal como uma abóbada de cristal (Gênesis cap. 1 vs. 6 e 7), ou um manto (Salmo cap. 103, v.2).  Os chineses e hindus, tinham crenças similares, com relação aos astros; os gregos por sua vez, como podemos observar na obras de Homero, na época pré-helênica absorveram a cultura  babilônica por volta do ano 500 antes de Cristo, e com ela a Astrologia, que começou a popularizar-se a partir da Escola de Alexandria em 350  a. C., despertando também, a partir daí, o interesse do povo árabe, imediatamente traduziram a obra do grego Ptolomeu intitulada “Almagesto”, que consistia num resumo das teorias astronômicas da escola de Alexandria apresentando; tabelas, observações e métodos de cálculo ,os quais utilizavam objetivando obter uma maior precisão em seus estudos astrológicos conciliando-os com a medicina, a matemática e a magia. 




Ptolomeu

Também na própria Bíblia encontram-se referências astrológicas em Jó (cap. 38 v 33) lemos: “Sabes as ordenanças dos céus podes estabelecer a sua influência sobre a Terra”. No livro “Antigüidades Judaicas”, Flávio Josefo escreve que os filhos de Set eram considerados grandes astrônomos, “inventores daquela espécie peculiar de sabedoria relacionada com corpos celestes e sua ordem”. Até mesmo na biblioteca essênia, encontrada no Mar Morto  foram encontrados rolos contendo idéias astrológicas.




         Por volta de 200 antes de Cristo, na Grécia, esses conceitos estavam totalmente democratizados, e mais aperfeiçoados, novos conceitos foram agregados aos antigos desencadeando uma avalanche de novos conhecimentos. A própria palavra planeta foi originada do grego “planus” e tem por significado “aquele que vagueia”. Desta maneira a Astrologia natal, postulava que a personalidade e o futuro do indívíduo, dependiam única e exclusivamente da configuração planetária existente no momento do nascimento. Esse e outros conceitos alcançaram o ápice com o grande astrônomo grego Claudius Ptolomeu (85-165), depois de Cristo, com o seu trabalho de astrologia “Tetrabiblos”, que ainda permanece como base da Astrologia na atualidade. Nas Américas, os Astecas conceberam uma Astrologia precisa com 20 signos, e os Maias através do seu notável observatório astronômico em Chichén Itzá, no México, alcançaram notável previsão astronômica durante o período clássico de sua cultura, iniciada  por volta do ano 250 da nossa era. O grande filósofo e teólogo, da Igreja cristã primitiva de Alexandria no Egito, Plotino (205-270), assim se expressava sobre a astrologia:  O movimento dos astros anuncia acontecimentos futuros, mas não os produz como muitas vezes se crê, e, como todos os acontecimentos são coordenados e convergem para a unidade, são todos anunciados por sinais.”


No séc. IV, nos prefácios que encabeçavam a Bíblia de São Jerônimo (347-420) dizia:“ Calo-me quando se trata dos filósofos, astrônomos, cuja ciência, tão útil aos homens, afirma-se através do dogma, explica-se pelo método, institui-se pela experiência.”
Na idade média o conhecimento astrológico, penetrou na elite dos pensadores da Igreja Católica, possuindo adeptos fervorosos  como  Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274) por exemplo.  Esse último nos capítulos da “Suma aos Gentios”, dedicada a Astrologia, resolve o problema com uma afirmação de fé: “Deus governa os acontecimentos terrestres através dos acontecimentos celestes.” Essa prática era tão intensa, que até mesmo as catedrais góticas dessa época eram ornamentadas com uma variedade enorme de símbolos alquímicos e astrológicos,  como ainda podemos observar nos dias de hoje. Vale a pena aqui ressaltar, que nessas épocas a Astronomia estava intimamente relacionada com a Astrologia, em razão disso muitos astrônomos de renome dedicavam-se a Astrologia; Leonardo da Vinci (1452-1519), Galileu Galilei (1564-1642),  Nostradamus (1503-1566), estão entre os muito praticantes renomados. A Astrologia segundo os astrólogos atuais, é uma técnica de auto conhecimento, que parte do pressuposto que tudo aquilo que acontece com cada parte, acontece com o todo, assumindo uma postura de que a Terra está no centro do Universo, rodeada pelo zodíaco ou signos, ignorando assim, em sua definição a chamada precessão dos equinócios, a qual veremos mais adiante. Tanto a teoria gravitacional de Isac Newton (1642-1727) e posteriormente a de Albert Einstein (1879-1955), quanto a teoria eletromagnética de Maxwel (1831-1879), comprovam que embora existente a nível matemático, o efeito da massa dos astros na massa molecular do organismo é completamente desprezível, sendo menor  do que outros corpos existentes no  próprio planeta Terra. 





Naturalmente não estamos aqui nos referindo sobre os raios solares e a influência  lunar sobre as marés, ambas já comprovadas por estudos científicos e nem muito menos a colisão de algum astro com a Terra, desencadeando algumas mudanças de ordem natural na vida e na estrutura do planeta, como algumas teorias científicas apregoam, ser essa razão principal da extinção dos dinossauros no período jurássico. Estando nos referindo aqui, a influências meramente psíquicas diga-se de passagem. Em razão disso, um obstetra realizando um parto, exerce uma atração gravitacional seis vezes maior do que exerceria, por exemplo, o planeta Marte, sobre o recém-nascido, muito embora a massa de Marte, seja infinitamente maior do que do obstreta, o planeta encontra-se milhares de quilômetros de distância. Mais particularmente sob a análise das distâncias a astrologia postula que o planeta Marte por exemplo, mesmo quando encontra-se  do mesmo lado do Sol com a Terra, bem próximo, influência de igual forma, quando está em oposição a própria Terra, ou seja, cinco vezes mais distante. Então por essa simples colocação, observamos que a influência de Marte, assim como de outros planetas não provém de nenhuma assertiva científica lógica e racional. É bem sabido, que os povos da antigüidade atribuíam aos planetas, ao Sol e a Lua, a manifestações dos deuses no céu, sendo divindades tinham naturalmente atributos de personalidade e o poder de controlar os elementos: Terra ; Ar ; Fogo ; Água. Desta forma os terremotos, os maremotos, as erupções vulcânicas, os tufões, eram manifestações dos seus poderes e aconteciam nos momentos em que se aproximavam ou se distanciavam da Terra. As  conjunções planetárias, segundo a influência de cada planeta também, gerava inúmeras interpretações astrológicas, desencadeando inúmeros outros eventos no planeta, que só poderiam ser previamente conhecidos através da leitura correta dos astros, através de seus sacerdotes os astrônomos. As concepções cosmológicas nessa época, estiveram sempre muito mais relacionadas com as idéias propriamente religiosas, um exemplo claro disso, é o próprio céu egípcio, identificado como a manifestação da deusa Nut. Paralelo a isso, eram relacionados aos astros, qualidades, defeitos e tendências psíquicas interiores que dependendo da sua posição de proximidade ou distância, influenciariam diretamente ou indiretamente não apenas os elementos como vimos, mas também, a complicada personalidade humana. Daí verificamos por parte dos astrólogos algumas correspondências  e associações com relação aos signos do zodíaco. Ressaltando que os astros considerados “pessoais” atuam em ações que dizem respeito a própria natureza da pessoa, enquanto que os planetas “transpessoais” envolvem as questões  externas a nossa personalidade, fatos que não podemos controlar. O elemento fogo está ligado as energias ativas, vitais. São espíritos independentes e pioneiros, os de temperamento meio agressivo; O elemento Terra está ligado ao que é visível, o tangível, o físico e as coisas de valor. São os temperamentos práticos, cautelosos, trabalhadores e persistentes.; O elemento Ar está ligado as energias sociais, mentais e com a freqüência inquietos. São temperamentos lógicos, amigáveis, versáteis e comunicativos.; O elemento Água está ligado as energias intuitivas, aos sentimentos e as emoções. São temperamentos sempre mutáveis, impressionáveis e muitas vezes misteriosos. Na medida que os signos transitam nas chamadas casas astrais recebem segundo os astrólogos, as influências pertinentes a atribuição que foi estipulada para cada uma, segundo a crença de cada povo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário